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14/10/2015 - 08:07

É o fim dos espectadores. Longa vida aos geradores!

Seria mais do mesmo repetir que vivemos a era do mobile, ou melhor, a era das multiplataformas. Não importa o lugar e o meio pelo qual você consome determinado conteúdo. Computador, tablet, celular, painel digital, no carro, no metrô, no escritório ou na sua casa. A cada nova geração, mais possibilidades para se desprender em relação ao meio e facilidades para se adaptar a Internet das Coisas. A distinção entre vida on-line e off-line gradualmente se torna obsoleta.

Hoje, até mais importantes do que o tipo de tela ou o local, os sinais de TV a cabo e wi-fi, e a energia das baterias, são vitais para que possamos nos conectar aos nossos artistas, shows e séries preferidas. As mensagens mais temidas de hoje são “sinal fraco de wi-fi” e “conecte seu carregador”.

Priorizando a visão por outro prisma, é essencial ressaltar também o papel das empresas neste universo de multiplataformas. Quando se trata de atrair a audiência, “breve” e “interessante” se tornam dois termos cruciais a serem mentalizados. Ouço sempre que “menos é mais” e isso é super válido para o marketing atual.

Sobre audiência, prefiro chamar os espectadores de geradores. Geramos, compartilhamos e comentamos tudo aquilo que realmente impactou de alguma forma nosso dia-a-dia. Se posto um vídeo em alguma mídia digital e ele se torna o “centro” para que outras pessoas gerem mais vídeos sobre o tema, ou então o repliquem, podemos concluir que de alguma forma impactei suas vidas e criei uma rede.

Uma pesquisa realizada pela revista norte-americana Variety identificou que os adolescentes norte-americanos são mais aficionados por estrelas do YouTube do que pelas celebridades do cinema, da TV e da música. O fenômeno também se repete por aqui.

Ainda no começo de setembro, o jovem Pedro Afonso Rezende, de 19 anos, despertou minha curiosidade por se tornar um dos poucos brasileiros a atingir a marca de um bilhão de visualizações com seu canal “RezendeEvil” - que fala sobre games - no Youtube. Está claro que o Pedro pertence, hoje, ao último nível de gerador: ele tem alto faturamento com seu canal e influencia milhões de pessoas. Mas, e quando ele lançou seu canal? Quantas pessoas além dos amigos mais próximos de colégio e bairro viam seus vídeos? Pedro já não era mais um simples espectador, consumidor de jogos de videogame, e sim um gerador. O nicho que influenciava era bem menor, mas, em pouco tempo, passou a dialogar com um bem maior.

É incrível o poder que o gerador possui sobre as gerações mais recentes. Pessoas confiam em suas teorias, dão risadas de suas opiniões e compartilham seus vídeos como se ele realmente falasse por elas. Os geradores detêm um poder muito maior do que o espectador de antes, aquele que esperava sentado à frente da TV, todos os dias, para assistir sua novela, telejornal ou aguardar seu programa favorito.

A grande questão que fica com todos esse meios “férteis” para o nascimento de geradores é: estão, as marcas, preparadas para um mundo de geradores? Observe à sua volta. Todos querem entretenimento ao seu horário e onde quiser, não importa se no tablet, no celular ou no computador.

Os geradores querem se tornar estrelas do seu grupo ou tribo, gostam de ter o controle do seu tempo e precisam se acostumar com o feedback “just-in-time”.

E é a isso que as marcas devem estar atentas, saber interagir com esta nova geração de consumidores, dando espaço para uma comunicação aberta e buscando agilidade na interação.

Sejam bem-vindos ao mundo dos geradores, seres humanos que utilizam dispositivos de plataformas para a conversão do seu tempo em prazer e diversão.

. Por: Paulo Crepaldi, 34, é especialista em Neurociência Aplicada, Situational Leadership e Poder e Influência. Atualmente é sócio e Diretor Executivo da ING Marketing & Training - empresa pioneira na implementação do conceito Behavior Designer no Brasil.

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