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15/08/2015 - 08:08

Alerta: o risco de se negligenciar as varizes

O Dia do Cirurgião Vascular é celebado no dia 15 de agosto. Aproveitando a data, é preciso alertar que não estamos falando apenas de um problema estético. As varizes são uma doença vascular que precisa de tratamento e acompanhamento. São veias dilatadas, alongadas e tortuosas, que podem causar inchaço, dor, cansaço e sensação de peso nas pernas, parte do corpo normalmente mais afetada. Por se tratar de uma doença de evolução lenta, é comum que as pessoas adiem a ida ao médico, e só busquem ajuda depois de muito tempo. Contudo, o cuidado com as varizes deve começar o mais cedo possível, antes que os sinais de gravidade surjam e comprometam o resultado do tratamento, uma vez que, quanto mais cedo é feito o diagnostico, mais simples pode ser o tratamento. Mesmo quando são necessárias cirurgias costumam ser de menor porte, muitas vezes sob anestesia local ou através de procedimentos minimamente invasivos. Quem faz o alerta é o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ), Julio Cesar Peclat de Oliveira.

“O sangue que circula pelo nosso corpo volta para o coração através das veias, que possuem válvulas para ajudá-lo a fluir de baixo para cima, contra o efeito da gravidade. Quando essas válvulas não funcionam corretamente, o sangue retorna e se acumula nas veias das pernas, fazendo com que fiquem sobrecarregadas e dilatem”, explica Peclat. Estima-se que 70% da população brasileira sofra com algum grau do problema.

Muitas pessoas acreditam que se trata apenas de uma questão estética quando, na verdade, é uma doença crônica que piora progressivamente. “Se não tratada pode causar diversas complicações, como úlceras venosas (feridas) e insuficiência venosa crônica, caracterizada pela incapacidade das veias das pernas bombearem um volume suficiente de sangue de volta ao coração”, acrescenta o especialista.

De acordo com o especialista, as úlceras venosas podem surgir espontaneamente ou após um trauma. “São difíceis de curar pelo grau da insuficiência venosa crônica e o paciente pode ficar anos sem conseguir a cicatrização completa da lesão”, destaca. Em geral, essas feridas aparecem em pacientes que possuem varizes há muitos anos. É uma causa importante de afastamento do trabalho e de invalidez. Outro risco, segundo o especialista, são as varizes evoluírem e as pernas ficarem permanentemente inchadas, endurecidas e escuras na proximidade do tornozelo.

Fatores de risco – O principal fator de risco para doença é a predisposição familiar, ou seja, a doença é passada de geração em geração, caso pais, avós e tios apresentem os mesmos sintomas. A maior incidência é no sexo feminino. São registrados entre 2,5 e 3 casos de mulher com varizes para cada homem com a doença. Isso acontece porque os hormônios femininos diminuem a força das paredes das veias, deixando os vasos mais fracos. Por isso, reposição hormonal e métodos anticoncepcionais podem contribuir para que as varizes apareçam mais cedo. Pela mesma razão, durante a gravidez, as chances também crescem e, aumentam a cada nova gestação. Além disso, o colágeno das veias começa a diminuir com a idade, por isso elas tendem a dilatar mais facilmente nos idosos.

Tratamentos —Atualmente duas novas técnicas ganham destaque para o tratamento das varizes. Elas dispensam a internação e diminuem o risco de complicações. “A termoablação consiste na ‘secagem’ da veia comprometida através de laser ou radiofrequência. Já a escleroterapia com espuma eco guiada consiste na aplicação de medicação nas veias comprometidas”, acrescenta Peclat. O especialista ressalta que o tratamento depende, fundamentalmente, da veia a ser tratada. Os cordões varicosos, salientes e visíveis, que elevam a pele, e aquelas pequenas veias de trajeto tortuoso ou retilíneo são de tratamento cirúrgico. Já as telangiectasias ou aranhas vasculares devem ser tratadas pela escleroterapia (injeção de uma solução esclerosante dentro destes vasos). As veias que são retiradas, por estarem doentes, não colaboram para a circulação. Pelo contrário, sua retirada causa melhoria na drenagem venosa dos membros inferiores, aliviando sintomas e prevenindo as implicações da evolução da doença. Naqueles pacientes que não querem ou não podem fazer nenhum dos tipos de tratamento citados, pode ser empregado o tratamento clínico com medicamentos, elevação dos membros inferiores e, fundamentalmente, o uso de meia elástica.

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