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17/07/2015 - 07:46

ICVA registra crescimento de 1,9% para o varejo em junho

O indicador é calculado a partir da receita de vendas do comércio varejista deflacionada pelo IPCA em comparação com junho de 2014.

Barueri (SP)— A receita de vendas do comércio varejista ampliado apresentou alta de 1,9% em junho, já descontada a inflação, na comparação com o mesmo mês do ano passado. É o que aponta o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), divulgado no dia 15 de julho (quarta-feira). Em maio, o crescimento foi de 0,4%, também em relação ao mesmo mês de 2014. O resultado de junho foi beneficiado pela base de comparação. Em 2014, o mês foi impactado negativamente pelos feriados em dias de jogos da Copa do Mundo.

Algumas capitais tiveram feriado em todos os dias de jogos na cidade, enquanto outras decretaram recesso em dias de partidas da seleção brasileira. Além do efeito dos feriados da Copa, o mês de junho de 2015 também contou com uma terça-feira a mais e um domingo a menos que o mesmo mês de 2014, o que contribuiu positivamente para o aumento na receita de vendas no período. Ao todo, a soma dos efeitos de calendário impactou positivamente em 1,3 ponto percentual o ICVA de junho de 2015.

Sem o impacto dos feriados e da troca de dias da semana, junho teria registrado alta no varejo de 0,6% em relação ao mesmo período de 2014. Em maio, com os ajustes de calendário, o crescimento seria de 0,7%, na mesma base de comparação. Os números mostram, portanto, que o ritmo de crescimento registrado no mês passado foi mantido em junho.

A mesma conclusão pode ser obtida na análise dos indicadores nominais (sem o desconto da inflação). O ICVA nominal de junho registrou crescimento de 8,3% na comparação com junho de 2014. Em maio, a alta foi de 6,5%, também na comparação com o mesmo mês do ano passado. Com os ajustes de calendário, o ICVA nominal de junho teria registrado alta de 6,9%, número idêntico ao de maio, no mesmo conceito.

Dia dos Namorados —Ao isolarmos os resultados das vendas do Dia dos Namorados, o indicador registrou crescimento de 10,5% na comparação com o ano passado. O percentual abrange a receita de vendas do varejo brasileiro no período de 10 a 12 de junho. A alta pode ser explicada, principalmente, pelo fato de o dia 12 de junho do ano passado ter marcado a abertura da Copa do Mundo - feriado em várias regiões do país e, portanto, dia de baixo movimento para o varejo.

A Copa também influenciou o comportamento de compra do período. Enquanto que, em 2014, o setor de Artigos Esportivos registrou alta expressiva na receita nominal de vendas entre os dias 10 e 12 de junho, neste ano, apresentou retração de 26,5%. O destaque positivo do Dia dos Namorados de 2015 fica para o setor de Óticas e Joalherias, que cresceu 21,7% em valores nominais na comparação com 2014. Logo atrás, veio o segmento de Bares e Restaurantes, com alta de 15,6%, na mesma base de comparação.

Inflação —O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apurou alta de 8,9% em junho no acumulado dos últimos 12 meses, acelerando em relação aos 8,5% de maio. Considerando apenas os setores que compõem o ICVA, a inflação foi de 6,3% no período. Para garantir a precisão e fidelidade do indicador, alguns itens que compõem a inflação oficial do IPCA não são considerados para o cálculo do ICVA deflacionado, já que não fazem parte da cesta de compras do varejo ampliado – por exemplo, energia elétrica, aluguel e condomínio, que têm apresentado inflação acima da média dos demais itens. Considerando a inflação para os setores que compõem o ICVA, a alta para alimentos, de 9,3% em junho no acumulado dos últimos 12 meses – acima da média do IPCA para o mesmo período –, impactou os setores de Supermercados e Hipermercados e Varejo Alimentício Especializado.

Setores —Em junho, o segmento de Turismo cresceu acima da média em relação ao mesmo mês do ano passado. O setor também registrou aceleração em relação a maio de 2015. Já os setores de Lojas de Departamento, Eletroeletrônicos e Móveis e Decoração puxaram o crescimento do varejo para baixo. Os três segmentos apresentaram retração na comparação com junho de 2014, embora tenham registrado uma pequena melhora, com aceleração, em relação a maio deste ano. O setor de Vestuário é outro que impactou negativamente o crescimento do varejo em junho, embora tenha registrado alta superior a zero na comparação com junho do ano passado. Supermercados e Hipermercados teve uma desaceleração significativa em relação a maio de 2015. O setor chegou a registrar retração em junho em relação ao mesmo mês de 2014 pelo ICVA deflacionado. Por fim, conforme já comentado, o setor de Artigos Esportivos é outro destaque negativo - registrou queda expressiva na receita de vendas na comparação com junho de 2014, efeito da base de comparação com as vendas relacionadas à Copa do Mundo.

