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13/08/2015 - 07:12

Falta de articulação política e de gestão prejudica a indústria naval e offshore nacional

Afirmação foi de lideranças setoriais e empresariais reunidos no Fórum de Líderes, evento da indústria naval e offshore que acontece no Rio de Janeiro.

O ambiente de instabilidade econômica e política reflete-se em todos os setores produtivos do País e a indústria naval e offshore, um dos símbolos dos anos recentes de crescimento, também sofre com este período de incertezas. Para reverter este quadro, lideranças governamentais, setoriais e empresariais recorrem ao otimismo, como pôde ser visto no primeiro dia da 12ª edição da Marintec South America - Navalshore, evento único do setor de construção e manutenção naval da América do Sul, que vai até o dia 13 (quinta-feira), no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro (RJ).

“O grande desafio desta edição da Marintec South America - Navalshore é o de auxiliar o segmento a formular uma agenda positiva para os próximos anos, com o objetivo de consolidar a atividade naval no País e na América do Sul. Para isso, introduzimos novidades no modelo do evento como o Fórum de Líderes, que reúne, em uma programação de debates, os principais players e lideranças setoriais e governamentais na busca de soluções para o setor”, destaca Jean-François Quentin, presidente da UBM Brazil, responsável pela organização do evento.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janeiro, Marco Capute, afirma que tem confiança no crescimento e também reforça o otimismo: “Estou no cargo há cinco meses e, desde então, minha agenda está carregada de reuniões com empresas que querem investir no Rio”. Ele frisa, no entanto, que é necessário ter criatividade para superar o período instável e garantir os empregos nos estaleiros. “O governo estadual não está omisso. Temos discutido uma política para o setor, não só aqui mas no País”, completa.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior aposta na força do setor, destaca o coordenador-geral das Indústrias Automotiva Naval, e de Equipamento de Transporte João Rossi. “Estamos acompanhando a crise, mas sabemos que o segmento naval é forte. O plano de negócios da Petrobras é robusto e está em andamento e as perspectivas são otimistas. Vamos discutir saídas e superar os desafios. A Marintec, que é o principal evento do setor, é essencial para isso”, afirma. Além do otimismo, o Brasil precisa ter o compromisso de diminuir a burocracia, ressalta o diretor da Agência de Transportes Aquaviários (Antaq), Alberto Tokarski. Ele se refere às licitações de arrendamentos de áreas portuárias, cujo o primeiro bloco está sob avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU). “Gostaríamos que o processo tivesse mais celeridade, pois temos convicção de que as áreas são atrativas e vão atrair investimentos, inclusive de fora do País”, observa.

Indústria naval retrocede com governo desarticulado —A falta de articulação política e de gestão, além da instabilidade entre os poderes está prejudicando e retrocedendo a indústria naval e offshore nacional. Esta é uma das conclusões do primeiro dia do Fórum de Líderes, uma iniciativa inédita da Marintec South America - Navalshore, realizada em parceria com o Sistema Firjan e Sinaval para debater soluções estratégicas que contribuam com a retomada da atividade da cadeia produtiva.

“Sou otimista, mas a indústria naval brasileira está sendo destruída pela instabilidade entre os poderes e falta de articulação do governo. Estive em vários ministérios, em Brasília, e nenhum se comprometeu a ajudar o setor neste momento de dificuldades”, desabafa o presidente-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Sergio Bacci.

Atualmente, dentro da estrutura do Governo Federal, ele destaca que cinco ministérios (Transportes, Minas e Energia, Desenvolvimento, Planejamento e Fazenda) são intervenientes no setor naval, um excesso que só aumenta a burocracia e a falta de decisões ágeis. “Temos uma ausência de líderes na esfera federal. Um governo que tem o ministro da Fazenda como articulador não pode dar certo”, completa Bacci.

Maurício Almeida, vice-presidente da Mac Laren Oil Estaleiro, concorda: “chegamos em Brasília e não temos com quem falar”. Como resultado desta falta de interlocução, ele destaca a falta de uma política de exportação da atividade naval brasileira e um foco excessivo na politicagem com a instalação de estaleiros em redutos eleitorais.

BNDES financia mais de R$ 3 bilhões em projetos da indústria naval este ano —Para o superintendente de Insumos Básicos do BNDES, Rodrigo Bacellar, o ano é de desafios, mas não necessariamente de retração para as atividades do banco de fomento. “Só neste ano, a instituição deve financiar mais de R$ 3 bilhões para projetos de construção naval. O setor está maduro para atingir uma competitividade internacional. A busca por mercados externos, inclusive, é uma oportunidade para as empresas enquanto o país está instável”, observa.

A Caixa Econômica Federal também continua apostando na indústria naval e offshore. “Participamos novamente da Marintec South America, pois queremos consolidar a Caixa como a principal parceira do segmento. Independente da situação do País, estamos abertos para ouvir propostas das empresas do setor”, frisa Rossano Silva. Gerente Regional na instituição.

Firjan trabalha em duas frentes para superar crise —A Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) teme que a falta de governabilidade no país afete a continuidade dos projetos nos setores naval e offshore, segundo o vice-presidente da entidade, Raul Sanson, que participa da 12ª edição da Marintec South America - Navalshore.

“O momento é difícil e decidimos trabalhar em duas frentes, com o mapeamento da indústrial naval e com o conselho de Oil & Gas para discutir os leilões no setor, fundamentais para o seu funcionamento”, explica. Sanso ressalta que o Rio de Janeiro é o estado que mais sofre quando o ambiente de negócios é ruim, pois 80% das atividades petrolíferas e de gás e 50 da produção naval estão em seu território.

Seminário debate financiamento da frota pesqueira - “Identificando mecanismos de financiamento para adequação da frota pesqueira nacional às exigências ambientais, trabalhistas e sanitárias”. Este foi o tema do seminário realizado neste primeiro dia da Marintec South America - Navalshore que reuniu empresários, líderes setoriais e governo. Um dos destaques foi a presença do secretário de Infraestrutura e Fomento do Ministério da Pesca e Agricultura, Eloy de Souza Araújo.

Ele detalhou os benefícios do Programa Nacional de Financiamento da Ampliação e Modernização da Frota Pesqueira Nacional (Profrota Pesqueira), que tem por finalidade proporcionar a sustentabilidade da frota pesqueira costeira e continental, promover o máximo aproveitamento das capturas, aumentar a produção e melhorar a qualidade do pescado e consolidar a frota pesqueira oceânica brasileira.

UBM Brazil faz homenagem para entidades que participam do Fórum de Líderes - O presidente da UBM Brazil, Jean-François Quentin, e o vice-presidente da UBM Ásia, Michael Duck, homenagearam, durante a cerimônia de abertura da Marintec South America - Navalshore, as entidades e instituições que ajudaram a formular a programação e o conteúdo do Fórum de Líderes. O evento paralelo, que é inédito, é promovido em parceria com o Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) e Sinaval para debater soluções estratégicas que contribuam com a retomada da atividade da cadeia produtiva.

Receberam a homenagem o vice-presidente do Sistema Firjan, Raul Sanson; o superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Alfredo Renault; o diretor da Agência de Transportes Aquaviários (Antaq), Alberto Tokarski; o presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), Agenor Junqueira Leite; Floriano Carlos Martins, da COPPE/UFRJ; Jonas Matos, da DNV-GL; o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Sergio Bacci; o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam) Ronaldo Mattos; e o almirante Paulo César de Quadros Marinha, da Marinha do Brasil.

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