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05/08/2015 - 08:12

Santander Cultural inaugura exposição de fotografias de Tuca Reinés com lançamento de livro e sessão de autógrafos

Trata-se de uma série de fotografias em homenagem às cidades brasileiras.Confira os números do projeto: um ano e dez meses de trabalho; 87.285 km percorridos em 206,5 horas de voo de avião e helicóptero e 343,5 km rodados em 49,5 horas de estrada. Imagens despertam análises distintas e propõem reflexão crítica a respeito da história traçada e dos caminhos a seguir.

Porto Alegre (RS) — A unidade de cultura do Santander em Porto Alegre recebe hoje, em evento para convidados, o fotógrafo Tuca Reinés para a abertura da exposição Tuca Reinés: O Olhar Vertical, com imagens aéreas ampliadas, e o lançamento do livro Tuca Reinés: O Olhar em Suspensão, que traz 120 fotografias, textos e entrevista com o fotógrafo. A mostra abre ao público dia 5 e o livro estará à venda na Loja Koralle do Santander Cultural.

Em 2013, o Santander convidou Reinés para realizar uma série fotográfica de diversas cidades do País, onde foram instaladas, na época, as primeiras agências do segmento Select. Em pouco tempo de trabalho, o projeto superou as expectativas e se transformou num acervo sem precedentes sobre as cidades brasileiras no século 21. Muito mais que um registro, as imagens evidenciaram uma análise visual sobre a ocupação do espaço urbano por todo o País, sob o olhar de um artista.

A iniciativa gerou um conjunto de vistas aéreas com as particularidades de cada cidade, fruto da natureza, da arquitetura e da cultura. Tuca Reinés destaca que “a riqueza de detalhes que envolve o projeto traduze a extensão e o significado dessa experiência inédita a que o Santander me desafiou”.

“Tuca Reinés voou de helicóptero, o que lhe permitiu decidir as rotas a serem cumpridas, guiando-o em busca das características mais incomuns dos aglomerados urbanos visitados, percebendo-lhes as belezas, os contrastes, as delícias e as misérias sob ângulos imprevistos, produto de seu olhar, a um só tempo sensível e crítico”, destaca Agnaldo Farias, organizador da publicação.

Para Marcos Madureira, vice-presidente executivo de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Santander Brasil e diretor-presidente do Santander Cultural, “gerar identificação dos clientes com suas cidades é uma das marcas do projeto, que também oferece um novo olhar sobre a expansão urbana por meio da fotografia contemporânea brasileira. Mas o que torna essas imagens ainda mais especiais é o olhar artístico de Reinés, que evidencia o que há de único em cada paisagem urbana”.

Para urbanistas, arquitetos, geógrafos, sociólogos e outros especialistas que se dedicam ao estudo das cidades, a publicação Tuca Reinés: O Olhar em Suspensão, que traz texto de Agnaldo Farias, Rafael Urano Frajndlich e entrevista com o artista, deve suscitar análises distintas. Da tiragem inicial de 5 mil exemplares, 20% estão destinados a bibliotecas, universidades especializadas e instituições culturais, incluindo exemplares que serão comercializados nas livrarias Blooks, Livraria da Vila e Koralle (SP, RJ e Porto Alegre).

Porto Alegre é a segunda cidade que recebe a mostra com lançamento do livro, que já passou também por São Paulo.

Exposição Tuca Reinés: O Olhar Vertical, 05 a 30 de agosto de 2015, segunda a sábado, das 10h às 19h, domigos e feriados, das 13h às 19h. Bilheteria: ter a dom, das 14h às 19h, no Santander Cultural, Rua Sete de Setembro, 1028 - Centro Histórico | Porto Alegre – RS. Curadoria Agnaldo Farias. Vídeo Imagens captadas por Tuca Reinés | Edição: Cacá Vicaldi.

