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04/12/2015 - 08:39

Firjan: 95,7% das cidades fluminenses têm nível de desenvolvimento alto ou moderado

Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal mostra que Resende é o município mais de desenvolvido do estado. Japeri tem a pior avaliação.

Rio de Janeiro — O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) 2015, divulgado no dia 03 de dezembro(quinta-feira), revela que 95,7% das cidades fluminenses têm nível de desenvolvimento alto ou moderado. O estudo destaca ainda que o estado não possui qualquer cidade de baixo desenvolvimento.

Criado pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) para acompanhar o desenvolvimento socioeconômico do país, o IFDM avalia as condições de Educação e Saúde básicas e de Emprego e Renda de todos os municípios brasileiros. Em sua nova edição — com base em dados oficiais de 2013, últimos disponíveis — o estudo traz comparações com outros anos da série histórica, iniciada em 2005, e projeções sobre a evolução do desenvolvimento por conta da deterioração do cenário econômico.

O índice varia de 0 (mínimo) a 1 ponto (máximo) para classificar o nível de cada cidade em quatro categorias: desenvolvimento baixo (de 0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1). Foram avaliados 5.517 municípios, que abrigam 99,8% da população. Ficaram fora do índice cinco cidades criadas recentemente, que ainda não possuem dados suficientes para análise, e 48 que não declararam ou possuem informações inconsistentes.

Resende ocupa a primeira posição no ranking estadual, com 0,8441 ponto, seguida de Nova Friburgo (0,8314), Niterói (0,8302), Rio de Janeiro (0,8281), Macaé (0,8227), Itaperuna (0,8202), Volta Redonda (0,8086), Piraí (0,7943), Petrópolis (0,7904) e Teresópolis (0,7876), que está na 10ª colocação.

Resende obteve a primeira posição por conta do avanço no IFDM Emprego e Renda, que alcançou o alto desenvolvimento já observado nas vertentes Educação e Saúde. O ano de 2013 foi de grande geração de emprego na cidade, puxada pelo setor automobilístico. Isso impactou o resultado. A perspectiva é que nas próximas edições do IFDM, o indicador de Emprego e Renda reflita a rápida retração da economia. Em 2014, foram fechados mais de 300 postos de trabalho no município. Em 2015, até outubro, a situação se agravou com redução de 1.500 empregos.

Resende apresenta alto grau de desenvolvimento nas três áreas analisadas pelo índice, o que acontece em apenas 31 cidades do país. Além dessa cidade do Sul Fluminense, Niterói, a capital, e Teresópolis avançaram nas três categorias analisadas pelo IFDM. O índice ressalta ainda que as oito primeiras colocadas no estado estão entre as 500 melhores cidades do país. No ranking das capitais, o Rio de Janeiro ocupa a quinta posição, melhor colocação da capital de toda a série.

Nas últimas colocações, estão as cidades de Queimados (0,6412), Belford Roxo (0,6369), Santa Maria Madalena (0,6336), Cardoso Moreira (0,6192), Laje do Muriaé (0,6163), Conceição de Macabu (0,6018), Cambuci (0,5951), Varre-Sai (0,5950), São Sebastião do Alto (0,5869) e Japeri (0,5442), que está na última posição no ranking estadual.

Japeri e Belford Roxo estão entre as dez piores cidades do estado desde 2005. Apesar disso, apresentaram avanços significativos na comparação com o ano anterior.

Em Japeri, que teve crescimento de 6,8% na nota do IFDM, houve maior geração de empregos e retomada do crescimento da renda, e melhora na Educação. Esses avanços compensaram a piora em Saúde. Já Belford Roxo, que teve variação de 6,5% de 2012 para 2013, teve progresso nas três áreas de desenvolvimento do IFDM.

A perspectiva de desenvolvimento para os próximos anos não são promissoras. Em 2014 e 2015, houve rápida deterioração do quadro econômico. Em 2015, no estado do Rio, as demissões já superam as contratações em 132,6 mil postos de trabalho até outubro. A diminuição de empregos atingiu 73 das 92 cidades fluminenses, frente a apenas 15 em 2014. O IBGE já mediu queda real de 7,2% na renda do trabalhador da Região Metropolitana em outubro, na comparação com o mesmo mês de 2014.

Crise econômica ameaça conquistas sociais no país — O IFDM indica que o desenvolvimento socioeconômico do país está comprometido por conta do cenário econômico. Nesta nova edição, o índice aponta que, já em 2013, a nota brasileira, composta pelos indicadores de Educação, Saúde, Emprego e Renda, ficou em 0,7441 ponto, com aumento de apenas 0,2% na comparação com o ano anterior. Foi o menor avanço desde o início da série histórica do índice, em 2005, refletindo principalmente o desempenho negativo do IFDM Emprego e Renda. O indicador recuou 4,3% na comparação com 2012 e atingiu 0,7023 ponto.

Em 2015, esse indicador de Emprego e Renda poderá atingir 0,5204 ponto – menor patamar da série – já que o país deve perder mais de um milhão de postos de trabalho formais e a renda deve avançar menos que a inflação, corroendo o poder de compra do trabalhador. Os municípios, que tendem a ficar à mercê da conjuntura econômica, deverão ter menos recursos para expandir e, principalmente, para manter os programas sociais que viabilizaram o avanço nas áreas de Educação e Saúde nos últimos anos.

