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Mudar para crescer

Na aurora de um novo ano, o Brasil continua o mesmo. Baixo crescimento, desemprego alto, perversa distribuição de renda, criminalidade fora de controle, saúde e educação precárias. O Estado, como se não fosse organismo de um país democrático e pluralista, mantém o autoritarismo fiscal, o mais absoluto desdém com as questões sociais, o desprezo às atividades produtivas e a irresponsabilidade quanto às suas obrigações constitucionais. O País vem sendo movido, na coragem, criatividade e esforço de superação, pelo capital e trabalho.

O setor público, como evidencia o caso dos “supersalários” — um antipresente de Natal para os cidadãos — ceifa a riqueza e ignora a pobreza, numa gestão desastrosa e anacrônica. O Brasil não tem escolas e hospitais públicos de qualidade, não realiza programas habitacionais adequados, não tem infra-estrutura, controla inflação com metodologia que até o FMI considera superada, não tem política industrial e econômica voltada ao crescimento, não protege a Amazônia, não distribui renda e, apesar de tudo isto, o Estado arrecada mais de 37% do PIB.

O mundo transformou-se. A globalização eclodiu, alterando os conceitos de mercado e concorrência, o Século XX acabou e, com ele, ficaram apenas como registros históricos o populismo eleitoral, o monetarismo exacerbado, a governança aética, a estratificação social em castas, o desprezo ao ensino como base da prosperidade e o paternalismo como fator atenuante do subdesenvolvimento. Nesta nova era, até mesmo organismos movidos pelo mais puro capitalismo selvagem, como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento Econômico e o Fundo Monetário Internacional, passaram a defender políticas públicas equilibradas entre o crescimento e o controle da inflação, melhor distribuição de renda e inclusão social por meio do trabalho e universalização da cidadania.

O Brasil, porém, continua o mesmo! Lá se vão 23 anos desde que políticos do PT e do PSDB, ao lado de outras agremiações, discursaram — de mãos dadas e braços erguidos — em prol da democracia e do desenvolvimento. Ironicamente, os dois partidos têm bipolarizado as disputas eleitorais, inclusive à Presidência da República, mas no exercício deste cargo desrespeitam seus próprios conteúdos programáticos de cunho social, exacerbando na prática o neoliberalismo que condenam no discurso.

Foram dois mandatos dos tucanos, com Fernando Henrique Cardoso, e um mandato do PT, com Luiz Inácio Lula da Silva. Na aurora de um novo ano e acima da política, o País precisa mudar, começando por uma perspectiva concreta de crescimento econômico. Ainda é tempo de reconstruir o futuro!

. Mário César de Camargo, empresário gráfico, administrador de empresas e bacharel em Direito, é presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf).

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