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06/10/2015 - 07:16

Glaucoma atinge um milhão de brasileiros

Doença tem avanço silencioso, podendo levar à cegueira quando não tratada a tempo.

Silencioso, o glaucoma é uma doença que pode levar à cegueira se não tratado a tempo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados 2,4 milhões de novos casos por ano em todo o mundo – que possui cerca de 60 milhões de pessoas com a doença. Só no Brasil, cerca de um milhão de pessoas tem a visão afetada devido ao glaucoma. O quadro ganha contornos preocupantes a partir de dado da Sociedade Brasileira do Glaucoma segundo o qual um terço dos brasileiros com mais de 16 anos nunca foi ao oftalmologista.

“O grande perigo do glaucoma é que ele leva à cegueira de forma silenciosa. A pessoa vai ficando cega aos poucos, sem perceber, da periferia para o centro da visão, de forma que não é fácil ser percebida até que o quadro já esteja extremamente avançado. Isso leva o paciente a bater nas laterais de mesas, por exemplo, ou não conseguir perceber um carro ou uma pessoa que se aproxime pela lateral”, explica a oftalmologista Nara Galvão, do Hospital da Visão de Pernambuco (HVISÃO) [www.hvisao.com.br].

“O glaucoma é uma doença severa que, em geral, está relacionada ao aumento da pressão de dentro do olho (pressão intraocular), danificando as estruturas nervosas do olho e destruindo o nervo óptico, o que causa a perda de visão e leva à cegueira. É considerada a segunda causa mais importante de cegueira irreversível no mundo”, explica Nara Galvão.

O glaucoma é uma doença hereditária. As pessoas mais propensas a desenvolvê-lo são aquelas com mais de 40 anos, com casos na família, míopes que utilizam lentes acima de seis graus e diabéticos que já tiveram traumas ou doenças intraoculares. Além desses fatores, o uso prolongado de corticoides também pode contribuir para o surgimento da doença – principalmente, se a droga for aplicada diretamente nos olhos. “Pode acontecer em qualquer faixa etária, inclusive o bebê pode nascer portador da doença, um quadro antigamente chamado de ‘olho de boi’, pois o olho fica em tamanho aumentado. Também em qualquer sexo ou raça, sendo que, em negros, ela se manifesta mais precocemente, de mais difícil controle e progressão mais rápida para a cegueira. Lembrando que todos nós somos extremamente misturados racialmente, e temos muita herança negra”, explica a oftalmologista.

O tratamento inicial para o glaucoma é clínico, feito por meio de colírios. Também pode envolver o uso de lasers e cirurgias. “A cirurgia, ou qualquer outro tipo específico de tratamento, será definido pelo oftalmologista especializado em glaucoma, que irá decidir, em função do estado da doença e da quantidade de perda visual dos níveis pressóricos, entre outros fatores”, explica Nara.

Para evitar chegar à perda da visão, a recomendação é consultar o oftalmologista com regularidade. Principalmente, a partir dos 35 anos de idade, uma vez que o diagnóstico precoce é fundamental para o controle do glaucoma. “A escolha de um especialista é essencial, em um serviço moderno que disponha dos exames que podem auxiliar nessa detecção precoce”, explica Nara Galvão.

Segundo a profissional, também é preciso valorizar a seriedade da doença. “Muitas vezes, fica difícil convencer um indivíduo que não sente nada e que acha que está ‘vendo tudo’ que ele precisa comprar um colírio, muitas vezes caríssimo, ou se submeter a um procedimento cirúrgico. Precisamos mostrar a severidade dessa patologia, fazendo campanhas para chamar a atenção para o caráter irreversível e progressivo da cegueira e, ao mesmo tempo, mostrarmos que, quando bem tratada, permitirá que a pessoa conviva em harmonia com o glaucoma, sem perder esse bem tão precioso que é a visão”, explica. “O glaucoma é considerado uma doença que não tem cura, mas tem controle. E quando bem controlado, o paciente pode viver bem e enxergando a vida toda”, completa a oftalmologista Nara Galvão.

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