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28/11/2015 - 07:47

Noticias, empresas e pessoas


Ponderando sobre a participação de marcas e pessoas na construção de matérias jornalísticas.

Ao lermos matérias em revistas, jornais ou site, e ao vermos também em telejornais, podemos facilmente observar o processo de construção da notícia e, na maioria das vezes, o quanto os jornalistas se esforçam para serem imparciais. Quando há uma boa construção a leitura é agradável, quase como se estivéssemos “ouvindo” um “bom causo” – como diz um amigo repórter de telejornal – ou, para melhor entender, uma história bem contada.

Certo que nem todos gostam de ouvir notícias trágicas, ainda que sejam traídos pela curiosidade “às vezes”. Mas, no geral, as notícias do cotidiano geram bastante interesse e são construídas através de depoimentos. Por exemplo, se é falado de uma exposição em determinado espaço cultural, será necessário relatar do que se trata e ouvir o artista ou o curador, e também o público que apreciará o evento. Já se a matéria é de economia, poderá ser ilustrada com pesquisas, entrevistas de economistas, consumidores e comerciantes. Tudo dependerá do tema e da extensão que se pretende alcançar no assunto.

O que me intriga são veículos que entrevistam empresários e não atribuem a eles empresa alguma, pois se a fonte é verdadeira e confiável, por que não dizer de onde vem? Será que seria mesmo “comercial” chancelar um depoimento? E quando o tema é saúde, atribuímos aos médicos suas especialidades, então porque não dizer em qual renomado hospital ou clínica trabalham, já que infelizmente até na medicina há charlatanismo? Para dar veracidade é necessário saber a origem, pois notícia deve esclarecer e não gerar mais dúvidas.

Normalmente as matérias destacam o que o “chavão” jornalístico chama de “personagem”, ou seja, aquelas pessoas que ilustram o texto com suas histórias e também com “aspas” ou em “sonoras”, que são pequenas falas separadas de acordo com a “edição” do texto do repórter. As histórias destas pessoas, que podem ir desde uma dona de casa até a um grande empresário, tornam o jornalismo muito mais interessante e as matérias “menos chatas”. No caso de telejornalismo, ninguém aguenta assistir um monólogo jornalístico ou simplesmente notas simples (apenas lidas pelo apresentador) ou “cobertas” (apenas com imagens) por muito tempo! Quanto à imprensa escrita, artigo é bom, mas só o relato dos jornalistas também não traz credibilidade.

Antes de se construir a matéria, quando não é factual ou de última hora, há um trabalho de “pauta” onde serão procuradas e agendadas fontes e histórias que monte o “quebra-cabeça” da matéria, que será construída e vista pelo leitor ou expectador. Com foco em gerar interesse, será necessário garimpar coisas diferentes, que tornem a matéria atraente e cative o expectador ao veículo ou ao programa. Afinal, nenhum veículo sobrevive sem audiência ou leitores!

Neste processo que entra o trabalho também jornalístico de “assessoria de imprensa”, que faz a ponte entre os veículos de redação com profissionais diversos, empresários, empresas de diferentes segmentos, eventos, entre outros. Essa função foi criada justamente para facilitar esse contato entre companhias ou especialistas e jornalistas, e também para que os acontecimentos relevantes dos mesmos sejam, em forma de releases e contatos, levados às redações. Cabe aos jornalistas filtrar as pautas que mais interessam ao veículo naquele momento. Tarefa nada fácil! Não dá para ter preguiça no trabalho de “apuração”, é necessário ler muito, pesquisar e saber o que é uma boa notícia.

Porém, infelizmente, ainda que esse processo seja antigo, poucos entendem este método. E até mesmo os profissionais de redação, em alguns casos, parecem não reconhecer a função importante do assessor de imprensa e não valorizam os depoimentos de uma fonte, quando não dão o devido crédito ao entrevistado e sua origem. Há também empresários e profissionais que não entendem o quanto ser notícia é uma maneira transparente de mostrar que determinadas empresas, produtos ou serviços, são dignos de credibilidade e que quando ilustram matérias agregam ainda mais valor à marca.

. Por: Euracy Campos, Jornalista e Diretora de comunicação da Estilo Press [www.estilopress.com.br].

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