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29/10/2015 - 07:31

Novos investimentos sinalizam recuperação da indústria de etanol no Brasil

São Paulo—Receitas maiores por vendas no mercado doméstico e no exterior estão permitindo a primeira onda de investimentos na complicada indústria de etanol no Brasil em quase uma década, com empresas se expandindo ou aumentando a capacidade.

A usina privada Rio Verde, de porte médio, disse que dobraria a produção de etanol ao longo dos próximos dois anos para capturar o retorno demanda por biocombustível.

A Cargill e a Odebrecht são as maiores de pelo menos oito outras empresas a investir na expansão nos últimos meses, mesmo quando a maior economia da América Latina mergulha de maneira profunda em sua pior recessão em mais de uma década.

O colapso do real melhorou as perspectivas do etanol brasileiro no exterior e os recentes aumentos nos preços nas refinarias feitos pela estatal Petrobras e impostos sobre a gasolina impulsionaram a demanda doméstica para o biocombustível a níveis recordes.

No acumulado do ano até setembro, as vendas de etanol hidratado aumentaram 42,2% para 13,14 bilhões de litros, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), enquanto a comercialização de gasolina tem queda acentuada.

Uma vez finalizada, a produção expandida da Rio Verde corresponderá apenas por uma porção pequena da capacidade total do Brasil, mas este e outros projetos são o maior sinal até agora de que o etanol passou pelo momento mais crítico depois que os subsídios do governo aos preços da gasolina não puderam mais ser sustentados.

"O cenário para o etanol se iluminou, mesmo com a economia geral parecendo mais difícil," disse Luis Galan, gerente de operações da usina de Rio Verde, no Estado de Goiás.

Mais cedo este ano, a Rio Verde começou a colocar em operação sua nova unidade de etanol, a qual irá produzir 180 mil litros por dia, em adição à atual produção de 300 mil litros por dia. Outros 190 mil litros/dia em capacidade devem operar na segunda fase da expansão, em 2016 ou 2017.

Os totais 670 mil litros por dia correspondem a 0,5 por cento da capacidade do Brasil de 115 milhões de litros/dia.

Para ser exato, muitas das 360 usinas do país não estão em posição para construir novas fábricas conforme lutam com a sufocante dívida acumulada na última década. Muitas ainda estão céticas de que o governo tenha abandonado sua prática de reprimir os preços dos combustíveis para limitar a inflação, o que ajudou a levar quase 80 usinas à falência nos últimos anos.

Mas o governo está rapidamente ficando sem maneiras de substituir as receitas em queda pelo aprofundamento da recessão econômica. Isto torna os aumentos adicionais de impostos na gasolina mais prováveis, o que pode fortalecer ainda mais a vantagem do etanol nas bombas de combustível.

"O setor está finalmente se recuperando," disse Alexandre Figliolino, chefe de agronegócio no banco de investimentos Itaú BBA. | Reese Ewing/Reuters.

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