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26/08/2015 - 08:28

O sonho de ser mãe mais próximo das mulheres

Engravidar naturalmente é uma situação que a maioria das mulheres esperam na vida. Nascer, crescer, casar, ter filhos e viver feliz para sempre. Nestes anos de clinica, posso afirmar que apesar de todas as mudanças em nossa sociedade e na área médica, a motivação que move essas mulheres continua sendo uma só: a vontade de construir uma família. Independe se é um casal homo afetivo, se mulheres casadas ou solteiras. O amor ainda é o que move essas pessoas. E é esse sentimento que faz com que se submetam a tratamentos e muitas vezes a meses de espera.

Os avanços na área da reprodução humana estão ajudando várias mulheres a realizarem o sonho de ter filhos. Uma paciente me colocou a seguinte frase que representa bastante um tratamento de fertilidade: Começa na primeira injeção e termina com o nascimento. Tudo que acontece neste meio faz parte de um tratamento. Resultados negativos, tentativas, perdas, insucessos, tudo faz parte... mas para uma maioria sempre termina com o nascimento.

Fertilidade é uma palavra que demonstra a capacidade NATURAL do ser humano de se reproduzir. Desde cedo somos imersos no princípio de que chegará a hora do “casamento”, união e reprodução, A menina inicia suas brincadeiras com bonecas (que representam filhos) e os meninos com carros, lutas, bravatas, etc, demonstrando o macho, chefe da família, protetor.

Após a estabilidade da união, quase todos pensam em se reproduzir. A expectativa universal é que a gravidez virá já no primeiro mês de tentativas. Pequenas decepções vão aparecer, se juntar mês a mês, a cada menstruação. A mulher que fisicamente passa pelo sangramento, experimenta no corpo a negativa, sofre com ela, física e emocionalmente. O homem participativo contempla e se esforça para ajudar, procura minimizar o fato, mas na realidade não sente no físico, a falha da natureza.

A média conceptiva das espécies animais é diferente de uma para outra. O ser humano em geral, tem uma chance natural de 25 a 30% a cada ciclo menstrual. Seria possível que alguns casais sejam mais férteis do que outros? Acreditamos que não, a chance de um em cada quatro, engravidar a cada ciclo, mostra o quão aleatório é a concepção.

Porém, a opção hoje por uma gravidez tardia faz com que muitas mulheres enfrentem o problema da infertilidade. Dados do IBGE apontam para um crescimento de mulheres que decidiram engravidar mais tarde, após os 30 anos. Tivemos uma procura aumentada em 35% de casais que possuem idade acima dos 35 anos. Com o passar dos anos, a mulher pode enfrentar algumas dificuldades para engravidar. A primeira seria a diminuição da quantidade e qualidade dos óvulos, que compromete a fecundação ou a manutenção da gravidez. A outra seria de que a incidência de problemas, como infecção, endometriose,alterações hormonais cresce com a idade. Os cuidados com uma gravidez tardia são os mesmos de qualquer gravidez. Não há diferenças básicas. Apenas é importante o alerta para que a incidência de má formação fetal. Para isso, é importante que sejam realizados exames para um estudo genético do bebê, pela amniocentese. Para evitar esses problemas, muitas mulheres estão optando pelo congelamento de seus óvulos. A procura vem aumentando em media 30%. Já temos em nossa clinica casos de mulheres que passaram pelo procedimento e que hoje são mães.

O desejo de ser mãe é algo tão forte, que nem as barreiras impostas pela natureza, ou pelos tratamentos, não esmorecem a força que estas mulheres empregam para chegar ao seu objetivo. Momentos de tristeza, decepção e impotência são vividos por todos indistintamente, e também por nós médicos , que lidamos no dia dia com a Medicina voltada para procriação. O segredo do profissional diante disto é procurar assegurar ao casal as possibilidades reais que cada um pode ter com verdade e acolhimento.

. Por: Luiz Fernando Dale, ginecologista, especialista em Reprodução Humana. Diretor do Centro de Reprodução Humana do Rio de Janeiro/ Clinica Dale e Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Formado em 1976, no Rio de Janeiro, fez especialização em ginecologia na Pontificia Universidade Católica. Em 1978/80, especializou-se em Medicina da Reprodução, pela Universidade de Paris V, e trabalhou neste período como assistente do Professor Jean Cohen, no Hôpital de Sèvres, também em Paris. Fez parte da equipe que trabalhou com os primeiros casos de fertilização in vitro , na França, logo após o anuncio do nascimento do 1º bebê de proveta do Mundo ( Louise Brown-1978 ). Em 1981, estagiou no serviço de Reprodução Humana do John Hopkins ( Baltimore - USA ) Ao retornar ao Brasil foi um dos pioneiros da nova especialidade , a Medicina da Reprodução. Chefe do Setor de Reprodução Humana do Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz. Já em quatro gestões participa da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, ocupando cargos na diretoria. Membro da American Society for Reproductive Medicine desde 1983 e da Societé Française de Gynecologie desde 1987. Membro da European Society of Human Reproduction and Embriology desde 1997

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