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17/11/2015 - 08:44

Mioma e infertilidade


O mioma é um tumor benigno que se localiza na parede uterina. A medicina não sabe por que ocorre, mas é comprovado que tem uma base genérica, isto é, certas mulheres tem propensão a tê-los, sendo mais frequente em pessoas afrodescendentes.

O mioma é uma alteração da fibra muscular da parede do útero que cresce sob a influência dos hormônios produzidos naturalmente pela mulher em seu ciclo menstrual. A velocidade desse crescimento é particular de cada indivíduo, sendo que em algumas mulheres o crescimento é inexpressivo, ficando praticamente do mesmo tamanho a vida toda, enquanto que em outras, em menos de um ano, o mioma poderá dobrar ou triplicar de tamanho.

Existem três tipos de miomas: os subseroros, que crescem da parede do útero para fora; os intramurais, que crescem dentro da parede do útero e os submucosos que crescem da parede uterina para dentro da cavidade. Os sintomas mais comuns são cólicas menstruais e menstruação excessiva.

A infertilidade pode ser causada pela presença do mioma na cavidade uterina, funcionando como se fosse um corpo estranho, impedindo a fixação do embrião. Quando fora da cavidade uterina, alguns estudiosos acreditam que o número e o tamanho possam influenciar na capacidade de engravidar.

Não existe nenhum tratamento medicamentoso que cure os miomas. Apenas a cirurgia poderá retirá-los. A maior parte dos miomas submucosos pode ser retirada por cirurgia via vaginal, chamada videohisteroscopia. Já os miomas intramurais e subserosos, quando existe a indicação cirúrgica, podem ser retirados por videolaparoscopia.

O útero, após a cirurgia, recupera sua anatomia e funcionalidade, tanto para a vida como para a fertilidade. Já para alguns casos específicos, o tamanho do mioma pode ser reduzido, utilizando uma medicação que bloqueia a parte hormonal feminina, e em 3 a 4 meses os miomas desidratam, diminuindo em até 30%. Esta diminuição pode ser estratégica, para preparar para uma cirurgia, com miomas menores. Se nada for feito, com o tempo, os hormônios voltam e o mioma evolui ao tamanho inicial.

Existem mais duas outras técnicas, não cirúrgicas, para tratamento de miomas. A embolização e o tratamento com ultrassom de feixe convergente. A embolização entope os vasos que nutrem o mioma e este vai necrosar e ser absorvido. O ultrassom concentra a ação em um dos pontos provocando um aumento de temperatura destruindo o mioma. As duas técnicas só devem ser aplicadas em pacientes que não desejam engravidar, pois a mulher pode perder o útero ou parte dele, inviabilizando a gestação. As duas técnicas não são recomendadas pelas mais diversas sociedades de Medicina de Reprodução.

Segundo estudos médicos, a histerectomia seria o tratamento ideal e definitivo, pois retiraria o útero e o problema acabaria. Mas vale para mulher que não quer engravidar. No entanto, para muitas mulheres que já tem filhos, a retirada do útero pode ser vista como uma castração. Muitas mulheres abominam a menstruação, mas a grande maioria não quer viver sem ela, ou pelo menos com a possibilidade de tê-la. Logo a histerectomia deve ser feita quando não há condições de manter o útero. Mas é preciso estudar todos os aspectos e ouvir a paciente para que a melhor atitude seja tomada.

. Por: Dr. Luiz Fernando Dale, Médico, Especialista em Reprodução Humana - Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, ocupando cargos na diretoria. Membro da American Society for Reproductive Medicine desde 1983 e da Societé Française de Gynecologie desde 1987. Membro da European Society of Human Reproduction and Embriology desde 1997.

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