Tuca Reinés – O Olhar Vertical: nosso olhar, como nosso corpo, está submetido à gravidade. Ela limita e condiciona nossa experiência, aderindo-nos ao chão que pisamos de tal modo que um simples muro torna-se um obstáculo intransponível; uma parede de edifícios, um fator de achatamento do céu; e mesmo a majestosa e inteiriça linha de horizonte que delimita o mar ou uma planície reduz-se a um produto da tímida distância que cobre o intervalo que vai dos nossos olhos aos pés. Por tudo isso é fácil entender o gosto remoto, ancestral, de atingir os picos das montanhas. O inexcedível prazer de ver de cima. O inexcedível poder de ver de cima. Uma sensação renovada a cada torre ou prédio em que subimos até um andar alto ou, melhor ainda, ao topo, com o vento forte no rosto e a atmosfera frenética da cidade reduzida a sussurros vagos e indiscerníveis.

No fundo, uma excitação similar a de um gajeiro: o marinheiro encarapitado na gávea, a cesta instalada no alto da linha vertical dos mastros, o minúsculo compartimento flutuante de onde se vê mais longe, de onde se antecipa o que está por vir. Tuca Reinés, fotógrafo e arquiteto, como Le Corbusier – o mestre que lhe ensinou a importância do domínio de novas técnicas (“As técnicas ampliaram o campo da poesia”), um dos pioneiros a celebrar o avião como desencadeador de uma revolução do olhar –, percorreu do alto algumas das principais metrópoles e cidades médias brasileiras. Mas nosso artista não fez isso através de aviões, com suas rotas preestabelecidas, automáticas, imutáveis, com todo encanto tornado monótono pela janela pequena e embaçada separando nos drasticamente do mundo lá fora.

Tuca Reinés voou de helicóptero, o que lhe permitiu decidir as rotas a serem cumpridas, guiando-o em busca das características mais incomuns dos aglomerados urbanos visitados, percebendo-lhes as belezas, os contrastes, as delícias e as misérias sob ângulos imprevistos, produto de seu olhar, a um só tempo sensível e crítico. Flutuando numa caixa metálica com um barulho ensurdecedor, mas amplamente envidraçada, quase toda transparente, o artista despachava-se para lá e para cá pelo céu das cidades, durante horas, fotografando diagonal e verticalmente, às custas de pedir ao piloto que inclinasse o aparelho, em ímpetos de queda livre. Lançando seu olhar através de pontos de vista surpreendentes, Tuca Reinés revelou aspectos cruciais, fascinantes e urgentes das nossas cidades, muito distintos do conhecimento que emerge do rés do chão e que está limitado por ele.

Tuca Reinés é paulistano e fotografa desde meados dos anos 1970. Formado em arquitetura e urbanismo, Reinés é internacionalmente reconhecido pelas belas imagens de arquitetura e de interiores publicadas em revistas de renome, como Casa Vogue, Wallpaper e Wired, e também por suas publicações para a Editora Taschen. Entre os diversos livros publicados, destacam-se Tomie Ohtake obras públicas (2013), 10 anos do Hotel Emiliano (2011), pelo qual foi premiado com dois Leões de Ouro no Festival de Cannes, Bahia Style e Casas de São Paulo (ambos de 2009), Living Bahia (2008), Great Escapes South America (2004), Athos Bulcão (2002) e A arquitetura de Cláudio Bernardes (1999).

Recentemente, participou das exposições coletivas Narrativas Poéticas – Coleção Santander Brasil (em circulação por diversas cidades brasileiras desde 2013), Arquitetura brasileira vista por grandes fotógrafos (Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2013) e Coletiva Série F (Galeria Nikon, São Paulo, e Museu da Fotografia de Curitiba, 2014). Realizou as exposições individuais Rajada, na Galeria Oeste (2007); Gates, na Galeria Horizonte (2011); e Diáfano urbano, na Galeria Nikon, e O Olhar Vertical, na Sala de Arte Santander (ambas em 2015). Possui trabalhos em coleções particulares e museus no Brasil e no exterior.

Tuca tem um olhar especial para a arquitetura e o estilo de vida. Em suas fotografias autorais, que trazem frequentemente paisagens naturais ou urbanas, explora os grafismos, a simetria, o espelhamento, e fortes contrastes de luz e sombra.

Agnaldo Farias—É professor doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, crítico de arte e curador. Atualmente é consultor do Instituto Tomie Ohtake. Foi um dos curadores da 11ª Bienal de Cuenca, Equador, em 2011, e dividiu, com Moacir dos Anjos, a curadoria geral da 29ª Bienal de São Paulo, em 2010.

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