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09/02/2008 - 11:40

Exportações de couro caminham para os US$ 6 bilhões


As exportações brasileiras de couros podem alcançar US$ 6 bilhões nos próximos oito anos, saltando do patamar de US$ 1,87 bilhão apurado em 2006. A estimativa, apontada pelo professor de Políticas Públicas da Universidade de Brasília (UnB), Ricardo Caldas, no estudo O Brasil e o Mercado Mundial de Couro, editado pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), apóia-se em bases sólidas: a taxa média anual de crescimento do segmento, em torno de 20%.

De fato, nos últimos seis anos, as exportações brasileiras de couros saltaram dos US$ 864,5 milhões exportados em 2001, alcançando US$ 2,19 bilhões ano passado e podem caminhar para superar esta marca em 2008, caso a demanda internacional se mantenha aquecida.

Neste cenário, constata-se que o couro já é um dos principais itens da nossa pauta de exportação, consolidando o País como um dos mais importantes players do mercado globalizado, afinal o Brasil é o segundo maior produtor e o quarto exportador de couros do mundo.

A internacionalização do couro brasileiro é consistente, sustentada e definida, seguindo a estratégia setorial de ter como foco não apenas a exportação de “excedentes”, como ocorreu com outros setores da economia nacional, mas focando produtos de valor agregado e prospectando novos e promissores mercados.

Exemplos destes novos segmentos abordados pela indústria do couro são os setores automotivo e moveleiro, que absorveram mais de 60% da produção – sendo o restante direcionado aos segmentos de artefatos, vestuário e calçados.

Esses novos mercados passaram a ser trabalhados pela cadeia produtiva do couro tão logo se constatou a redução da demanda mundial do produto pela indústria calçadista, por razões de custo, principalmente. Um exemplo que ilustra essa nova tendência pode ser constatado no mercado norte-americano, onde 70% dos sapatos comercializados são manufaturados com produtos sintéticos.

Não é apenas a prospecção de novos mercados e novas aplicações que explica o bom desempenho da indústria brasileira do couro. É preciso lembrar ainda que o setor é reconhecido como um dos mais avançados do planeta em termos tecnológicos, resultado de maciços investimentos na modernização de processos, que absorveram mais de US$ 300 milhões desde 2000.

Mais ainda: este segmento é operado por mão de obra de reconhecida competência, cujo nível de excelência é atestado pela “exportação” de técnicos brasileiros para diversos mercados. Só na China, há mais de 2 mil profissionais brasileiros trabalhando em indústrias de processamento de couro.

A cadeia produtiva do couro, integrada por 800 empresas que atuam na produção e processamento de peças e representadas pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), é hoje um dos motores da economia brasileira. A atividade movimenta um PIB de US$ 3 bilhões, emprega cerca de 50 mil pessoas e ainda contribui com o recolhimento de impostos da ordem de US$ 900 milhões por ano.

A indústria do couro está fazendo a sua parte, contando, neste esforço, com o apoio de entidades como a Apex e o Sebrae, que atuam, respectivamente, no apoio de abertura de novos mercados para o couro brasileiro, e no aumento da qualidade do produto nacional.

No mercado externo, entre 2005 até meados do ano passado, 73 empresas participaram das feiras internacionais programadas pelo CICB e Apex, com previsão de negócios da ordem de US$ 550 milhões. Já no mercado interno, outra iniciativa, o Programa Brasileiro da Qualidade do Couro (PBQC), desenvolvido pela indústria curtidora e o Sebrae capacitou em dois anos (2004 a 2006), mais de 58 mil produtores, profissionais e estudantes de 23 estados.

Este sistema de operação conjugada constitui um vitorioso modelo de atuação que pode e deve ser reeditado em outros setores econômicos, apoiando a geração de divisas em moeda forte, criando empregos de que tanto o País precisa e consolidando a inserção do País cenário econômico internacional.

Couros em alta.: Evolução das exportações brasileiras de couro - em US$ bilhões: 2003 - US$ 1,03 | 2004 - US$ 1,29 | 2005 - US$ 1,40 | 2006 - US$ 1,87 | 2007 - US$ 2,19 *Fonte: CICB

. Por: Luiz Bittencourt, Presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), entidade de âmbito nacional, que reúne associados de empresas privadas e sindicatos da indústria do couro, e filiada ao International Council of Tanners (ICT, sigla em inglês para Conselho Internacional dos Curtumes), entidade internacional que congrega representações de 25 países.

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