Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

09/09/2015 - 07:39

Cônsul britânico exalta legado de 2012 e aposta em sucesso do Brasil

Jonathan Dunn afirma que investimento e interesse no esporte paralímpico cresceram no Reino Unido após a realização do evento.

Rio de Janeiro —Os Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012, foram considerados um sucesso de público. No total, foram vendidos 2,7 milhões de ingressos para o evento e mais de 240 mil pessoas demonstraram interesse em atuar como voluntários, sendo que 70 mil foram selecionados. Além disso, os Jogos deixaram um legado de acessibilidade e inclusão social não só para a capital, mas para todo o país.

Cônsul Geral do Reino Unido no Rio de Janeiro, Jonathan Dunn destacou os benefícios deixados pelos Jogos Paralímpicos e foi otimista em relação ao sucesso do evento no Brasil no ano que vem. “Acredito que o Rio de Janeiro tem tudo para alcançar a meta de 3,3 milhões de ingressos vendidos e superar a nossa marca. Estamos torcendo por isso”, comentou o cônsul, em entrevista ao brasil2016.gov.br.

Segundo Dunn, o Reino Unido se transformou em relação ao esporte paralímpico desde Londres 2012, tanto em termos de investimento em atletas e modalidades quanto em interesse da população. “Uma pesquisa feita pela British Paralympic Association (BPA) indicou que os Jogos tiveram um efeito profundo nas crianças de todo o Reino Unido: cerca de sete entre 10 crianças disseram que os Jogos mudaram a forma como elas enxergavam os deficientes físicos”, citou ele, revelando ainda um investimento de 72,7 milhões de libras no esporte paralímpico britânico desde abril de 2013.

A entrevista completa com Jonathan Dunn, Cônsul Geral do Reino Unido no Rio de Janeiro.

Do ponto de vista estatístico, os Jogos Paralímpicos de Londres 2012 foram um sucesso, principalmente de público. Como o senhor avaliou a realização dos Jogos em 2012? Foi melhor do que o esperado? - Jonathan Dunn: o povo britânico trabalhou com muita determinação para que os Jogos Paralímpicos de Londres 2012 fossem um sucesso. Os resultados são positivos não somente pela participação do público, mas principalmente pela contribuição deixada às pessoas com deficiência. Conseguimos o recorde de 2,7 milhões de ingressos vendidos e acreditamos que esse foi um primeiro passo para que o público de outras partes do mundo apoie ainda mais os atletas com deficiência. Acredito que o Rio de Janeiro tem tudo para alcançar a meta de 3,3 milhões ingressos vendidos para os Jogos Paralímpicos 2016 e superar a nossa marca. Estamos torcendo por isso. Outro ponto que também foi muito gratificante foi o sucesso do programa de voluntários. Recebemos mais de 240 mil candidatos para trabalhar durante o evento e selecionamos 70 mil.

O que o senhor acredita ter sido o fato mais impressionante dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012? - JD: fiquei particularmente impressionado com a magnitude que os Jogos Paralímpicos ganharam. O canal britânico que transmitiu a Paralimpíada fez uma brincadeira chamando os Jogos Olímpicos de “aquecimento”, mas no fim das contas os dois eventos tiveram quase o mesmo tamanho. O fato mais relevante, em nossa avaliação, é que foi uma grande oportunidade para inclusão social. Um exemplo próximo de nós é a cadeirante Emily Yates, que foi voluntária durante os Jogos de Londres 2012. Em 2014, Emily trabalhou como consultora de acessibilidade do sistema de transporte subterrâneo do Rio de Janeiro, o Metrô Rio. Durante três meses, seu papel ajudou a melhorar a acessibilidade em todas as estações existentes. Ela trabalhou em conjunto com arquitetos e construtores para garantir que todas as novas estações que estão sendo construídas antes dos Jogos de 2016 sejam acessíveis.

