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14/02/2008 - 10:50

Criação de peixe marinho forma nova cadeia produtiva no Brasil


Inauguração de laboratório em São Paulo abre as portas para a criação do bijupirá, um nativo do Brasil com possibilidade de ser tão importante quanto o salmão.

Uma nova cadeia produtiva está se formando para reforçar a vocação do Brasil para a criação de pescado. No dia 15 de fevereiro, em Ilha Comprida, litoral Norte de São Paulo, o ministro da pesca, Altemir Gregolin, acompanhado de dirigentes do setor pesqueiro nacional, inaugura o Laboratório Nacional de Aqüicultura Marinha (LANAM) – estrutura que recebeu R$ 3 milhões em investimentos para dar suporte à pesquisa e fornecimento de peixes, ostras e mexilhões para a engorda no mar. A unidade com capacidade para produzir 1 milhão de alevinos de peixe marinho por ano, já está em operação e domina a reprodução do bijupirá (cobia) – um peixe nativo do mar brasileiro com potencial para se tornar tão importante quanto o salmão (peixe cultivado em larga escala pelo vizinho Chile).

Pelo menos dois grupos empresariais já se habilitaram para a engorda do peixe e a produção esperada é de mais 100 mil toneladas ao ano ou um terço de tudo o que o País cria atualmente nos rios, lagos e mar. Inicialmente as áreas de criação serão implantadas em São Paulo, Pernambuco e Bahia. Na Bahia, numa parceria com a Bahia Pesca, laboratório implantado em Santo Amaro da Purificação terá papel semelhante ao que está sendo inaugurado em São Paulo.

O LANAM tem quatro tanques de 60 toneladas para maturação, 12 de 25 toneladas e 12 de 12 toneladas para larvicultura, além de diversos tanques menores de fibra para cultivo de alimento vivo, microalgas e moluscos. Segundo os técnicos da fundação que administra o laboratório, servirá para nacionalizar a tecnologia de produção existente fora do País e suprir a demanda por peixes para engorda, atendendo as fazendas que serão implantadas na costa marítima, em sistema semelhante ao usado no cultivo do salmão. “O potencial produtivo, acima de 1 milhão de alevinos/ano, será capaz por si só de impulsionar a piscicultura marinha do sudeste do Brasil”, diz o ministro da pesca, Altemir Gregolin

Com sua produção, o laboratório pode atender por ano acima de 60 jaulas oceânicas como as utilizadas no salmão e/ou inúmeras jaulas de menor volume para cultivos mais simplificados ou artesanais (a exemplo do aplicado em Taiwan). Na área de moluscos, o laboratório produzirá 3 milhões de sementes de ostras e vieiras por ano, impulsionando a maricultura e solucionando o gargalo de disponibilidade de formas jovens para cultivo no Sudeste. O LANAM ainda será um centro de referencia de tecnologia aplicada na aqüicultura marinha, já que todos os trabalhos científicos e pesquisas que serão desenvolvidas dentro de suas instalações estarão diretamente relacionadas à necessidade do mercado produtivo.

Bijupirá - Um nativo de respeito: Em termos produtivos são grandes as chances de o bijupirá se tornar tão importante para o Brasil quanto o salmão é para o Chile. Ele atinge seis quilos no primeiro ano e até 15 no segundo. Em comparação com o salmão é um peixe com produtividade quatro vezes maior e com possibilidades de mercado muito maiores, já que hoje existe uma demanda mundial por peixes de carne branca de qualidade, principalmente para animais que produzem grandes filés (acima de 1 quilo de filé), como é o caso do bijupirá.

Os principais mercados para a comercialização do bijupirá são o norte-americano, já que os EUA são os maiores compradores de pescado brasileiro e a Europa, que convive com uma grande demanda por carne branca de qualidade, os obrigando a despescar seus tanques de pargo meses antes do final do cultivo. Outro mercado desejado por todos é o mercado japonês que já esta conhecendo e apreciando a qualidade do bijupirá produzido na China. Outro mercado potencial é o brasileiro, hoje em ascensão no consumo de pescados e na busca por qualidade e sabor.

Analises nutricionais sobre o peixe apontam para uma carne rica em proteínas, Omega-3, O-mega 6, Taurina, Ornitina, Vitamina E e outros componentes nutricionais essenciais para uma vida saudável. Além disso, sua textura elástica, cor branca e sabor suave fazem do bijupirá um dos melhores peixes para sashimi e para uma infinidade de outros pratos.

O peixe vem sendo comercializado hoje a U$ 9,00/kg inteiro fresco ou U$18,00 para o quilo de filé. No Brasil o bijupirá é comercializado por R$13,00/kg inteiro fresco ou posta na Bahia e R$18,00 no litoral norte do Rio de Janeiro. Estes valores, tanto nacional como internacional, poderão ser ainda maiores, uma vez assegurado fornecimento para o mercado, criando-se assim um produto premium constante nas gôndolas de supermercados e peixarias do mundo.

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