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29/10/2015 - 06:48

Brasil já tem 12 milhões de doentes reumáticos, alerta sociedade brasileira de reumatologia

Dados da Previdência Social apontam que as dores na coluna e os problemas nas vértebras, como hérnias e outros transtornos de discos intervertebrais, foram a maior causa de afastamento do trabalho no ano passado - 199.260 mil casos-, seguida de traumatismos.

As doenças reumáticas já afetam cerca de 12 milhões de brasileiros, com manifestações em pessoas de qualquer idade, alertam os especialistas da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Entre as mais frequentes estão artrite reumatoide, osteoartrite (artrose), espondiloartrites, osteoporose, fibromialgia, gota e lúpus. No calendário brasileiro, o dia 30 de outubro é lembrado como Dia Nacional da Luta Contra as Doenças Reumáticas.

Existem mais de 120 doenças reumáticas catalogadas, que acometem o aparelho músculo-esquelético. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, César Baaklini, as doenças reumáticas são tratadas atualmente por apenas cerca de 2,2 mil profissionais no país. “É muito pouco e concentrado principalmente na Região Sudeste do país”, diz Baaklini. “É preciso procurar melhorar o nível de consciência da população sobre as doenças e orientar os médicos que atuam na atenção primária para identificar o início da doença”, acrescenta o especialista.

No mercado de trabalho, as doenças reumáticas estão entre as primeiras causas de afastamentos. Dados da Previdência Social apontam que as dores na coluna e os problemas nas vértebras, como hérnias e outros transtornos de discos intervertebrais, foram a maior causa de afastamento do trabalho no ano passado - 199.260 mil casos -, seguida de traumatismos com fraturas de pernas, tornozelos, pés, mãos, punhos e antebraços.

A espondilite anquilosante é um tipo de inflamação das articulações da coluna vertebral e outras articulações, como quadris, ombros e membros inferiores. Acomete três vezes mais homens do que mulheres e pode apresentar os primeiros sintomas entre os 20 e 40 anos de idade. A doença se caracteriza pela dor persistente (por mais de um mês) na coluna e que surge de modo lento ou insidioso, com rigidez matinal (diminui de intensidade durante o dia), melhora com exercício e piora com repouso. A espondilite anquilosante pode se iniciar por dor nas na?degas, se espalhando pela parte posterior das coxas e inferior da coluna. Um lado do corpo pode estar mais dolorido do que o outro. A inflamação das articulações entre as costelas e a coluna vertebral pode causar dor irradiada para o peito, que piora com a respiração profunda, sentida ao redor das costelas, ocorrendo pela dor diminuição da expansibilidade do tórax durante a respiração profunda. Alguns pacientes apresentam forte cansaço, perda de apetite e peso.

Estimativas da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) apontam que a artrite reumatóide, que provoca inflamação nas juntas, acomete cerca de 2 milhões de pessoas, a fibromialgia já atinge 3% da população e a osteoporose, doença que enfraquece os ossos, provocando enfraquecimento com possibilidade de quebra ao mínimo esforço, afeta 1 em cada 3 mulheres. São seis casos de osteoporose feminina para cada caso de osteoporose masculina. Porém, quando a doença atinge homens, embora em menor proporção, a taxa de mortalidade é duas vezes maior do que em mulheres, quando há fratura de fêmur.

Ao contrário de algumas doenças consideradas silenciosas (hipertensão e diabetes), as doenças reumáticas podem ser sinalizadas pelo próprio paciente, que identifica os primeiros sinais como dor e rigidez ao fechar os dedos das mãos, elevar os braços ou levantar-se de uma cadeira. Se a doença for descoberta logo no início e o paciente tiver tratamento adequado, ele pode seguir com uma vida normal, diminuindo assim os riscos de incapacidade física.

Para a presidente da Comissão de Artrite Reumatoide da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Licia Maria Henrique da Mota, o paciente deve procurar um profissional assim que começar a perceber dor e inchaço nas articulações. “O paciente não tem como comprovar a suspeita [de estar com artrite reumatoide]. Mas, se ele chegar a um especialista muito precocemente, o especialista consegue fazer o diagnóstico e, iniciar o tratamento. O que acontece, geralmente, é uma demora muito grande. Primeiro porque o paciente demora a perceber os sintomas, e aqui no Brasil temos o problema da automedicação. O paciente compra o remédio na farmácia e vai protelando o problema”, complementa Licia.

Tratamento —O tratamento das doenças reumáticas é garantido no Sistema Único de Saúde (SUS). A assistência aos pacientes com doenças reumáticas inclui desde o fornecimento de medicamentos até a realização de terapias integrativas, associadas à realização de exercícios que devem ter indicação do médico.

A recomendação é para que percebidos os primeiros sintomas de doenças reumáticas (dor, inchaço e rigidez nas juntas), o paciente procure o serviço médico mais próximo da sua residência. As doenças reumáticas são crônicas, não têm cura, mas têm tratamentos.