Outro caso de sucesso foi o trabalho realizado pelo Channel 4, o canal de TV oficial dos Jogos Paralímpicos, que incluiu pessoas com deficiência para trabalhar na empresa em diferentes etapas e processos da transmissão. O canal realizou uma das maiores coberturas do esporte paralímpico, com mais de 150 horas de programação pela TV e outras 350 horas pela internet. O número de horas de cobertura foi três vezes maior que a cobertura da Paralimpíada de Pequim 2008.

Que legados os Jogos Paralímpicos deixaram? Não só para Londres, mas para o país e para o povo britânico? - JD: os Jogos Paralímpicos de Londres 2012 também foram importantes para a realização de outros eventos, como o Mundial Paralímpico de Natação, em Glasgow, cidade que é modelo em acessibilidade; e o Dia Nacional Paralímpico, em Londres, promovido desde 2013 no Queen Elizabeth Olympic Park, que reuniu mais de 18 mil pessoas no ano passado. Desse total, 37% disseram que foram inspirados a fazer um esporte que não praticavam anteriormente como consequência direta do Dia Nacional Paralímpico; 98% que iriam participar de qualquer evento paralímpico no futuro; dois terços das pessoas sem deficiência disseram que o dia lhes deu uma visão mais positiva das pessoas com deficiência; e 96% dos professores que participaram do concurso em escolas declararam que o dia ajudou a melhorar as atitudes dos alunos para pessoas com deficiência. Tivemos também um grande legado na acessibilidade. O Reino Unido possui uma população de cerca de 11,6 milhões de deficientes e trabalhamos para tornar nossas cidades cada vez mais acessíveis, para que todos possam aproveitá-las de maneira completa.

O senhor acredita que os Jogos Paralímpicos desempenharam também um papel social, dando mais evidência e trazendo mais atenção às pessoas com deficiência?-JD: sim. Os Jogos Paralímpicos de Londres 2012 tiveram um papel fundamental para despertar um novo olhar do povo britânico. Para exemplificar, uma pesquisa feita pela British Paralympic Association (BPA) indicou que os Jogos Paralímpicos tiveram um efeito profundo nas crianças de todo o Reino Unido: cerca de sete entre dez crianças disseram que os Jogos mudaram a forma como elas enxergavam os deficientes físicos. A mesma pesquisa mostra que, menos de um ano após o fim dos Jogos, houve aumento de pessoas com deficiência praticando esportes. O grande crescimento foi em modalidades como equitação (33%), goalball (31%), ciclismo (25%), bocha (23%), natação (20%) e vôlei sentado (20%).

Os resultados obtidos nos Jogos de Londres 2012 aumentaram o investimento do país no esporte paralímpico? -JD: sim, houve um aumento de 43% no investimento feito no esporte paralímpico a partir da realização dos Jogos de Londres 2012. Desde abril de 2013, o governo britânico vem ampliando seus investimentos e, até o momento, foram investidos cerca de 72,7 milhões de libras em 19 modalidades diferentes.

Qual a expectativa do senhor para os Jogos Paralímpicos Rio 2016? Que tipo de impacto o senhor acha que o evento pode ter no Rio de Janeiro e no Brasil? -JD: o Brasil já provou ao mundo que é capaz de realizar com excelência grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e os Jogos Pan-Americanos de 2007. O Rio de Janeiro tem tudo para promover os mais espetaculares jogos da história. A cidade possui uma geografia privilegiada, onde a natureza está presente em todos os lados. Acredito que os jogos Rio 2016 serão um sucesso e que a cidade irá receber da melhor maneira todos os atletas, além dos milhares de turistas de toda a parte do mundo que virão ao país para prestigiar os jogos. Alguns dos nossos atletas paralímpicos que estiveram aqui para os eventos-teste, como os paratrialetas Phil Hogg e Melissa Reid, elogiaram a estrutura da cidade e a organização da prova. Imagino um excelente impacto na inclusão social e na forma como as pessoas com deficiência são tratadas.| Vagner Vargas.

. Mais, clique no banner do evento neste Canal do Esporte Business.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira