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25/11/2015 - 07:38

De Volta ao Futuro


Segundo o Dicionário Houaiss, a palavra crise é, em medicina, “o momento que define a evolução de uma doença para a cura ou para a morte” ou de “dor paroxística, com distúrbio funcional em um órgão”.

Em economia, é “a fase de transição entre um surto de prosperidade e outro de depressão, ou vice-versa”.

Para a educação, prefiro ficar com a definição da medicina e tratar isto como uma doença que evolui, evidentemente com otimismo, para a cura.

A queda do PIB e outros indicadores econômicos geram um movimento que definirá a evolução da educação em engenharia. O momento não ofusca o que temos pela frente na indústria automobilística.

Vou citar dois dos mais excitantes desafios: o primeiro, os carros autônomos e mais seguros através de uma coleção de sensores e softwares. O outro, a necessidade de se reduzir os níveis de emissões de CO2.

Nem mesmo precisamos da antiga motivação que era o desaparecimento do combustível fóssil da face da terra. Pudera. Com o custo do barril de petróleo a meros U$ 48 descobrimos que ainda temos muito petróleo. Mas precisamos de carros elétricos e híbridos para nos tornarmos verdes e, portanto, uma parafernália de tecnologia de baterias, células, nanotecnologia e softwares para gerenciar tudo isso.

Para os carros sem motorista e que tampouco necessitam de gasolina, a inteligência artificial não é mais ficção. Decididamente as máquinas estão aprendendo a aprender e tomando decisões. O estudo das redes neurais permite que uma máquina se comporte como os neurônios humanos, onde informações fluem de uma célula à outra dando peso às sinapses de forma iterativa e gerando o que chamamos de aprendizado.

Então, leitor, atenção: vivemos duas crises, uma da economia e outra da educação. Não podemos deixar que a economia venha ofuscar o caminho para a cura da doença da educação no Brasil, que vem desde os tempos coloniais permeando todos os níveis da sociedade e alcançando até a engenharia.

E a cura consiste no seguinte tratamento: lançar-se neste admirável mundo novo, em busca de conhecimento visceral aliado a uma atitude desbravadora. Vejo um mundo onde empresas e profissionais aprendem a esquecer dos antigos paradigmas e abrem cérebros e corações para os novos tempos.

Cérebros para a robótica, inteligência artificial, redes neurais, nanotecnologia, biochips. Diga-se que sólidos conhecimentos de conceitos da física, química e biologia são mandatórios. Não se sabe qual será a próxima inovação e por isso devemos ter pilares muito firmes na areia movediça que é a inovação, sob pena de nos afundarmos na lama da mesmice. Corações para os estudantes de engenharia e empreendedores, que devem ter uma nova atitude frente às mudanças.

A inteligência artificial bebe da fonte da psicologia cognitiva, uma ciência humana, apenas para citar um exemplo. Portanto, ciências exatas e humanas jamais voltarão a ter contornos tão bem definidos aos moldes clássicos.

Para desespero do pensamento conservador, os tentáculos das ciências exatas e das ciências humanas já se entrelaçam. Provavelmente os estudantes que estão frequentando nossos vestibulares hoje terão a disposição, quando formados, tecnologias ainda não totalmente desenvolvidas ou quem sabe até sequer imaginadas no mundo de hoje.

Não há certeza de nada. E isto torna o mundo muito emocionante. Melhor que qualquer ficção científica.

. Por: Mauro Andreassa, membro do Comitê Educação de Engenharia do Congresso SAE Brasil, South America STA Senior Manager Site da Ford, e professor no Instituto Mauá de Tecnologia.

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