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22/10/2015 - 08:56

Um desafio global: a crise migratória na fronteira da União Europeia, na Hungria


Nas últimas semanas, a imprensa brasileira e internacional vêm publicando uma série de reportagens e artigos sobre a crise migratória na União Europeia, com foco especial na Hungria. Para melhor entendimento dos desafios, gostaria de compartilhar algumas considerações sobre o assunto:

A Hungria é um pequeno país com uma grande tarefa. O país – com uma população igual à de Pernambuco – deve controlar as fronteiras externas da União Europeia na região, cadastrar todos os imigrantes e refugiados que entram por lá, fornecendo lhes toda a ajuda humanitária e processar suas aplicações de asilo. A Europa está enfrentando a maior onda de migração desde a Segunda Guerra Mundial. Este ano, mais de 400 000 imigrantes cruzaram a fronteira da Hungria – é 10 vezes superior ao registrado no ano passado. Para entender a dimensão da crise: é como se o Brasil tivesse que receber, cadastrar e auxiliar 8 milhões de imigrantes e refugiados durante um ano.

As fronteiras da Hungria estão abertas. A Hungria construiu uma cerca na fronteira com a Sérvia e Croácia para que os imigrantes não entrem de forma ilegal, que é crime. A cerca serve para dirigir os imigrantes aos pontos de entrada legais. Na fronteira com a Sérvia e Croácia temos vários pontos de entrada - um por cada 25 km. Todos aqueles que solicitam asilo podem e devem entrar por ali. A Hungria ajuda além dos seus limites. Todos os requerentes são conduzidos pelas autoridades aos centros de acolhimento onde recebem abrigo, alimentação, assistência médica, ajuda financeira e toda a ajuda humanitária necessária.

Os húngaros são acolhedores porque, infelizmente, sabem muito bem o que significa ser refugiado. Antes de 1990, centenas de milhares de húngaros fugiram da Hungria e somos, até hoje, gratos aos países que os acolheram, incluído o Brasil.

Nas últimas décadas, o nosso país concedeu asilo a milhares de pessoas, entre elas, a muitas famílias sírias. Temos problemas só com os que não respeitam as nossas leis. Muitos passavam pela fronteira ilegalmente, não cooperavam com as autoridades e mais: atacaram as nossas fronteiras lançando pedras, garrafas e outros objetos contra a polícia húngara e derrubaram as barreiras.

É um desafio global que requer uma solução global. A comunidade internacional tem que atuar nas raízes da crise e concentrar-se em estabilizar os países de origem dos refugiados, mudando as condições que levaram à migração em massa. A Hungria propôs a criação de um sistema de cotas globais, já que a distribuição dos migrantes não deve estar apenas a cargo da Europa. Razão e coração. A Hungria sempre concedeu e sempre concederá asilo àqueles que fogem de países em conflito. Temos feito isso e continuamos a fazer. Penso que quando se trata de refugiados, devemos usar o nosso coração. Porém, quanto aos imigrantes econômicos, é necessário ouvir também a razão.|www.mfa.gov.hu/kulkepviselet/BR/pt/ e o facebook: https://www.facebook.com/embaixadahungara?fref=ts .

. Por: Norbert Konkoly, é o Embaixador da Hungria no Brasil, possui formação em Comércio Exterior e Pós- Graduação em Economia pela Universidade de Economia em Budapeste, Mestrado em Relações Internacionais pelo Instituto de Relações Internacionais de Moscou e, cursou também Comunhão de Desarmamento das Nações Unidas em Nova Iorque, Genebra e Viena. Em sua carreira diplomática foi Cônsul e Adido de Imprensa na Embaixada da Hungria em Ottawa, no Canadá, bem como foi Vice Chefe do Gabinete do Secretario de Estado do Ministério das Relações Exteriores da Hungria. Foi ainda Conselheiro na Embaixada da Hungria em Londres, no Reino Unido, foi Chefe do Departamento das Américas do Ministério das Relações Exteriores na Hungria e, antes de vir para sua função no Brasil, foi o Embaixador da Hungria em Lisboa, Portugal de 2010 a 2014. O Embaixador da Hungria no Brasil, que é fluente em português, russo, inglês e francês, veio para o Brasil cumprir uma missão especial de estreitar relações culturais e comerciais entre os dois países.

Mais sobre a Embaixada da Hungria no Brasil**: a Embaixada da Hungria em Brasília tem o forte objetivo de melhorar e desenvolver as relações entre os dois países: Brasil e a Hungria. Neste ano, a Hungria começou uma política chamada “Abertura para o Sul” prestando mais atenção do que antes nesta importante região da América. A Hungria abriu a Casa de Comércio no Rio de Janeiro, o Consulado-Geral em São Paulo e o Curso da Língua e Cultura Húngaras na Universidade de São Paulo, a USP. Há sete Cônsules Honorários da Hungria em várias cidades do Brasil, que acolhe uma comunidade húngara de 100 mil pessoas. A Hungria é extremamente popular entre os estudantes brasileiros: mais de 2300 jovens estudaram no país pelo programa Ciência sem Fronteiras. A Embaixada organiza e apóia vários eventos de negócios e de cultura. Foi realizado em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP –em abril deste ano, o primeiro fórum de negócios para estreitar relações comerciais entre empresas dos dois países. E, como incentivo a cultura, o programa de música clássica “Prelúdio” da TV Cultura, em parceria com a Embaixada Húngara, oferecerá ao vencedor como o Grande Prêmio 2015 uma bolsa de estudos de um ano em Budapeste. No dia 23 de outubro comemora-se a Revolução Húngara de 1956. Nesta data o povo húngaro uniu-se pela liberdade contra a ocupação estrangeira e, lutou contra um império poderoso que foi a União Soviética, naquela época duzentos e quarenta vezes maior que a Hungria, contra o qual não tinha esperança de ganhar. Mas o ideal de liberdade é eterno. Hoje a Hungria é membro da União Européia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN – e não há mais opressão e ocupação. Porém, em vários lugares do mundo, ainda é necessária a inspiração de liberdade que revoluções como a da Hungria significaram. Em homenagem ao Dia Nacional da Hungria, a Vossa Excelência Geraldo Alckmin, governador do Estado de São Paulo decretou o nome de “Comunidade Húngara”, a um importante viaduto na capital pelo qual passam dois milhões de paulistanos por dia.

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