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18/08/2015 - 09:18

China: olhos voltados para o Brasil

Recentemente, o governo chinês deu um grande passo para consolidar sua parceria comercial com o Brasil. De uma só vez, foram assinados 35 acordos bilaterais que abrangem oito áreas distintas. Mesmo que, em alguns casos sejam memorandos de entendimento, existe a real intenção dos chineses em entrar com dezenas de cooperações de investimentos e isso pode ser considerado um avanço importante em áreas da indústria brasileira como agricultura, óleo e gás, mineração, ferroviária, aviação, energia eólica, financeira, telefonia, entre outras.

Trata-se de um movimento que se intensificou três, quatro anos atrás quando o país asiático passou a ter a sua atenção voltada para cá e nomeou um novo embaixador de alto escalão para o Brasil. Mas a parceria começou a ser delineada em 1974 quando os dois países passaram a ter relações diplomáticas. Já em 1995, foi feita a declaração do Brasil de apoio à entrada da China na OMC. Em 2000, a China torna-se parceira comercial do Brasil na Ásia, e em 2006, compra cem aviões brasileiros. Já em 2013, acontece um encontro dos presidentes dos dois países na V Cúpula dos Brics, na África do Sul.

Nos últimos dez anos, a China protagonizou uma ascensão notável e aos poucos vai redesenhando a ordem econômica global ao triplicar de tamanho desde 2005. Com aproximadamente um sétimo da população mundial, a demanda por bens agrícolas e outras commodities do país asiático segue numa tendência de aumento constante. Brasil e China mantêm importantes fluxos de investimentos bilaterais. As trocas comerciais entre os dois países alcançaram US$ 77,9 bilhões em 2014, com superávit brasileiro de US$ 3,3 bilhões e espera-se intensificar essa parceira bilateral. Do lado brasileiro, destacam-se os setores aeronáutico, bancário, mineral e agronegócio. Tem-se observado, também, diversificação dos investimentos chineses no Brasil para setores de energia, eletrônicos, automotivo, engenharia e bancário. Por outro lado, ela é a maior consumidora de minério de ferro do Brasil, além de soja, combustível e celulosa.

Para se ter uma ideia das fortes intenções da China em fortalecer seus negócios por aqui, o Brasil é o único do mundo entre as nações em desenvolvimento a ter uma filial de cada um dos cinco grandes bancos chineses: Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), Bank of China, China Construction Bank (CCB), Bank of Communications e China Development Bank.

Apesar do momento econômico em que o Brasil está passando e da desvalorização do real diante do dólar, os chineses mantêm firme as suas apostas no país verde e amarelo. É um momento que eles enxergam oportunidade de cooperação com empresas brasileiras. Um exemplo de que querem se fincar em terras canarinhas é que os chineses concretizaram negócios ou andam sondando empresas em mais de 40 setores da economia brasileira. Há cerca de 300 comitivas distintas chinesas por ano visitando o Brasil.

Além dos investimentos e das parcerias comerciais, a China também está de olho na posição geográfica do Brasil. Por isso, pretende usá-lo como hub logístico para distribuição na América do Sul em países como Chile, Argentina, Equador, Peru, entre outros.

A estratégia da segunda maior economia do mundo é também avançar em diferentes paí­ses como forma de diversificar o risco e expandir a carteira de crédito. Para continuar a avançar e manter a sua posição, a China agora tenta percorrer um caminho diferente, mais focado na qualidade e tecnologia. Por isso, o desenvolvimento tecnológico ganhou papel central no novo modelo econômico da China. Na mesma semana em que assinava acordos com o Brasil, o governo chinês lançou um plano agressivo de modernização da indústria com vistas à 2025. Em dez anos, espera-se revolucionar os produtos fabricados no país e exportados para o mundo todo, aumentando ainda mais o número de patentes (no mundo, a China já é atualmente um dos países líderes em pedido de patentes) e investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). O foco se dará na indústria aeronáutica, navios avançados, ferrovia, novos materiais, medicina, energia, próxima geração de tecnologia de informação e agricultura. Tudo isso com um mercado crescente de classe média, que consome cada vez mais produtos e serviços.

. Por: Daniel Lau, diretor da Prática Chinesa da KPMG no Brasil. | Perfil—A KPMG é uma rede global de firmas independentes que prestam serviços profissionais de Audit, Tax e Advisory. Estamos presentes em 155 países, com mais de 162.000 profissionais atuando em firmas-membro em todo o mundo. As firmas-membro da rede KPMG são independentes entre si e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Cada firma-membro é uma entidade legal independente e separada e descreve-se como tal.

No Brasil, somos aproximadamente 4.000 profissionais distribuídos em 13 Estados e Distrito Federal, 22 cidades e escritórios situados em São Paulo (sede), Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Joinville, Londrina, Manaus, Osasco, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador, São Carlos, São José dos Campos e Uberlândia. | kpmg.com/BR.

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