Brasil priorizou o ‘terceiro-mundismo’ nas relações externas, afirma vice-presidente da AEB

Palestra de Mauro Oiticica Laviola encerrou programação do 14º Seminário de Negócios Internacionais da Serra Gaúcha,

Palestrante da reunião-almoço que fez parte da programação do 14º Seminário de Negócios Internacionais da Serra Gaúcha, no dia 09 de novembro (segunda-feira), o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) Mauro Oiticica Laviola afirmou que o Brasil está imobilizado em matéria de negociações internacionais com áreas mais desenvolvidas. “Estamos presos às amarras do Mercosul, que não funciona e que se transformou de ente comercial em ente político, e a política inviabilizou qualquer esforço de aglutinação e integração na área regional”, criticou o economista. Segundo ele, o Mercosul não consegue avançar sequer para uma área de livre comércio. “Houve priorização ao “terceiro-mundismo” nas relações externas brasileiras”, declarou.

Além do imobilismo, Laviola disse que o Brasil enfrenta séria carência competitiva nos bens industrializados. Somado a isso, fatores como falta de investimentos internos em infraestrutura, burocracia e insuficiência de linhas de crédito para exportação farão com que o comércio exterior brasileiro seja inferior a 1% do total mundial em 2015, ressaltou. “A AEB estima queda no fluxo de comércio em 2015 de 25% nas importações e entre 16% e 18% nas exportações”, revelou Laviola.

O 14ª Seminário de Negócios Internacionais da Serra Gaúcha, uma iniciativa da Diretoria de Negócios Internacionais da CIC, teve início pela manhã com a palestra do consultor Angelo Lunardi sobre operações back-to-back. Na sequência, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) Cézar Luiz Müller falou sobre as relações entre Estados Unidos e Cuba e os impactos no Brasil. Houve ainda a apresentação de dois cases. O primeiro, sobre a participação da caxiense Agrale no “Programa Mais Alimentos” para Cuba, apresentado pelo supervisor comercial de Exportação, Marcelo Gilnei Stringhi. Após, o case da FM Coempar Importadora e Exportadora, apresentado pelo seu fundador e diretor-executivo, Hedair Natal Cocco.