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14/10/2015 - 07:50

AB Inbev e SABMiller acertam acordo de mais de US$100 bilhões

Bruxelas/Londres — As duas maiores cervejarias do mundo concordaram nesta terça-feira em formar um grupo ainda maior, responsável por um terço da cerveja produzida no mundo. O acordo ocorreu depois que a SABMiller recebeu uma oferta melhorada da rival maior AB InBev avaliada em mais de US$100 bilhões.

Se for concluída, a transação será a quinta maior fusão da história corporativa global e a maior aquisição já feita de uma companhia do Reino Unido.

O novo grupo vai unir as marcas Budweiser, Stella Artois e Corona, da AB InBev, com as marcas Peroni, Grolsch e Pilsner Urquell, da SABMiller. Para a AB InBev, a compra também adiciona cervejarias na América Latina, Ásia e abre novos mercados na África.

A AB InBev é parcialmente controlada pelo fundo de private equity 3G Capital, administrado por investidores brasileiros, e controla indiretamente a brasileira Ambev, cujas ações despencavam nesta terça-feira.

Analistas do BTG Pactual afirmaram em nota a clientes que o papel da Ambev no acordo segue indefinido. "A AB InBev informou que a transação será financiada por uma combinação de próprios recursos internos financeiros e nova dívida com terceiros. Mas o anúncio da transação não descarta participação de subsidiárias no acordo", escreveram os analistas.

Procurada, a Ambev não comentou o assunto. A AB InBev afirmou apenas que se trata "de uma transação envolvendo a AB InBev".

O negócio também representa uma dúvida sobre o futuro de um acordo de produção e distribuição da SABMiller acertado em outubro do ano passado com o brasileiro Grupo Petrópolis, que produz a cerveja Itaipava. Ambos os grupos não comentaram sobre o assunto nesta terça-feira. A AB InBev afirmou que "vai trabalhar junto com as autoridades relevantes na busca de soluções apropriadas para todas as potenciais análises regulatórias".

Enquanto isso, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), afirmou que ainda não foi notificado oficialmente do acordo entre AB InBev e SABMiller e que por isso não vai se pronunciar por ora. Atualmente, a Ambev controla cerca de 68% do mercado brasileiro de cerveja, segundo dados do final do segundo trimestre.

Sim na quinta tentativa —Depois de rejeitar quatro propostas anteriores da AB InBev, a SABMiller aceitou a oferta melhorada de 44 libras por ação da empresa, com uma alternativa parcial que envolve dinheiro e ações criada apenas para atender os dois maiores acionistas da SABMiller e que prevê valor de 39,03 libras por ação.

Os dois maiores acionistas da SABMiller, que detêm em conjunto quase 41% da companhia, são a fabricante de cigarros Altria, que tem fatia de 26,6%, e a família colombiana Santo Domingo, que possui o restante.

A fatia da oferta de 44 libras por ação é 50% mais alta que o preço da ação da SAB Miller em 14 de setembro, um dia antes de especulações sobre a proposta da InBev surgirem.

Combinada com a oferta em dinheiro a outros acionistas, o preço total que a AB InBev está oferecendo pagar pela SABMiller é equivalente a 68,5 bilhões de libras [US$ 104,2 bilhões] a preços atuais.

As ações da SABMiller fecharam em alta de mais de 9% no dia 13 de outubro (terça-feira), enquanto os papeis da AB InBev avançaram 1,7% . As ações da Ambev caíram 5,5% em dia de forte baixa da bolsa brasileira.

A transação prevê uma taxa de US$ 3 bilhões que a AB InBev terá que pagar à SABMiller se o acordo não puder ser concluído por causa de questões regulatórias significativas ou se os acionistas da AB InBev não apoiarem o negócio.

Obstáculos significativos —O acordo entre as gigantes da cerveja deve gerar repercussões no restante da indústria, particularmente nos Estados Unidos, onde as duas empresas detém cerca de 70% do mercado.

A Molson Coors é considerada por analistas como a compradora mais óbvia dos 58% que a SABMiller detém em uma joint-venture nos EUA.

Além disso, analistas afirmam que o grupo combinado terá que vender ativos na China, onde a CR Snow, joint-venture da SABMiller com a China Resources, é líder de mercado.

Negócios na Europa também podem ir à venda, afirmaram os analistas, o que pode atrair o interesse das europeias Heineken e Carlsberg.

O analista Trevor Stirling, da Bernstein Research, calcula em 80 por cento as chances da transação ser concluída, com questões de defesa da concorrência sendo o principal risco. | .Philip Blenkinsop e Martinne Geller, com reportagem adicional de Leonardo Goy, em Brasília, e Alberto Alerigi Jr e Paula Arend Laier, em São Paulo/Reuters.

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