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CANAIS

14/07/2015 - 08:42

Isaquias Queiroz brilha no Canadá e fatura o primeiro ouro da canoagem para o Brasil no Pan

Toronto—Depois da medalha de prata conquistada no dia 12 de julho (domingo), na prova K4 1000 metros, com Gilvan Ribeiro, Celso Júnior, Roberto Maehler, Vagner Souta, o Brasil chegou, no dia 13 de julho(segunda-feira), a mais quatro pódios na canoagem velocidade dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. No Wellland Flatwater Centre, os brasileiros faturaram um ouro, uma prata e dois bronzes.

Nascido em Ubaitaba, na Bahia, e revelado pelo Projeto Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, Isaquias Queiroz não deu chances ao seu principal rival, o canadense Mark Oldershaw, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Com o tempo de 4min07s866, Isaquias, 21 anos e dono de quatro medalhas em Campeonatos Mundiais, superou o canadense, que cruzou a linha de chegada em 4min09s587. O bronze ficou com o mexicano Jose Cristobal. “É um orgulho muito grande levar esse primeiro ouro da canoagem. Espero que venha mais ao longo desse dia”, afirmou Isaquias, que não se surpreendeu com a vitória sobre o canadense medalhista olímpico.

"Eu sabia que podia ganhar porque já vinha de vitórias para cima dele em etapas da Copa do Mundo e no Mundial. Agora vêm os próximos campeonatos, como o Mundial (em Milão, na Itália, entre 19 e 23 de agosto) e focar para 2016, pois o importante é a medalha olímpica para o Brasil”. O currículo recente aponta para boas perspectivas. Isaquias, que é contemplado com a Bolsa Pódio, foi ouro na categoria C1 500m (não olímpica) no Mundial em Duisburg, na Alemanha, em 2013; e em Moscou 2014; e bronze no C1 1.000m em 2013 e no C1 200m, em 2014.

Sem tempo para comemorar a conquista individual, Isaquias voltou à ação cerca de uma hora depois, desta vez ao lado de Erlon de Souza, para a prova C2 1.000m. Os dois lideraram por boa parte da disputa, mas nos metros finais acabaram superados pelos canadenses Benjamin Russel e Gabriel Beauchesne-Sévigny, que levaram o ouro com o tempo de 3min46s316, contra 3min47s117 dos brasileiros. O bronze foi para o time cubano formado por Serguey Torres e Jose Bulnes (3min49s932). "A sensação é ótima de poder ganhar uma medalha junto com o Erlon, porque é um barco de equipe novo e a gente se preparou por pouco tempo para os Jogos. Apesar do cansaço, a gente conseguiu. Saímos um pouco atrás, mas nos recuperamos. Os cubanos já têm anos de treinamento juntos, mas com um pouco mais de treinamento acho que a gente vai conseguir bater não só eles como os outros grandes nomes do C2 do Mundial", avaliou Isaquias.

No K2 1000m, o Brasil conquistou o bronze com a dupla formada por Celso Júnior e Vagner Souta. Os brasileiros fecharam o percurso com o tempo de 3min30s104, atrás dos cubanos Jorge Garcia e Reinier Torres (3min25s932) e dos argentinos Pablo de Torres e Gonzalo Carreras (3min27s240).

Na última final e única prova do dia do feminino, a paranaense Ana Paula Vergutz conquistou um resultado histórico para a canoagem brasileira ao se tornar a primeira medalhista da modalidade em Jogos Pan-Americanos entre as mulheres no caiaque. Ela ficou com o bronze na prova K1 500m (2min03s329), atrás da cubana Yusmari Mengana (2min00s656) e da canadense Michelle Russell (2min02s381). "É claro que a gente queria algo mais, mas vindo de um histórico de que o feminino, na canoagem, nunca teve uma medalha, eu acho que o treinamento foi bem feito. Claro que se fosse prata ou ouro seria melhor, mas estou super feliz, pois foi para isso que a gente trabalhou, para chegar ao pódio", comentou a brasileira.

O Brasil ainda disputou a prova K1 1000m, mas não chegou ao pódio. Celso Júnior cruzou a linha de chegada na quinta colocação.

As conquistas da canoagem brasileira no Canadá são também consequência de um forte investimento do federal. Hoje, a modalidade conta com 436 contemplados com a Bolsa Atleta, além de outros nove atletas amparados pela Bolsa Pódio (três do slalom e seis da canoagem velocidade, dos quais três são paralímpicos). Para o pagamento desses benefícios são empregados cerca de R$ 6,6 milhões por ano.

Em 2010, um convênio com a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) repassou R$ 2,1 milhões e, em 2014, outros R$ 2,6 milhões foram destinados ao esporte, via Lei Agnelo/Piva.

A modalidade conta com dois centros de treinamento no Sul do país. Em Curitiba, o Parque Náutico do Iguaçu é usado na preparação das equipes masculina e feminina de caiaque e canoa. A capital paranaense também abriga o Centro de Desenvolvimento da Canoagem Brasileira, especializado na análise científica deste esporte e que é referência no Brasil.| Luiz Roberto Magalhães.

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