Na avaliação de 2005 a 2013, a Firjan destaca que a nota geral do país avançou 21,3%. Nestes oito anos, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 35%, foram gerados quase 16 milhões de postos de trabalho formais e houve aumento do rendimento médio em 28%. O bom desempenho da economia no período foi determinante para a expansão de recursos — através do recebimento de tributos via arrecadação própria ou transferências —para o financiamento das políticas públicas e, consequentemente, para a maior atuação social dos governos. Nesse período, a Despesa Orçamentária per capita média das prefeituras nas áreas de Educação e Saúde registrou crescimento de quase 80%, já descontados os efeitos da inflação. E, em 2013, os indicadores de Educação e Saúde do índice atingiram 0,7615 e 0,7684 pontos, respectivamente.

Apesar do avanço em Educação e Saúde, a Federação alerta que em 2013 o gasto per capita médio das prefeituras nessas áreas ficou estagnado. Porém, ainda assim pouco mais de um terço dos municípios têm educação de qualidade e mais de quatro milhões de brasileiros ainda vivem em cidades sem atenção básica de saúde. Um dos alertas do estudo é sobre o desempenho dos alunos do Ensino Fundamental no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) – um dos componentes do IFDM Educação. Caso o avanço (3,5%) observado em 2013 se mantenha nos próximos anos, o país só alcançará em 2031 a meta de 6,0 pontos inicialmente prevista para 2021 pelo Ministério da Educação.

No ranking geral do IFDM, a Firjan aponta que 60,3% das cidades possuem desenvolvimento moderado e apenas 7,8% registram alto desenvolvimento. O destaque positivo do índice é a cidade de Extrema (MG) que obteve 0,9050 ponto e saiu da 569ª colocação em 2005 para a primeira posição no ranking nacional em 2013 — seguida de São José do Rio Preto (SP), Indaiatuba (SP), São Caetano do Sul (SP), Vinhedo (SP), Concórdia (SP), Votuporanga (SP), Paraguaçu Paulista (SP), Jundiaí (SP) e Santos (SP), que está na 10ª posição – todas com alto nível de desenvolvimento.

Já o último colocado no ranking nacional, com 0,2763 ponto e no 5.517º lugar, está o município de Santa Rosa do Purus (AC). A cidade possui mercado de trabalho formal estagnado; apenas 16,4% de seus docentes possuem nível superior, em contraste com 79% do país; e somente 7,9% de suas gestantes vão a mais de seis consultas pré-natal —conforme preconizado pela Organização Mundial de Saúde — frente à média nacional de 61,8%.

Norte e Nordeste têm quase 70% das cidades com desenvolvimento regular ou baixo — As regiões Norte e Nordeste têm quase 70% de suas cidades com desenvolvimento regular ou baixo: no Norte são 67,2% e no Nordeste, 69,1%. A região Norte não possui nenhum município com alto desenvolvimento. Já a região Nordeste tem apenas dois municípios nesta classificação: Eusébio (0,8782) e Sobral (0,8197), ambos do Ceará.

As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste continuam mais avançadas. O Sul do país é a região mais desenvolvida, com quase a totalidade (96,8%) de seus municípios com desenvolvimento alto ou moderado. O elevado desenvolvimento socioeconômico da região é observado de maneira homogênea nos três estados: o percentual de cidades com pontuação alta ou moderada é de 96% no Paraná, 96,3% no Rio Grande do Sul e de 98,6% em Santa Catarina.

No Sudeste, 91,5% dos municípios apresentam desenvolvimento alto ou moderado. A região possui a maior quantidade de cidades no estrato superior do ranking brasileiro do IFDM, respondendo por 65 das cem maiores pontuações, das quais 56 são do estado de São Paulo. Já o Centro-Oeste possui 86,4% de suas cidades com desenvolvimento moderado ou alto, cada vez mais próximo dos padrões observados nas regiões Sul e Sudeste. O resultado mostra que o desenvolvimento econômico da região, reflexo da ascensão do agronegócio, se converteu em conquistas importantes nas áreas de educação e saúde.

Curitiba é a capital com melhor desenvolvimento socioeconômico — Nesta edição do IFDM, apenas oito capitais apresentam alto desenvolvimento, enquanto as demais registram desenvolvimento moderado. Curitiba (PR) ficou com a melhor pontuação no ranking (0,8618). A cidade registrou crescimento de 4,3% no indicador de Emprego e Renda, o que resultou em uma variação de 1,4% no índice geral. Com isso, passou da terceira para a primeira posição no ranking.

São Paulo (SP) registrou 0,8492 ponto e manteve a segunda colocação, apesar da leve variação negativa em relação à medição anterior (-0,3%), por conta da queda na vertente Emprego e Renda, já refletindo o início da desaceleração econômica naquele ano.

Na terceira posição do ranking das capitais está Vitória (ES), que obteve 0,8421 ponto, seguida de Florianópolis (SC), que foi a primeira colocada em 2012, mas caiu para a quarta posição por conta do impacto negativo dos seus índices de Emprego e Renda e de Educação.

Em 17 capitais foi verificada a redução no IFDM Emprego e Renda. Essa queda mitigou a melhora nas vertentes de Educação e Saúde, em que foram observados avanços em 22 e 16 capitais, respectivamente.

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