Identificando as doenças —Artrite reumatoide: é uma doença crônica inflamatória, cuja principal característica é a inflamação das articulações (juntas), embora outros órgãos também possam ser comprometidos. É uma doença autoimune, ou seja, é uma condição em que o sistema imunológico, que normalmente defende o corpo de infecções (vírus e bactérias), passa a atacar o próprio organismo (no caso, o tecido que envolve as articulações, conhecido como sinóvia). A inflamação persistente das articulações, se não tratada de forma adequada, pode levar à destruição das juntas, o que ocasiona deformidades e limitações para o trabalho e para as atividades da vida diária. O tratamento adequado e precoce pode prevenir a ocorrência de deformidades e melhorar a qualidade de vida de quem tem a doença.

Qualquer pessoa, desde crianças até idosos, pode desenvolver a doença. No entanto, ela é mais comum em mulheres por volta dos 50 anos de idade. Pessoas com histórico familiar da doença têm mais risco de desenvolvê-la.

Osteoporose: é uma doença que pode atingir todos os ossos do corpo, fazendo com que fiquem fracos e com possibilidades de quebradura ao mínimo esforço. Os principais tipos são: osteoporose pós-menopausa, osteoporose senil, osteoporose secundária. Há um conjunto de fatores que influenciam e favorecem o desenvolvimento da osteoporose, que são: menopausa, envelhecimento, hereditariedade, dieta pobre em cálcio, excesso de fumo e álcool, imobilização prolongada e até medicamentos.

O exame mais adequado para o diagnóstico da Osteoporose é a densitometria óssea, que permite avaliar o estágio da doença e serve como método de acompanhamento do tratamento. É um exame indolor que mede a massa óssea na coluna e no fêmur.

Fibromialgia: é uma síndrome clínica que se manifesta, principalmente, com dor no corpo todo. Muitas vezes fica difícil definir se a dor é nos músculos ou nas articulações. Junto com a dor surgem sintomas como fadiga (cansaço), sono não reparador e outras alterações como problemas de memória e concentração, ansiedade, formigamentos/dormências, depressão, dores de cabeça, tontura e alterações intestinais. Uma característica da pessoa com a doença é a grande sensibilidade ao toque e à compressão de pontos no corpo.

A doença acomete mais mulheres do que homens e costuma surgir entre os 30 e 55 anos. É uma condição médica crônica, que não existe cura, porém, não é uma doença progressiva. Diferentemente de outras doenças reumáticas, como a Artrite Reumatoide e a Artrose, a Fibromialgia não causa deformidades ou incapacidades físicas graves.

Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES o apenas Lúpus)_ Doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva (meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão. São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo e braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos. Por ser uma doença do sistema imunológico, que é responsável pela produção de anticorpos e organização dos mecanismos de inflamação em todos os órgãos, quando a pessoa tem LES ela pode ter diferentes sintomas em vários locais do corpo. Alguns sintomas são gerais como febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Outros, específicos de cada órgão como dor nas juntas, manchas na pele, inflamação na pleura, hipertensão e/ou problemas nos rins. Nas fases iniciais da LES os sintomas que, principalmente, mais incomodam são desânimo, cansaço e perda de apetite

A Sociedade Brasileira de Reumatologia dispõe de inúmeras cartilhas com informações sobre prevenção, causas, diagnósticos e tratamentos de doenças reumáticas, bem como dicas importantes de exercícios indicados para o fortalecimento muscular e para a realização de atividades diárias pelos pacientes. As cartilhas com linguagem fácil são gratuitas e estão disponíveis para download no site www.reumatologia.org.br . Também são distribuídas em eventos e nas redes pública e privada de saúde.

O que é reumatologia? É a especialidade médica que estuda, diagnostica e trata uma série de moléstias relacionadas ao comprometimento do sistema músculo-esquelético e do tecido conjuntivo podendo ser subdividida em outras áreas de atuação como: Doenças autoimunes difusas do tecido conjuntivo, vasculites sistêmicas, espondiloartropatias, doenças osteometabólicas, degenerativas, articulares causadas por microcristais, artropatiasreativas, reumáticas associadas a processos infecciosos, reumatismos extra-articulares, e artropatias secundárias a outras enfermidades não reumáticas.

Sobre a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) —Fundada em 1949 pelos médicos Dr. Herrera Ramos, Dr. Valdemar Bianchi, Dr. Pedro Nava, Dr. Israel Bonomo ,Dr. Décio Olinto e outros, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) tem como missão promover a excelência da Reumatologia mediante incentivo ao ensino, à pesquisa e à assistência e contribuir para a formulação de políticas públicas, visando à saúde e ao bem-estar do paciente reumático. Congregar os reumatologistas e promover, divulgar e ampliar a abrangência do exercício da especialidade. Sem fins lucrativos e filiada à Associação Médica Brasileira (AMB), a SBR tem hoje mais de 1500 associados, 25 sociedades regionais filiadas e 24 assessorias e comissões científicas, que atuam nas várias expressões dessa especialidade médica. A SBR luta para promover a saúde da comunidade, contribuindo para a formulação de políticas públicas, bem como aprimorar os conhecimentos em reumatologia, estimulando os médicos-pesquisadores com prêmios, bolsas de estudo e financiamento de pesquisa. Outras informações: www.reumatologia.org.br

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