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12/11/2015 - 08:04

“Biquini —duas peças que mudaram a Rua e o Mundo”

Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro lança livro que conta a história da Rua dos Biquínis e a evolução das “duas peças”. Trabalho é recheado de crônicas com a trajetória de empreendedores locais, especificamente, se fala economia que permeia a cidade de Cabo Frio, mas o estado se destaca também com Búzios.

Considerado as “duas peças que mudaram o mundo”, o biquíni completa 70 anos em 2016. A invenção francesa tornou-se um dos produtos brasileiros mais conhecidos internacionalmente. Para contar essa história, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, em parceria com o Sebrae/RJ e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), lançou no dia 11 de novembro(quarta-feira) o livro “Biquini —duas peças que mudaram a Rua e o Mundo”. O trabalho, de autoria do jornalista Alexei Waichenberg, apresenta a linha do tempo da história do biquíni e histórias motivadoras de 26 empresários da Rua dos Biquínis, em Cabo Frio.

De acordo com a subsecretária de Comércio e Serviços do Rio de Janeiro, Dulce Ângela Procópio, a publicação passa a ser uma referência da indústria e do comércio da Moda Praia do Rio de Janeiro. “O lançamento do livro resgata a história do biquíni no Estado”, disse.

A subsecretária ressalta ainda a parceria do BID na produção da obra. “A participação do BID é essencial para a concentração dos empresários que fazem parte do Arranjo Produtivo de Moda Praia, e graças ao apoio do banco foi possível lançar o livro. Também o apoio do Sebrae tem sido fundamental para consolidar parcerias como essa”, explicou Dulce. O lançamento do “Biquini – duas peças que mudaram a Rua e o Mundo” será no Clube Costa Azul, em Cabo Frio, às 20h.

Em 2007, iniciou-se então a formação do Arranjo Produtivo Local (APL) na Região dos Lagos, com a concentração em Cabo Frio. A Rua dos Biquínis, onde gravitam centenas de fábricas, hoje já é o segundo ponto turístico mais visitado de Cabo Frio —atrás da Praia do Forte— e o maior empregador feminino de toda a região. Pesquisas locais mostram que 90% dos turistas que desembarcam de transatlânticos rumo ao Polo Moda Praia retornam com pelo menos uma sacola, o que aponta o segmento como uma das principais fontes de economia cabofriense. Na região concentram-se 200 indústrias de confecção e 250 lojas, aproximadamente, gerando dez mil empregos diretos e mais dez mil indiretos na alta temporada.

No Brasil, o biquíni começou a ser usado no final dos anos 50. Primeiro, pelas vedetes, como Carmem Verônica e Norma Tamar, que juntavam multidões nas areias em frente ao Copacabana Palace, no Rio de Janeiro e, mais tarde, pela maioria decidida a aderir à sensualidade do mais brasileiro dos trajes. A partir daí, a história do biquíni se confunde com a das praias cariocas, verdadeiras passarelas de lançamentos da moda praia nacional.

Formação da Rua dos Biquínis — Em 1953, a costureira cabofriense Nilza Rodrigues Lisboa resolveu investir na confecção das peças criadas na França. Com roupas e biquínis emprestados pela atriz Tônia Carrero, frequentadora assídua do destino turístico, Dona Nilza copiou os moldes e fez da artista sua primeira cliente. Com uma máquina de manivela, sob a luz do lampião, ela iniciava uma das principais atividades econômicas de Cabo Frio. Começava ali a Rua dos Biquínis, a única no mundo a concentrar lojas que comercializam exclusivamente a moda praia. São quase 100 metros onde estão reunidas grifes de diversos portes e que só no ano passado fabricaram cinco milhões de peças.

A história mostra que Dona Nilza fez escola. Com a ajuda da família, sua produção foi crescendo e em pouco tempo contava com 32 costureiras e 22 máquinas. Além de autodidata, ela foi professora e incentivadora de muitas das costureiras, ajudando, inclusive, várias delas na abertura de seus próprios negócios. Em meados dos anos 80, alguns microempresários já haviam se instalado no local em lojas adaptadas: salas e quartos das famílias de pescadores que lhes alugavam para a abertura de estabelecimentos comerciais. A partir de então, novos empresários, não só de Cabo Frio mas também do Rio de Janeiro, Petrópolis, São Paulo e Minas Gerais, instalaram-se na rua e ampliaram a produção local além dos biquínis, introduzindo outros artigos da moda praia.

Linha do tempo dos biquínis —Há exatos 70 anos, no fim da Segunda Guerra Mundial, a juventude exigia liberdade de expressão e de comportamento. A invenção do biquíni é disputada por Louis Réard, que apresentou duas peças pequenas de roupa, classificando-as como “o menor maiô do mundo”, e pelo designer de moda, Jacques Heim, ambos franceses. O fato é que o biquíni, mais do que um inovador traje de banho, teve mesmo a intenção de subverter os padrões daquela época. A linha do tempo do biquíni comprova que o biquíni nunca ficou ultrapassado, ao contrário, vem se renovando e acumulando versões e conotações que se adaptam culturalmente à evolução dos hábitos e costumes da sociedade praiana.

As novidades na modelagem e na padronagem de tecidos não param de ser inventadas, mas alguns campeões de bilheteria jamais perdem seu lugar no gosto popular. Ainda hoje encontra-se o “sunquíni”, peça mais composta, usada pelas mulheres de 40 a 65 anos, o “tomara que caia”, tendência que ganhou destaque no início do século XXI e que encanta as adolescentes. E ainda o já maduro “fio dental”, que agora evolui para o “superfio”, conserva o ar sensual da mulher e ainda serve para não deixar marcas no bronzeado perfeito. O “asa-delta” e o “piapes” – cintura alta – utilizado inicialmente nas décadas 50 e 60, nunca saíram das praias. O “engana mamãe”, que entrou na moda nos anos 70, na famosa geração hippie, também continua sendo procurado nas lojas. Os biquínis de lacinho agora são chamados de “color block”, porque contrastam cores fortes nas versões desencontradas da parte de cima e da parte de baixo. E assim, nessa verdadeira “democracia dos biquínis”, a lei que impera é a criatividade e o conforto. Aí vai um convite para conhecer década a década esse brotinho de 70.

Nos anos 50, mesmo com o biquíni proibido em vários países, atrizes e pin-ups como Ava Gardner, Ursula Andrews, Sophia Loren, Gina Lollobrigida, Rachel Welch e Brigitte Bardot foram contra todos os preconceitos da época e aderiram ao biquíni, como instrumento de sedução em filmes e em fotos. Em 1956, Bardot imortalizou o traje no filme “E Deus Criou a Mulher”, ao usar um modelo xadrez vichy adornado com babadinhos. O estilo da década era duas peças, de tamanho grande e com as cavas da calça bem baixas.

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