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21/10/2015 - 08:31

Crise no setor de petróleo vai deixar de gerar R$ 62 bilhões em renda para o Brasil

A crise no setor de petróleo vai deixar de gerar R$ 62 bilhões em renda para o país até 2019. O número foi apresentado pelo Grupo de Economia da Energia (GEE) da UFRJ, na última sexta-feira, durante o Workshop Impactos Econômicos da Crise no Setor de Petróleo, promovido pelo IBP - Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis.

De acordo com o estudo, a queda no preço do petróleo fez que com que as principais petroleiras revissem seus investimentos no Brasil. No ano passado, quando a crise começou, houve uma redução de 16% dos investimentos no setor, que passaram de R$ 104 bilhões, em 2013, para R$ 87 bilhões em 2014. Já em 2015, o montante de investimento anunciado pelas petroleiras reduziu de US$ 236,7 bilhões para US$ 130,3 bilhões. A queda é de 45% e o impacto na renda nacional é de R$ 12,4 bilhões por ano.

Os prejuízos causados pela crise afetam ainda a geração de emprego e as receitas de Estados e municípios dependentes dos royalties, principalmente no Rio de Janeiro. Em agosto de 2015, o repasse para o estado foi de R$ 200 milhões que, apesar do aumento em relação ao mês anterior, representa R$ 69 milhões a menos do que o mesmo período de 2014. No primeiro semestre, a queda de arrecadação nos municípios produtores foi de 25% em relação a igual período de 2014.

"Essa queda se deve, principalmente, à redução da cotação do petróleo no mercado internacional. O preço do Brent passou de uma média de US$ 110 no primeiro trimestre de 2014 para menos de US$ 50 em agosto de 2015", explicou o economista do GEE, Marcelo Colomer.

O estudo revela ainda que houve uma queda de 26% na criação de vagas de empregos no setor em cinco anos. Os mais atingidos serão os empregados do setor de serviços, que responde por 34,65% do total de empregos diretos criados pela indústria e por 18,52% dos indiretos. De acordo com levantamento realizado pelo professor Rodrigo Leandro, da FGV, o número de demitidos no setor no primeiro semestre desse ano ultrapassa 30 mil pessoas.

Para o secretário-executivo do IBP, Milton Costa Filho, os dados são preocupantes e é preciso construir uma agenda positiva na tentativa de atrair novamente os investimentos para o país. "O último leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP) reforçou a preocupação, com a participação de poucos atores. Precisamos rever algumas questões regulatórias para fazer do Brasil um país mais atrativo aos investimentos das companhias, principalmente neste momento de crise, onde elas estão mais seletivas".

Em contrapartida, o cenário favorece a balança comercial. Segundo o estudo, o saldo comercial da área de petróleo melhora por causa da redução da demanda, provocada pela crise e pelos aumentos de preços.

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