Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

23/07/2015 - 08:47

Trânsito que mata

Embora seja recorrente a discussão sobre o trânsito no Brasil, pouco se evolui em soluções para amenizar o crescente número de mortes, com o agravante de, cada vez mais, serem os jovens as maiores vítimas dos acidentes. Estradas em más condições, sinalizações precárias, falta de fiscalização e investimentos são alguns pontos dos quais o poder público deixa a desejar, embora as cifras arrecadadas com impostos e multas nas estradas e no perímetro urbano sejam significativas.

A morte do cantor, há menos de um mês, chocou o país pela perda precoce de um jovem talentoso. Mas, é ainda mais estarrecedor sabermos que a segunda causa de morte entre jovens de 18 a 24 anos no Brasil é acidente de trânsito, ficando atrás apenas dos homicídios. Há seis anos, ocupávamos o quarto lugar no ranking de acidentes de transporte terrestre no Mercosul. Hoje estamos em segundo. A taxa de mortalidade, que era de 18,3 mortes por 100 mil habitantes, subiu para 22,5.

Em verdade, os acidentes de trânsito são a principal causa de morte de jovens no mundo. E, quando não matam, deixam sequelas que exigem grande período de reabilitação, dependendo da gravidade, a vida toda. E nesse aspecto também é expressiva a presença do público jovem. Na Rede Sarah, por exemplo, 38% das vítimas de acidentes de trânsito em tratamento estão entre 20 e 29 anos.

Esses dados comprovam a ineficiência das autoridades, pois as campanhas educativas não só devem ser permanentes como precisam ser direcionadas cada vez mais cedo, quem sabe, pegando os jovens ainda nas salas de aula. A prevenção pode fazer parte da formação do cidadão que, aos 18 anos, já se habilita a dirigir.

Além de motoristas mais educados e redução de mortes, iniciativas preventivas podem significar economia, pois ao olharmos o panorama do Sistema Único de Saúde (SUS) percebemos o reflexo do problema. Em 2013, foram mais de 170 mil internações por acidentes de trânsito, mais de 50% envolvendo motociclistas, o que significou mais de R$ 230 milhões gastos com as vítimas.

Enfim, a inteligência no planejamento trará um futuro mais otimista para o trânsito brasileiro. Investimento na malha rodoviária, em equipamentos de proteção e na formação de motoristas não são custos. Pelo contrário, representam não só gestão responsável como o cumprimento constitucional, garantindo o direito de ir e vir do cidadão com segurança. Um respeito à vida no qual todos somos responsáveis e merecedores.

. Por: João Tancredo, Advogado especializado em Responsabilidade Civil.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira