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A previsão para 2007 é de calmaria, com leve alta do dólar

São Paulo - Pelo menos nas cotações do dólar, o ano novo promete poucas novidades. Analistas acreditam que a moeda norte-americana irá manter o comportamento visto em 2006, de oscilações discretas, mas com um leve ajuste para cima.

O dólar perde terreno para o real desde 2003, acumulando queda de quase 40 por cento no período. Em 2006, porém, o declínio foi mais contido, de 8,13 por cento, e para o ano que vem a expectativa é de alta de pouco mais de 5 por cento --por conta, principalmente, do menor vigor das exportações.

Segundo levantamento do Banco Central, o mercado espera o dólar a 2,25 reais no final de 2007, frente ao fechamento deste ano em 2,136 reais nesta quinta-feira.

"A gente acredita que fique nessa faixa atual, talvez um pouco mais alto por conta de redução da demanda externa, o que diminui um pouco o saldo da balança comercial, reduz um pouco a entrada de fluxo comercial", afirmou Jason Vieira, economista-chefe da Uptrend Consultoria Econômica.

O economista e diretor-executivo da corretora de câmbio NGO, Sidnei Moura Nehme, concorda que o principal fator de ajuste virá da balança comercial, já que o juro básico não deve sofrer corte tão acentuado depois de 12 reduções seguidas e, assim, continuará atraindo capital estrangeiro.

A balança comercial acumula superávit de 43,4 bilhões de dólares neste ano, até a terceira semana de dezembro. O mercado prevê desaceleração para 38,05 bilhões de dólares no fim de 2007.

Ainda assim, o impacto da balança sobre o câmbio se daria provavelmente no segundo semestre, segundo a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares. "E a expectativa de exportações ainda é grande", ponderou.

Já o gerente de câmbio do JP Morgan, Roberto Cortez Alves, avalia que o lado dos investimentos poderia compensar uma eventual queda no superávit comercial.

"Estamos em torno de 2,15 a 2,20 (reais) por vários meses e o comportamento da balança comercial ainda está muito sadio", afirmou. "Dado que a gente está entrando em ambiente de juros mais baixos, agenda mais pró-crescimento, mais pró-consumo, mais pró-crédito, isso pode atrair recursos."

"Pouso suave" nos EUA - Além do comportamento da balança e do juro doméstico, as mudanças no juro dos Estados Unidos afetam o câmbio. Isso porque a diferença entre juros domésticos elevados e juros externos mais baixos atrai investidores estrangeiros.

Para 2007, a principal dúvida é o que o Federal Reserve fará com a taxa norte-americana depois de mantê-la em 5,25 por cento por quatro reuniões seguidas. "Se cair, tem perspectiva de câmbio até mais valorizado aqui no Brasil", acrescentou Jason Vieira.

As dúvidas sobre quando haverá um corte no juro pelo Fed estão ligadas ao ritmo esperado para a economia em 2007. Analistas acreditam que o "pouso" será suave, sem grande impacto sobre os emergentes. "Não vai haver sustos, não vai haver freadas abruptas", disse Alves, do JP Morgan.

Espaço limitado para Banco Central - Os analistas também vêem espaço limitado para o Banco Central atuar no câmbio e, indiretamente, valorizar o dólar. Desde julho, a autoridade monetária vem realizando quase diariamente leilões de compra de dólar no mercado com o objetivo de recompor as reservas internacionais.

O BC também faz, esporadicamente, leilões de swap cambial reverso, que têm efeito de uma compra futura de dólar.

Para Nehme, da NGO, há pouca coisa para ser feita tecnicamente, a não ser mais leilões de swap reverso.

"As reservas estão num patamar elevado e têm um custo fiscal grande. Tem que fazer operações que reduzam um pouco esse custo fiscal, talvez com o swap (o BC) consiga isso." O gerente do JP Morgan também vê como altas as reservas internacionais brasileiras, que superam 85 bilhões de dólares, e aposta em ritmo menor de compras de dólar pelo BC.

"Acho que, ultrapassando a barreira dos 100 bilhões (de dólares), o que deve acontecer daqui a três, quatro meses, (o BC) vai passar a admitir um intervalo um pouco mais valorizado para o câmbio", afirmou Alves.

Contrariando a projeção da maioria do mercado, o gerente projeta queda do dólar para cerca de 2,10 reais no fim de 2007. "Vai haver liquidez plena, o capital estrangeiro em geral continua buscando rentabilidade em torno do globo e Brasil continua sendo uma das melhores opções."| Por: Nathália Ferreira/Reuters

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