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04/11/2015 - 08:27

Negócios da moda e a moda dos negócios


Muito se tem falado e questionado sobre os negócios da moda, as ondas de negócios que parecem repetir propostas, conceitos e viram moda com determinados produtos.

Parece confuso, mas é mais ou menos assim. Alguém tem uma ideia em cima de um produto ou serviço como já vimos anteriormente, seja com cupcakes, brownies, bolos, cafés, sorvetes, iogurtes, emagrecimento, fotodepilação, entre outros. Então, cria-se um negócio tendo como base um único produto e suas variáveis, receitas, coberturas, equipamentos ou métodos de aplicação. Passados alguns dias do lançamento de um primeiro modelo de negócio ou do boato lançado a partir de fornecedores, funcionários e/ou outros envolvidos, vários empreendedores criam negócios, defendidos como diferenciados, que vendem cupcakes, brownies, bolos, café, sorvetes, etc. Nascem, então, as iogurterias, paleterias, esmalterias, brigaderias, e outras “ias” que viram verdadeiras febres. A concorrência fica desenfreada, assim como a expansão desses negócios. Passamos a encontrar os “mesmos” produtos, sob marcas distintas, a cada esquina, shopping center, posto de combustível ou banca de jornal.

Outro fato curioso é que, muitos desses empresários, se dizem pioneiros ou os precursores. Foram os primeiros a ir ao México estudar as paletas mexicanas ou à Itália descobrir receitas de gelatos. As receitas de brownies ou cupcakes são segredos de família e os bolos são sempre a receita das avós de quando eles, todos, eram crianças. Até hoje, só não tive a oportunidade de saborear o bolo de chocolate que minha mãe fazia e ela chamava de “peteleco”. Até porque a forma, em que ela assava, era retangular e, nas franquias de bolos, nas redes de supermercado, padarias ou cafeterias, os bolos são, na sua maioria, redondos e com buraco no meio. São deliciosos, mas, raramente, escutamos alguém falar que comeu bolo da marca “X”. A indicação fica por conta de ser “uma franquia de bolo no caminho de casa”, “perto do escritório”, “ao lado da academia”, “na padaria que adoro tomar café antes de trabalhar”.

Dois a três anos após a instalação da onda, o consumidor se acostuma com os produtos, que perdem o ar de novidade, os incorpora com moderação à lista de compras, as vendas caem para um patamar de normalidade e algumas marcas não sobrevivem à concorrência. Isso acontece por causa dos pontos mal localizados, ao diferencial inexistente e ao amadorismo de empresários impulsionados pela possibilidade do dinheiro rápido e fácil. Erros básicos são cometidos nas estratégias de criação desses negócios, no ímpeto de expandir e na comunicação inadequada que confunde se estão vendendo bolos, sorvetes, esmaltes ou franquias. Se o foco da comunicação é o consumidor ou o investidor. Posicionamento da marca: o que é isso mesmo? De que marca?

E food truck, é outro modismo? Não creio. O problema não está no canal de vendas sobre rodas, com ou sem motor, mas em quem vai pilotar o fogão, pois há quem compre um fogão com 8 bocas para vender hambúrguer, que é feito na chapa. E leia esta proposta: que tal uma bike food que vende flores? Sim, há quem pense nesta possibilidade.

O food truck é um PDV móvel que pode ter um investimento menor que uma loja física, menor custo de ocupação e estar onde o povo está. Em eventos, feiras, praças, próximo a estádios, baladas, shows, universidades, com endereços fixos ou não. A legislação ainda é muito precária ou ausente, conforme o município. Cabe avaliarmos os motivos para os que não forem bem, pois que é uma tendência, que tem mercado e oportunidade de bons negócios. Há operações rentáveis, simples e que vieram para ficar. Já virou moda, febre, onda. E, de novo, vão ficar os que forem estratégicos, estruturados, conhecedores do que estão fazendo. Na onda virão os trucks de acessórios, sandálias, óculos. Sorte de nós, consumidores.

. Por: Ana Vecchi, diretora da consultoria Vecchi Ancona – Inteligência Estratégica.

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