Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

09/02/2008 - 11:10

Campeã mundial, FEI busca novo título em competição de bajas


Estudantes apostam em dois carros off-road, 20% mais leves que o ano passado, para continuar no pódio da disputa, em março. Equipe também expõe o primeiro Baja de dois lugares do País, construído para despertar nos alunos de ensino médio o interesse pela engenharia .

A receita do melhor Baja do mundo é brasileira. Com ela, a equipe do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), bicampeã mundial (2004 e 2007) e tetracampeã nacional da categoria (2001, 2002, 2005 e 2007), busca mais um título na 14ª Competição Baja SAE BRASIL-Petrobras, de 13 a 16 de março, em Piracicaba (SP). Os estudantes apostam na leveza e no conforto dos carros FEIBaja1, apelidado de Crocoloco, e FEIBaja2, o Dipton, totalmente projetados e construídos por eles, para enfrentar 68 equipes de 54 universidades do País. As duas primeiras equipes melhores classificadas representam o Brasil na disputa internacional, que este ano será em Quebec, no Canadá, de 11 a 14 de junho.

Mesmo com o bom histórico, a equipe da FEI, formada por 19 estudantes do curso de Engenharia Mecânica Automobilística e Engenharia Elétrica, não mede esforços para criar novas estratégias e tecnologias. “O desafio dos alunos é sempre buscar aprendizado, desde a resolução de problemas e convivência em equipe até o estudo de melhorias para os carros”, explica o professor Roberto Bortolussi, coordenador do curso de Engenharia Mecânica e também do projeto Baja FEI.

A redução de peso é uma das melhorias. Os bajas, 20% mais leves (165kg em 2007), prometem mais agilidade durante as provas, assim como menor consumo de combustível. Para garantir maior leveza, os alunos fizeram uma combinação estratégica: uso de materiais mais leves e resistentes, como o alumínio, que substituiu o aço da suspensão traseira, de partes da suspensão dianteira, caixa de transmissão e direção; otimização de peças e componentes; regulagem nos amortecedores, além de alterações no processo de solda dos tubos, que permitem melhor acabamento e evitam o desperdício de materiais.

Os estudantes apostam também em novas tecnologias para os carros. Além da telemetria, já utilizada em outros anos – sistema que gerencia e transfere ao box, em tempo real, informações como velocidade, rotação do motor e consumo - os bajas terão um inédito sistema de rastreamento por GPS (Global Positioning System), desenvolvido pelos próprios alunos, com apoio do IPEI (Instituto de Pesquisas e Estudos Industriais da FEI). A novidade ajudará a equipe principalmente durante o enduro, prova de resistência de quatro horas em pista de terra, que garante maior pontuação. “Se o carro parar, saberemos sua localização, via computador, e ganharemos tempo para recuperá-lo”, explica o capitão da equipe FEIBaja1, Fernando Alves Trujilo, 22, estudante do 9º ciclo de Engenharia Mecânica Automobilística. Confira os detalhes dos bajas:

Crocoloco (FEIBaja1), o campeão mundial – A receita de sucesso do carro inspirou os estudantes no desenvolvimento do novo chassi, já que, no ano passado, o FEIBaja1 conquistou o título da competição nacional e também da SAE Baja Rit (em Rochester, Nova York, EUA), após enfrentar 125 equipes de 9 países. As mudanças são voltadas ao design da gaiola e uso de materiais mais leves. O FEIBaja1 tem suspensão traseira de eixo rígido, ‘bi-shock’ (dois amortecedores), com barra estabilizadora de controle de torção, inspirada em carros de passeio e que ajuda a garantir melhorias na dinâmica do veículo. Além do uso do alumínio, os alunos optaram por materiais como honeycomb, fibra de carbono e fibra de vidro, aplicados ao banco, assoalho e partes da transmissão.

Dipton (FEIBaja2), o vice-campeão nacional – Para aprimorar o desempenho do carro e garantir mais conforto ao piloto, os estudantes optaram pela implementação de uma barra estabilizadora também na suspensão traseira do Dipton, que é independente. “Ganharemos em performance, principalmente durante as curvas”, afirma o capitão e piloto da equipe, Pedro Luiz de Souza Pinto Filho, 22, estudante do 9º ciclo de Engenharia Mecânica Automobilística. Outra melhoria foi a diminuição da caixa de transmissão do carro, que ajudou a reduzir o peso do veículo. No ano passado, o Dipton conquistou o segundo lugar da SAE BRASIL-PETROBRAS e foi o campeão da Baja SAE Sudeste, competição regional que aconteceu em outubro, em São Carlos (SP).

Os dois bajas têm transmissão CVT (Continuosly Variable Transmission), direção tipo pinhão/cremalheira, suspensão dianteira tipo duplo braço triangular, freios a disco nas quatro rodas e carroceria de policarbonato. Atingem, em média, 55 km/h de velocidade máxima. De acordo com o regulamento da competição, os carros devem utilizar motor padrão de 10 HP, monocilindro, além de ter quatro ou mais rodas e conseguir transportar uma pessoa com até 1,90m de altura e 113 quilos.

Durante os quatro dias de provas, os estudantes enfrentam provas estáticas – Inspeção Técnica e de Segurança, Verificação do Motor, Avaliação de Projeto (são analisados quesitos como Manutenção, Integridade Estrutural, Produção em Massa, Qualidade de Execução, Originalidade, Conformidade de Projeto, Conforto do Operador, Relatório de Projeto e Relatório de Custos) – e dinâmicas – Aceleração, Velocidade Máxima, Tração, Manobrabilidade, Subida de Rampa e Enduro.

Baja de dois lugares – Com a experiência de mais de 13 anos na construção de bajas, a equipe da FEI vai expor em Piracicaba o primeiro Baja de dois lugares do País, desenvolvido também pelos estudantes do Centro Universitário. A iniciativa faz parte do projeto ‘FEI JOVEM’ (Jornadas para Valorização das Engenharias no Ensino Médio na FEI), apoiado pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia), que tem o objetivo de despertar o interesse entre os alunos do ensino médio pela engenharia.

Em termos comparativos, os engenheiros no Brasil representam 10% dos profissionais graduados, enquanto nos Estados Unidos eles são mais de 25% do total. No ano passado, mais de 400 estudantes de quatro escolas da Grande SP tiveram a oportunidade de conhecer o ‘Bajão’ e dar uma volta no carro na pista de terra da própria FEI. “É uma maneira de mostrar aos jovens que a engenharia vai muito além dos cálculos”, explica o professor Roberto Bortolussi.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira