Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

22/09/2015 - 09:19

O risco da gravidez nas trompas

A gravidez ectópica, mais conhecida como gravidez nas trompas, é um problema grave que afeta uma em cada 100 gestações. Ocorre, normalmente, por causa de um processo inflamatório nas trompas que provoca uma lesão ou estreitamento da mesma. Sempre quando acontece, a gravidez é interrompida por um procedimento cirúrgico pois a mulher corre risco de ter uma hemorragia grave, com risco de vida.

Para entender como ela acontece é preciso entender como é anatomia do aparelho reprodutor feminino. A trompa é um conduto que tem uma parte muito fina na saída do útero de 1 a 2 mm de diâmetro e de 3 a 4 cm de comprimento, segue aumentando o diâmetro e termina no pavilhão tubário com cerca de 1 cm de diâmetro. O óvulo é captado por este pavilhão e no interior da trompa ( na parte onde é mais larga) ele é fecundado pelo espermatozoide. Por movimentos de células com cílios, este é empurrado em direção do útero, onde chega mais ou menos 5 a 6 dias após a fecundação.

A causa para o problema pode é uma infecção. Uma bactéria chamada Clamidia Tracomatis, é a causadora mais comum, pois provoca um processo infeccioso ginecológico , habitualmente e assintomático, com forte correlação com lesão tubária. Dificilmente o diagnóstico da Clamídia é feito na fase aguda , sendo o mais comum , descobrirmos através da presença do anticorpo especifico, mas sem a bactéria circulante.

Esse infecção leva ao aparecimento de áreas de aderências internas. O conduto tubário é permeável mas em certos lugares pode estar muito estreito por causa de aderências. O espermatozoide pode passar para encontrar o ovulo , mas o embrião, pelo seu tamanho, não consegue alcançar o útero, sendo impedido de passar pelo caminho estreito. Este então acaba se implantando na trompa , que tem uma boa vascularização , para mantê-lo, porém a estrutura da trompa não aguenta a pressão do crescimento do saco gestacional e finalmente se rompe, causando um quadro agudo de sangramento abdominal que a mulher tem que ser operada de emergência. Não há chances de salvar o embrião.

O médico pode desconfiar de uma gestação tubária a partir de uma perda sanguínea intermitente , HCG positivo e a ultrassom útero vazio. Na maioria das vezes uma ultrassom precoce consegue detectar um útero vazio, exame de HCG positivo, uma tumoração na lateral do útero configurando uma gestação tubária integra, onde a trompa ainda não se rompeu. A cirurgia videolaparoscopica então é realizada sem a conotação da emergência, mas a paciente perderá a trompa.

. Por: Luiz Fernando Dale, especialista em Reprodução Humana. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira