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25/08/2015 - 08:18

Aversão ao risco pode não resultar em fuga de capitais do Brasil

A alta do dólar no Brasil, no dia 24 de agosto(segunda-feira), foi provocada mais pela aversão ao risco de investidores que pela forte queda na Bolsa da China – eles foram em busca de ativos mais seguros, como o dólar. A análise é do estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Placido. Para ele, a expectativa dos investidores era de medidas de estímulo pelo governo chinês, que não foram anunciadas. O dólar comercial fechou o dia em R$ 3,55 com alta de 1,61%.

Já o professor Renato Galvão Flôres Junior, da Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), é mais otimista e não prevê grandes saídas de capitais do Brasil. “A atratividade do Brasil é estrutural. Pode haver uma saída de capital especulativo, mas eu não vejo perda de atratividade”, afirmou. Para ele, o dólar deve permanecer em ascendência, com novas desvalorizações do real.

Placido lembra que a economia chinesa já demonstra desaceleração. Ele destaca que o dólar não está subindo ainda mais pela possibilidade de o Federal Reserve System (Fed), equivalente ao Banco Central, adiar o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos. “O mercado já se questiona se o aumento dos juros virá este ano. Poderia ficar para o ano que vem”, apontou. Ele estima que a moeda norte-americana deve permanecer no patamar atual, entre R$ 3,4 e R$ 3,5. “Pode ser que, com o decorrer do tempo, o dólar se acomode um pouco, se aqui a política e economia se acalmarem.”

O economista destacou o peso que a economia chinesa tem no mundo, com influência em diferentes mercados. “Mais de 50% do minério aqui do Brasil vai para a China”, exemplificou. De acordo com Placido, isso representa uma dificuldade adicional para o Brasil, pois se soma aos problemas domésticos, com a instabilidade política e econômica.

O professor Flôres Junior não vê grandes anormalidades neste cenário da economia chinesa. “A economia mundial ainda está muito fraca. A China, que passou a ter papel muito importante nessa economia, está fazendo um grande processo de readaptação, porque vai entrar em uma fase de menor crescimento, o que vai continuar a ser crescimento muito bom, mas não igual ao que tem apresentado desde que começou a sua emergência.”

Flôres Junior destacou que a China se prepara para abrir sua economia ao mercado de capitais, e isso traz volatilidade à bolsa. “Recentemente, há cerca de um mês, eles [chineses] tiveram um pouco de pânico com essa volatilidade. Esse pânico volta, de vez em quando, até eles se acostumarem que o mercado de capitais tem períodos de grande volatilidade. Eles seguraram o renminbi [moeda distribuída pelo Banco Popular da China] por seis meses, desde o início deste ano, porque estava havendo muito movimento de capital”, lembrou.

Ele também disse acreditar que o dólar deve permanecer em ascendência, com novas desvalorizações do real. | ABr.

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