Regiões —O Nordeste, novamente, liderou o crescimento do ICVA deflacionado, com alta de 2,2% sobre junho de 2014. Em seguida, estão as regiões Norte e Sul, ambas com crescimento deflacionado de 2,1% para junho em relação ao mesmo mês de 2014. Na quarta colocação, está a região Sudeste, com crescimento de 1,7% na mesma base de comparação. A região Centro-Oeste ocupa a última posição, com crescimento de 0,5% em junho, em valores deflacionados. Assim como em maio, a região foi novamente impactada pela inflação, que ficou acima da média nacional. Pelo ICVA nominal, o Centro-Oeste registrou um crescimento de 8,4% na comparação com junho de 2014.

Segundo trimestre de 2015 —O ICVA encerrou o segundo trimestre de 2015 com crescimento de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado, depois de descontada a inflação. O indicador registra, portanto, o mesmo ritmo de crescimento observado no primeiro trimestre, quando tivemos alta de 1,3% no índice deflacionado. O indicador nominal, que considera a receita de vendas sem o desconto da inflação, registrou alta de 7,3% no período, ante os 7,5% de crescimento do primeiro trimestre de 2015, ambos na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O grupo de setores de consumo de bens não duráveis e com “giro rápido” - como Varejo Alimentício em Geral, Drogarias e Farmácias, Postos de Combustíveis, Padarias, Lojas de Cosméticos, entre outros – sustentou o crescimento do varejo no segundo semestre de 2014 e também no primeiro trimestre de 2015. Porém, no segundo trimestre de 2015, o segmento apresentou sinais de deterioração no volume de receita de vendas, principalmente em Supermercados e Hipermercados.

Os setores que comercializam itens duráveis e semiduráveis – tais como Vestuário, Eletroeletrônicos, Lojas de Departamento, Materiais de Construção, entre outros – continuaram puxando o crescimento do varejo para baixo no segundo trimestre de 2015, com desaceleração também em relação ao primeiro trimestre do ano. O grupo de setores que acelerou no segundo trimestre de 2015 foi o relacionado à cesta de serviços. Na média, cresceu bem acima do ICVA para o período. A composição do grupo, entretanto, é bastante heterogênea. Em uma ponta, está o setor de Bares e Restaurantes, que registrou retração nas vendas no último trimestre. Em outra, o setor de Turismo, com um crescimento e aceleração expressivos no mesmo período.

Primeiro semestre de 2015 —O ICVA do primeiro semestre de 2015 aponta a manutenção da trajetória de desaceleração do varejo, que se iniciou no primeiro semestre de 2014. O índice deflacionado do último semestre ficou em 1,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. No segundo semestre de 2014, o crescimento foi de 3,4%. Os números nominais apontam resultados na mesma linha, com crescimento de 7,4% neste primeiro semestre e de 9,7% no semestre anterior. Nos primeiros seis meses de 2015, houve desaceleração em quase todos os setores do varejo na comparação com o mesmo período do ano passado. As exceções ficaram com o setor de Drogarias e Farmácias, que se manteve com crescimento deflacionado acima de dois dígitos, e o setor de Turismo, que acelerou. Os setores de venda de bens não duráveis sustentaram o crescimento do varejo no semestre. Entretanto, no segundo trimestre, esse grupo também sofreu desaceleração em relação aos primeiros três meses do ano.

O ICVA —O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro de acordo com a sua receita de vendas, com base em um grupo de mais de 20 setores mapeados pela Cielo, de pequenos lojistas a grandes varejistas. O peso de cada setor dentro do resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês. O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo com base nas vendas realizadas nos mais de 1,6 milhão de pontos de vendas ativos credenciados à companhia. A proposta do Índice é oferecer mensalmente uma fotografia do desempenho do comércio varejista do país a partir de informações reais.

Como é calculado —A gerência de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento, como a variação de market share, bem como isolar os efeitos da substituição de cheque e dinheiro no consumo – dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda. Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.

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