Congresso mais conservador ameaça direito dos trabalhadores, afirma Diap

Foz do Iguaçu— O aumento das pautas que suprimem os direitos dos trabalhadores no Congresso Nacional é um reflexo da atual bancada que compõe a Câmara, considerada a mais conservadora desde 1964. A afirmação é do assessor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), André Luis dos Santos.

André traçou um paralelo entre a perda dos direitos trabalhistas em 2015 e o levantamento feito pelo Diap sobre o perfil dos novos parlamentares eleitos ano passado, durante palestra realizada hoje no IX Congresso Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade, em Foz do Iguaçu (PR), realizado entre os dias 24 e 27 de novembro.

Durante o evento, realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh) com o apoio da Nova Central Sindical (NCST), André afirmou que a situação só não se agrava mais porque parte do Congresso resiste. “Hoje vemos uma Câmara mais conservadora e um Senado mais progressista. Uma casa tentando paralisar a votação da outra”, explica.

Ainda segundo André Santos, a falta de diálogo da presidente Dilma Rousseff dificulta mais as negociações entre setores patronal e trabalhista. Para o especialista, trabalhadores não conseguiram avançar em suas reivindicações por falta dessa intermediação do governo. “Se a presidente Dilma tivesse um diálogo mais próximo com os trabalhadores, talvez o efeito do ajuste fiscal, que penalizou só o trabalhador, teria sido minimizado. Essa falta de dialogo não contribui necessariamente para acabar com direitos, mas fragiliza a atuação dos movimentos sociais. Ou seja, o trabalhador só não perdeu mais porque resistiu”, afirma.

“Estamos passando por um período em que falta harmonia entre o Executivo e o Legislativo, e a relação da presidente Dilma com o Congresso está enfraquecida, diminuindo sua capacidade de negociação. Com isso, a bancada conservadora consegue impor mais suas reivindicações”, finaliza Santos.