Desvalorização de mão de obra chega a 75% em cinco anos

Mais de 25 mil profissionais de manutenção participaram do estudo realizado pela Carreira Muller, envolvendo engenheiros, tecnólogos, técnicos e operacionais.

Um estudo realizado anualmente pela Carreira Muller, empresa especializada em consultoria de gestão de pessoas, aponta que pela primeira vez em cinco anos, o reajuste dos salários de profissionais de manutenção foi negativo, em comparação com o INPC. Na Grande São Paulo, se considerada a diferença entre os reajustes salariais e o INPC em 2010 e 2014, este segmento teve uma perda salarial de até 75%.

O estudo contou com a participação de 25 mil profissionais de mais de 800 empresas, em cargos de manutenção, desde engenheiros, tecnólogos, técnicos até operacionais qualificados, como eletricistas e mecânicos.

Para Flávio Pavan, gerente de Projetos e Pesquisas da Carreira Muller, os resultados demonstram que o desaquecimento da economia já reflete em perda salarial para todos os cargos pesquisados.

Considerando o percentual acumulado, os reajustes salariais entre 2010 e 2014 ainda ficam acima do INPC, sendo 3,62% entre engenheiros, 12,73% entre tecnólogos e técnicos e 25,26% entre operacionais qualificados. Porém, esse saldo só é positivo pelo histórico de ajustes acima do índice no passado.

Na grande São Paulo, no ano de 2010 por exemplo, a evolução salarial de um engenheiro era 36% acima do INPC, em 2014 essa diferença foi de 64% abaixo do índice, ou seja, apenas 2,2% de reajuste salarial, frente aos 6,2% do INPC. A categoria é a que acumula maior perda, mas a queda foi gradual também para tecnólogos, técnicos e operacionais qualificados como mecânicos e eletricistas. Esse último acumula a menor perda, mas também muito significativa, 68%, nos cinco anos, na Grande São Paulo.

A diferença entre regiões é relevante. Na maioria delas, o percentual acumulado ainda está acima do índice, mas todas apresentaram queda no ano de 2014. Em Manaus, a evolução acumulada ainda beira os 18% acima do índice para engenheiros e os 37% para operacionais qualificados. O Nordeste é a região que mantém uma valorização positiva significativa, apesar de também estar abaixo do INPC em 2014. A diferença acumulada ainda fica entre 25% e 50% acima do INPC.

O Centro-Oeste entrou no estudo pela primeira vez esse ano e também demonstra desvalorização salarial. Em Goiás, o ajuste salarial em 2014 foi 38% abaixo do INPC para engenheiros e 28% para operacionais qualificados.

A Carreira Muller é uma consultoria empresarial que oferece serviços e soluções para cuidar de pessoas. Há 21 anos, assessora empresas no desenvolvimento de técnicas, metodologias e políticas para administração de recursos humanos por meio de consultorias, pesquisas de remuneração e desenvolvimento de pessoas.

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