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18/09/2015 - 08:20

Professora leva sucesso de cooperativa a encontro de Administração

A professora Luciene Lopes Baptista, da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), em Petrópolis, apresenta um trabalho no 39º Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (EnAnpad), em Belo Horizonte. O encontro é considerado o segundo maior evento científico da área de Administração no mundo e chegou ao fim no dia 16 de setembro (quarta-feira ).

“A Qualidade de Vida Ampliada no Trabalho (QVAT) no contexto da autogestão: um estudo de caso qualitativo na Cooperativa Cotravic” é o título do trabalho. A Cooperativa de Trabalho em Artes, Vidros e Cristais fica na cidade de São Paulo e é originada da massa falida de uma indústria. Segundo a professora, já são 13 anos de existência funcionando como cooperativa, em uma prática de autogestão entre os cooperados que se insere nos princípios da economia solidária.

“No começo foi difícil para eles. Só sabiam fazer aquilo, produzir artesanalmente o vidro delicado. Aí veio a falência, no final da década de 90, e receberam o que tinham direito em equipamentos. A opção foi tocar a fábrica porque os vidreiros não sabiam fazer outra coisa. Tiveram alguma ajuda dos antigos donos e dos colegas da área comercial. Depois seguiram sozinhos e foram se especializando: um se formou em Engenharia Química, outro em Direito e um terceiro em Administração. Deram a volta por cima e ganharam em qualidade de vida”, conta Luciene, que pesquisou o grupo entre 2012 e 2013, quando fazia doutorado na USP.

A professora da FMP/Fase explica que, no sistema da cooperativa, o comitê tem alguns gestores trocados de quatro em quatro anos. “Na nossa cultura, ainda é um pouco difícil aceitar que o empregado pode dirigir o outro, bem como a economia solidária. Nos centros urbanos, ela está mais associado a cooperativas de recicladores, mas está expandindo no país. Hoje, existem outras iniciativas de sucesso no interior, principalmente na atividade agrícola. Há ainda o exemplo das mulheres rendeiras do Nordeste”, acrescenta Luciene.

Segundo ela, a economia solidária ainda não tem teoria de administração consistente para uso dos gestores. “Eles precisam disso para terem o domínio de gerir uma empresa. Como a maioria funciona no modelo de autogestão, acabam aprendendo com muito sofrimento. E outros não dão certo porque não dominam as ferramentas de informação disponíveis. Na cooperativa de vidro estudada, muitos desistiram. Mas do grupo inicial a maioria ficou, conseguiu superar o desafio e viver com mais qualidade, realização profissional e estabilidade econômica”, relata Luciene, que também é professora na FMP/Fase nos cursos de pós-graduação de MBA em Gestão Empresarial, Gestão de Pessoas e Gestão de Finanças e Controladoria.

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