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15/08/2015 - 08:59

Butantan investe R$ 43 milhões em infraestrutura

E fábrica de soros pode aumentar produção em até 75%. Os investimentos, provenientes da Fundação Butantan, foram aplicados na modernização da fábrica de soros e do estoque e na construção de novo prédio para o laboratório de aranhas e escorpiões

São Paulo —Dando continuidade aos esforços de atualização de seu parque industrial e de melhorias em sua infraestrutura, o Instituto Butantan finalizou as obras de modernização e ampliação da fábrica de soros e de sua área de estoques, além da conclusão de um novo edifício que abrigará o Laboratório de Artrópodes, onde são criados e mantidos as aranhas e escorpiões cujos venenos dão origem a alguns dos soros produzidos pelo Instituto. Os investimentos somam R$ 43 milhões.

Do total investido, cerca de R$ 21 milhões foram destinados à reforma da planta de soros, que poderá aumentar em até 75% a sua capacidade produtiva, chegando a 700 mil ampolas por ano. O Butantan produz 13 diferentes tipos de soros para tratamentos em caso de acidentes com animais peçonhentos como serpentes, aranhas, escorpiões e lagartas, além de raiva em humanos, botulismo, difteria e tétano.

A unidade fabril de soros passa por uma etapa de qualificação de equipamentos (estudos que comprovam se os equipamentos operam de acordo com as especificações e requisitos de qualidade) e instalação de mobiliário e, então, será submetida à avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a obtenção dos certificados necessários à sua operação. A estimativa é de que a planta entre em funcionamento em fevereiro de 2016.

As adequações na planta foram necessárias devido à definição de novos padrões de produção exigidos pela Anvisa para a fabricação de qualquer tipo de medicamento no Brasil, sem os quais não é mais possível a produção e venda dos produtos para o Ministério da Saúde.

“Como fruto de um trabalho disciplinado e muito intenso, o Instituto Butantan é um dos poucos produtores públicos que vem conseguindo adequar seu parque industrial às exigências produtivas que vão surgindo ao longo do tempo e implicam em pesados investimentos. Nos últimos quatro anos, dos cerca de R$ 300 milhões aplicados, R$ 250 milhões foram direcionados para obras e reformas, a maioria em nosso setor industrial. Não à toa, o Instituto Butantan foi o primeiro produtor público a obter o Certificado de Boas Práticas de Fabricação para uma linha completa de imunobiológicos, na planta da vacina influenza”, conta o diretor do Instituto, Jorge Kalil.

Entre as principais características da obra na planta de soros, que teve duração de um ano, está o alto nível de automação da unidade industrial, especialmente no processo de fracionamento de plasma, 100% automatizado. Cerca de 28 novos equipamentos foram adquiridos e dois tanques de processamento de 1.200 litros foram reformados. O sistema de tratamento de ar foi substituído para permitir a classificação de limpeza e o monitoramento de temperatura, umidade e pressão, que são distintos em diversas áreas da planta.

Um mezanino metálico foi construído para dar suporte ao 1,6 quilômetro de tubulações que distribuem vapor limpo, água gelada, água para injetáveis e outras utilidades voltadas ao processo produtivo. A área total foi ampliada de 870 m2 para 1.075 m2.

Abastecimento —Com o objetivo de garantir a continuidade do fornecimento de soros ao Ministério da Saúde em quantidades necessárias, antes de iniciar a modernização da fábrica, os quatro produtores de soros no Brasil propuseram à Anvisa e ao Ministério da Saúde um programa de produção compartilhada. Neste contexto, o Instituto Butantan estabeleceu com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), de Minas Gerais, protocolos para que as etapas industriais de produção de alguns dos principais soros pudessem ser realizadas pela Funed. Nesse sistema, o Butantan realiza o trabalho de extração de venenos, inoculação em equinos e obtençãode plasma hiperimune, que, depois de processado pela Funed, volta ao Instituto para os processos de formulaçãoe envase do produto final. Além disso, também antes da reforma, o Butantan produziu lotes de soros para reserva técnica, com o intuito de formar suprimento emergencial, em caso de necessidade.

Artrópodes e Central de Venenos —Em julho, o Butantan concluiu a construção de um novo prédio para o Laboratório de Artrópodes (aranhas e escorpiões) e uma Central de Venenos, com o objetivo de melhorar os processos de produção de venenos que dão origem a alguns dos soros. Os aportes giraram em torno de R$ 10 milhões. A mudança para o novo edifício está prevista para acontecer até o final deste ano. Entre as novidades da estrutura está uma área para que visitantes possam assistir a apresentações de extração de venenos de aranhas e escorpiões.

Com 700 m2, o novo laboratório tem quase o dobro das instalações atuais e contempla espaços específicos para criação e manutenção de cada grupo de artrópodes cujos venenos são utilizados para soros (aranha-marrom, aranha armadeira e escorpião amarelo); um espaço para outros tipos de artrópodes (lacraias, caranguejeiras e outras aranhas) e outros para criação de insetos para alimentação. Atualmente, o Butantan mantém um plantel de 45 mil exemplares de aranha-marrom, 100 armadeiras e cinco mil escorpiões.

O prédio também contempla uma área exclusiva para a entrada de animais provenientes da natureza, que permitirá a manutenção em quarentena antes que sejam juntados ao grupo de sua espécie, reduzindo, assim, o risco de mortalidade e contaminação de outros exemplares. A estrutura permitirá, ainda, a incorporação pelo Laboratório de Artrópodes do recebimento das lagartas do gênero Lonomia e extração das cerdas que contêm o veneno utilizado na produção do soro antilonômico.

Com mais espaço e melhorias em processos para a manutenção dos animais (como climatização e alimentação), o Instituto pretende, no curto prazo, auferir um rendimento de 20% a 30% maior na extração de venenos para fazer frente à nova capacidade da planta de soros. No longo prazo, a meta é dobrar o volume produzido.

Com entrada independente do Laboratório de Artrópodes, a Central de Venenos foi projetada para ser o local onde os venenos produzidos serão processados, armazenados e distribuídos para os laboratórios de pesquisa, produção e controle de qualidade do Instituto. Seguindo os padrões estabelecidos pela Anvisa com relação às Boas Práticas de Laboratório, a Central de Venenos garantirá melhor aproveitamento e controle na qualidade dos venenos.

Estoques —O Butantan também fez importantes adaptações em sua área de estoque de materiais e de armazenamento de soros e vacinas. Cerca de R$ 12 milhões foram investidos no espaço, que ganhou uma nova câmara fria – agora são oito no total – e teve as demais câmaras modernizadas, além da área de materiais otimizada.

Com a substituição de grande parte das prateleiras fixas por móveis (automáticas), o espaço obteve um ganho de 480 posições / paletes para 1.280 posições (sendo 200 fixas e o restante móveis). As adaptações permitiram a utilização de paletes com maior capacidade de armazenamento (1,00 m x 1,20 m ante 1,00 m x 80 cm).

A operação de pesagem de insumos farmacêuticos, antes realizada pelas fábricas, também passou a ser feita dentro do estoque, evitando que materiais sobressalentes sejam deslocados para as áreas produtivas. A reorganização dos espaços também contribui para evitar o fluxo cruzado dos materiais que são recebidos e ficam em quarentena daqueles que já foram validados e estão armazenados.

O Instituto Butantan —Vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, o Instituto Butantan é um dos principais produtores de imunobiológicos do Brasil, responsável por grande parte da produção nacional de antivenenos e antitoxinas bacterianas, além de grande volume de produção nacional de vacinas utilizadas no Programa Nacional de Imunizações – PNI, do Ministério da Saúde. A instituição se destaca pelo desenvolvimento de estudos e pesquisas, básicas e aplicadas, relacionados direta ou indiretamente com a saúde pública nas áreas da Biologia, Biomedicina e Biotecnologia. O Butantan mantém importantes coleções zoológicas e também promove atividades culturais e de ensino relacionadas à educação formal e não formal com foco na difusão do conhecimento científico.

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