BNDES atinge desempenho recorde em 2007, os desembolsos somam R$ 64,9 bilhões e aprovações R$ 98,8 bilhões

Entre os principais projetos aprovados para a indústria, em geral, estão o apoio à MMX para a construção da infra-estrutura para exploração de mina de minério de ferro em Minas Gerais, construção de terminal portuário em São João da Barra e um mineroduto, no valor de R$ 2,3 bilhões; o financiamento para aquisição de máquinas e equipamentos nacionais da Siderúrgica CSA, em Santa Cruz (RJ), de R$ 1,5 bilhão, e o financiamento ao estaleiro Atlântico Sul para a construção de dez navios, no valor de R$ 1,3 bilhão.

O desempenho do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiu recorde histórico em 2007. Os desembolsos somaram R$ 64,9 bilhões, valor 24% superior ao registrado em 2006, e as aprovações, de R$ 98,8 bilhões, cresceram 33% em relação ao ano anterior.

Os projetos enquadrados e as consultas, que dimensionam o valor das futuras aprovações e desembolsos, totalizaram, pela ordem, R$ 117 bilhões e R$ 126,8 bilhões em 2007, com expansão de 23% e 20%.

Infra-estrutura - O crescimento dos desembolsos e das aprovações do sistema BNDES no ano passado foi, em boa medida, influenciado pela aceleração dos investimentos em infra-estrutura. Em 2007, os projetos do setor receberam do Banco R$ 25,6 bilhões, representando expansão de 62% em relação a 2006.

As aprovações, que servem de termômetro para o volume de futuros desembolsos, aumentaram 104% na mesma base de comparação, atingindo R$ 45,7 bilhões no ano passado. Entre os principais projetos aprovados estão os financiamentos ao Gasoduto Nordeste-Sudeste (Gasene), de R$ 4 bilhões, e ao gasoduto Urucu-Manaus, de R$ 2,5 bilhões, e à expansão e modernização da rede da Telefônica, de R$ 2 bilhões.

O destaque da infra-estrutura nas aprovações, por segmento, ficou por conta dos investimentos em energia elétrica. A expansão atingiu 207%, somando R$ 12,8 bilhões. Entre os principais projetos estão o da Usina Hidrelétrica de Estreito (R$ 2,7 bilhões e 1.087 MW); da Hidrelétrica Foz do Chapecó (R$ 1,6 bilhão e 855 MW): e da Usina Hidrelétrica Simplício (R$ 1 bilhão e 333,7 MW). A participação direta do BNDES no setor permitiu investimentos totais de R$ 17,8 bilhões.

As usinas fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e compõem a carteira potencial de 183 projetos incluídos no PAC que estão, em avaliação, no BNDES. Em 2007, o Banco desembolsou R$ 5 bilhões para investimentos do PAC nas áreas de energia, logística, social e urbana e de administração pública. Os 183 projetos somam financiamentos de R$ 65,6 bilhões e investimentos totais de R$ 109,9 bilhões.

Indústria - As aprovações do Banco para a indústria atingiram R$ 38,2 bilhões e os desembolsos, R$ 26,4 bilhões em 2007, valores que representam, pela ordem, 39% e 40% do total liberado e aprovado no ano passado, mas equivalem a uma redução de 3% e 2% em relação ao desempenho do setor em 2006.

A ligeira queda é explicada, em boa medida, pela redução do financiamento à exportação (BNDES-Exim, pré e pós-embarque) em 2007. O desembolso para a indústria, retirando as operações do BNDES Exim, revela crescimento de 39%, totalizando R$ 19,8 bilhões. Os R$ 5,8 bilhões restantes representam financiamentos concedidos às operações de exportação. As aprovações para a indústria, seguindo o mesmo critério, cresceram 44%, no ano passado, somando R$ 31,4 bilhões.

A retração da indústria também foi influenciada pelo comportamento sazonal de alguns segmentos, como o de papel e celulose, que obedecem a ciclos de investimentos.

Entre os principais projetos aprovados para a indústria, em geral, estão o apoio à MMX para a construção da infra-estrutura para exploração de mina de minério de ferro em Minas Gerais, construção de terminal portuário em São João da Barra e um mineroduto, no valor de R$ 2,3 bilhões; o financiamento para aquisição de máquinas e equipamentos nacionais da Siderúrgica CSA, em Santa Cruz (RJ), de R$ 1,5 bilhão, e o financiamento ao estaleiro Atlântico Sul para a construção de dez navios, no valor de R$ 1,3 bilhão.

As liberações do BNDES para máquinas e equipamentos, realizados por meio da linha Finame, totalizaram R$ 20,5 bilhões em 2007, o que representa um crescimento de 59% em relação ao ano anterior. A aceleração dos investimentos em bens de capital revela o dinamismo da economia brasileira no ano passado. Além do expressivo aumento no valor liberado, o número de operações da Finame cresceu 48% em relação ao ano anterior, chegando a 81,6 mil em 2007.

Agropecuária - O desempenho positivo em 2007 evidenciou o fim da crise pela qual o setor passou nos últimos anos. Os desembolsos do BNDES cresceram 46%, atingindo R$ 5 bilhões, e as aprovações, que registraram expansão de 22% em relação ao ano anterior, totalizaram R$ 5,2 bilhões. A agropecuária representou 8% dos desembolsos do Banco em 2007.

Porte - As micro, pequenas e médias empresas receberam do BNDES R$ 12,1 bilhões no ano passado. O valor representa uma expansão de 50% em relação às liberações de 2006. Os desembolsos para as pessoas físicas cresceram 31%, somando R$ 4 bilhões em 2007. Foram realizadas 186 mil operações para as empresas de menor porte e pessoas físicas, equivalentes a uma elevação de 69% em relação ao ano anterior.

O Cartão BNDES desembolsou, em 2007, R$ 509,2 milhões, valor 126% superior aos R$ 225,2 milhões de 2006. No ano passado, foram realizadas mais de 38 mil operações com o Cartão BNDES, 118% a mais do que as 17,6 mil de 2006. Até o momento, o Banco já emitiu 132 mil cartões, voltados para as micro, pequenas e médias empresas.

Para 2008 , orçamento do BNDES deverá chegar a R$ 80 bilhões, já estão assegurados R$ 50 bilhões. O déficit de R$ 30 bilhões foi reduzido, explicou, com a obtenção de R$ 15 bilhões do Tesouro Nacional em dezembro passado, diz o presidente da instituição Luciano Coutinho.

"Continua muito firme a demanda de máquinas e equipamentos via Finame, demonstrando que nos sensores do BNDES não bateu nada de negativo – ou seja, a confiança persiste e a crise internacional não afetou a decisão do empresariado de investir”, afirma.

Veja o Desempenho e destaques do BNDES em 2007.