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O crédito cooperativo em 2007

Temos motivos de sobra para confiar que 2007, com o próximo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trará boas novidades para o cooperativismo de crédito. Nossa convicção é amparada nos avanços normativos consideráveis que o segmento experimentou desde 2002 e pelo apoio constante recebido do governo, muitas vezes manifestado pessoalmente pelo presidente.

Porém, não podemos nos acomodar. Nossa expectativa é que, agora, o presidente Lula dê continuidade às medidas para a consolidação de uma economia solidária, estimulando o cooperativismo e ampliando a participação dos trabalhadores na economia.

Uma das ações esperadas é que se cumpra a promessa de liberar a constituição de cooperativas de livre admissão para localidades com mais de 300 mil habitantes. Hoje, moradores de cidades com número superior ao estipulado pelo Banco Central só podem participar de cooperativas se pertencerem a uma mesma classe de trabalhadores, forem empregados de uma empresa, servidores públicos ou empresários.

Somente com esta maior abertura, o cooperativismo conseguirá aumentar a penetração entre a população economicamente ativa do Brasil, que hoje chega a 2%, beneficiando apenas 2,1 milhões de pessoas associadas a 1.436 cooperativas. É ainda muito pouco se compararmos com o sistema cooperativo da Alemanha, que tem 1.380 cooperativas, 15,3 milhões de cooperados, mas abrange 36% da PEA. Nos Estados Unidos, por exemplo, é de 43%, no Canadá, é de 22% e na Austrália, 26%, segundo dados do WOCCU (Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito) .

Esperamos ainda obter respostas quanto ao enquadramento tributário adequado, regulamentação do sistema nacional de crédito cooperativo e permissão para que a União, Estados, Distrito Federal e, fundamentalmente, municípios, movimentem recursos financeiros nas cooperativas de crédito.

Queremos expandir o crédito a uma maior fatia da população brasileira. Em dezembro, durante exposição no Congresso Nacional sobre o cumprimento dos objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anunciou que nos últimos quatro anos foram criadas 300 cooperativas de crédito, destacando o importante papel das mesmas para a população de baixa renda. Porém, temos que atentar para que essa expansão não aconteça de forma irresponsável como vem sendo oferecido nos últimos tempos, quando as pessoas tomam o crédito de qualquer instituição financeira, sem orientação, e acabam contraindo dívidas e comprometendo parte dos rendimentos.

Mas, a dúvida que surge é como o governo pretende que o País cresça de forma sustentada se basear a economia no estímulo ao consumo desenfreado baseado em empréstimos? A resposta não está em manter esta política, mas investir na educação financeira e no consumo consciente. Duas premissas presentes no cooperativismo já que os princípios mundiais do sistema ensinam que mais do que apenas emprestar, as pessoas precisam poupar e investir em suas próprias vidas.

Precisamos, mais do que nunca, contar com a ajuda e apoio do governo. Sabemos que o cooperativismo de crédito avançou muito nos últimos anos. Mas o setor carece que o presidente reeleito termine a construção “do telhado”, como ele mesmo já afirmou em seus discursos. A nossa base, de um cooperativismo de crédito que conquistou seu espaço, já foi construída. Falta apoio para fortificarmos as estruturas. Se vai levar tempo? Não restam dúvidas. Mas as obras precisam começar o quanto antes.

. Por: Manoel Messias da Silva, presidente do Sicoob Central Cecresp (Central de Cooperativas de Credito do Estado de São Paulo), representante de 192 cooperativas de crédito no Estado de São Paulo, que beneficiam mais de 250 mil pessoas.

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