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23/09/2015 - 09:35

Tempo propício para reverter um processo

As empresas de engenharia consultiva representadas pela ABCE enfrentam atualmente um cenário de grandes dificuldades. Faltam recursos, tanto no setor público quanto na área privada, para os projetos de investimentos, que são essenciais para que o país supere a sua maior crise nas últimas décadas e volte a crescer.

Nesta conjuntura, o objetivo do Governo Federal é atrair investidores estrangeiros para participar das concessões em rodovias, ferrovias, aeroportos e portos que foram anunciadas este mês. O momento é favorável, pois o câmbio e a conjuntura internacional devem aumentar o interesse de novos “players” internacionais (como chineses, coreanos e japoneses), além das empresas que já conhecem o Brasil.

O governo apresentou uma carteira de projetos, que inclui a construção (e, em alguns casos, a operação) de 15 trechos de rodovias, cinco trechos de ferrovias e terminais portuários em 16 Estados, além de obras em quatro aeroportos internacionais e sete regionais. É bem verdade que o programa inclui projetos de viabilidade duvidosa, especialmente no setor ferroviário. Sem falar do projeto “audacioso” da Ferrovia Bioceânica, a conectar o Porto de Santos, em São Paulo, ao Porto de Matarani, no Peru. O programa soma projetos que estão em estágios diversos de desenvolvimento. Como no plano lançado em 2012, alguns nem possuem estudos de viabilidade técnica e, muito menos, análise de viabilidade financeira. Em alguns casos existem estudos preliminares, porém defasados ou incompletos.

Neste contexto, as empresas de engenharia consultiva podem trazer a sua contribuição ao programa, realizando os trabalhos necessários para complementar os estudos existentes e garantir a viabilidade dos projetos. Há, também, um conjunto de empresas do setor que podem participar das oportunidades que se abrem, possivelmente em consórcios de empresas do mesmo ou de maior porte, mas é preciso facilitar esta inserção.

São boas as expectativas do setor de engenharia consultiva com o plano arrojado do governo. É positiva a ideia de atrair investidores para concessões, levando em conta que estes dependerão de serviços técnicos profissionais especializados para viabilizar suas propostas aos múltiplos convites em circulação. Esses especialistas serão necessários inicialmente para os estudos de viabilidade técnica, econômica, financeira e ambiental e posteriormente para o desenvolvimento dos projetos básicos e executivos dos empreendimentos previstos.

Para as empresas de engenharia se fortalecerem ante esse desafio é necessário, neste ano recessivo, dar continuidade à contratação rotineira de novos trabalhos que mantenham o setor em nível apreciável de atividade, que envolve custos de menos de 5% do montante dos investimentos em infraestrutura planejados para os próximos anos.

A ABCE e empresas nela congregadas estarão aptas a assessorar os órgãos contratantes, se necessário, sobre prioridades na contratação desses trabalhos que precedem as programações dos investimentos públicos, assim como seguirá articulada com as organizações do setor privado para igual esforço de que depende a reversão da redução de contratações do primeiro semestre com impacto negativo na força de trabalho.

Paralelamente prossegue o movimento para recuperar os processos corretos de contratação de serviços técnicos profissionais especializados que mobiliza todos os setores da engenharia, congregando construtores e projetistas com igual e saudável empenho. Estão em curso na Câmara de Deputados debates semanais bem conduzidos para o aperfeiçoamento da lei de licitações livrando-a das deformações legais introduzidas nos últimos anos.

. Por: Mauro Viegas Filho, Presidente da ABCE Associação Brasileira de Consultores de Engenharia.

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