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05/12/2015 - 06:59

Itaipu é classificada como uma das 100 empresas mais inovadoras do Brasil


Avaliação é da IT Mídia/PwC. Itaipu concorreu com solução em software livre para melhorar o monitoramento de peixes no Canal da Piracema.

Uma solução em software livre para o sistema de monitoramento de peixes no Canal da Piracema posicionou a Itaipu Binacional como uma das cem empresas mais inovadoras do Brasil em 2015, segundo avaliação da IT Mídia, em conjunto com a auditora PricewaterhouseCoopers (PwC).

O prêmio “100 Inovadoras de TI” foi entregue no dia 17 de novembro, em São Paulo, durante a 3ª edição do IT Forum Expo. Itaipu concorreu na categoria Utilities e ficou na 34ª posição no ranking geral, à frente de gigantes como Petrobras, Caixa e Embraer (clique aqui para conhecer os vencedores).

O projeto foi desenvolvido pela Superintendência de Informática de Itaipu, a partir de demanda encaminhada pela Diretoria de Coordenação. Participaram do projeto o Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação (Itai) e o Centro Latino-Americano de Tecnologias Abertas (Celtab), do Parque Tecnológico Itaipu (PTI).

O superintendente de Informática, José Washington de Medeiros, disse que o prêmio é considerado um dos mais importantes do Brasil na área de Tecnologia da Informação e a posição de Itaipu no ranking da IT Mídia reflete os esforços da equipe em desenvolver soluções inovadoras para diferentes áreas da empresa.

“Esse prêmio é um incentivo porque coroa os nossos projetos, as nossas parcerias, e faz com que continuemos investindo em inovação, buscando sempre fornecer tecnologias que agreguem valor ao negócio. E um dos grandes negócios de Itaipu, além da produção de energia, é o meio ambiente”, afirmou.

Sobre o projeto — O novo sistema começou a ser desenvolvido no final de 2013, após consulta da Divisão de Reservatório de Itaipu, responsável pela manutenção do Canal da Piracema e o monitoramento das espécies migratórias.

A bióloga Caroline Henn explica que o sistema atual, instalado em estações distribuídas pelo canal, contém antenas de radiofrequência que captam o sinal de peixes marcados com PIT-tag, minúsculos dispositivos eletrônicos. Porém, esses sinais hoje são enviados para equipamentos obsoletos, inadequados, e que não permitem atualização tecnológica.

Trata-se de laptops antigos, ligados a grandes fontes de alimentação, com uma quantidade imensa de fios e cabos soltos. Para acessar os dados, os biólogos têm de ir pessoalmente às estações, recolher as informações em pen-drives, e depois lançá-los individualmente em planilhas de controle.

Um dos maiores problemas é que, se há queda no fornecimento de energia, o sistema não apenas deixa de captar os sinais dos marcadores, como toda a informação armazenada nos laptops – e que ainda não foi copiada – é perdida.

“Por isso, uma vez por semana nós somos obrigados a ir a campo, até as estações, para fazer o download dos dados, testar as antenas, fazer todo o processo manualmente, para evitar o risco de passar um período muito longo sem registro”, comenta. Segundo ela, já aconteceu de um peixe ser registrado em uma estação e “desaparecer” na outra – ou seja, a energia caiu e o equipamento deixou de registrar os dados.

O analista Thiago Becker, responsável pelo projeto por Itaipu, disse que a solução encontrada foi desenvolver uma placa chamada “multiplexadora”, com capacidade para receber os sinais de até cinco antenas simultaneamente, em cada estação. Essa placa processa os sinais e os envia remotamente para um servidor, que faz a interpretação dos dados.

Desta forma, não haverá mais a necessidade de ir a campo gravar as informações em um pen-drive. Outra vantagem é que, se há queda de energia, o sistema é reiniciado automaticamente.

Na sequência, a equipe desenhou um protótipo para “encapsular” a placa, protegendo o equipamento de problemas como umidade, variação de temperatura e até a ação de animais. “Trata-se de uma caixa hermética, projetada para suportar ambientes hostis”, disse o engenheiro eletricista Evandro Bubiak, do Itai.

Esse protótipo já foi instalado e está em fase de testes na estação do dique de regulagem, na entrada do canal. Outros oito gabinetes estão em fase final de montagem no Itai para instalação definitiva nas quatro estações (metade ficará como peça sobressalente). “O Itai cuidou mais do projeto mecânico, elétrico, da integração do sistema e a montagem dos painéis, seguindo a documentação de Itaipu. A parte dos algoritmos, a inteligência embarcada, foi feita pelo Celtab”, pontuou Bubiak.

Produto flexível — No Celtab, a equipe responsável pelo projeto é composta por Gustavo Valiati, tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Thiago Bitencourt e Mohamad Abu Ali, ambos formados em Ciência da Computação.

“O nosso maior desafio foi fazer um produto flexível, que pudesse atender não só a demanda de Itaipu, mas de outras empresas que têm o mesmo problema. Assim, esse sistema poderá ser usado para monitoramento de peixes e também de outros seres e objetos que portem a tecnologia RFID (do inglês radio frequency identification, ou identificação por radiofrequência)”, disse Valiati.

“Finalizando a etapa atual do projeto, que é a implantação no Canal da Piracema, um dos próximos passos será justamente expandir e aplicar essa mesma solução em novas áreas, como monitoramento de frotas ou de rebanhos”, completou Bitencourt.

Informação com qualidade— Para Caroline Henn, o novo sistema vai dar mais agilidade ao trabalho do setor e garantir maior qualidade às informações coletadas. “Se faltar energia, eu não vou mais precisar vir aqui para reiniciar o sistema manualmente. Ele volta a registrar os dados sozinho, sem perder as informações. Além disso, o equipamento está muito mais compacto, mais fácil de trabalhar, não tem mais aquela miríade de fios soltos”, elogiou.

Outra grande vantagem, segundo ela, será o acesso remoto dos dados. “O trabalho de monitorar o funcionamento do sistema é o que tomava mais tempo da gente. Agora, vou conseguir acessar os dados na minha estação de trabalho. Ficou muito mais funcional.”

O Canal da Piracema de Itaipu é o maior e mais complexo sistema de transposição do mundo, com 10,3 quilômetros de extensão, sendo um terço construído e dois terços aproveitando o leito natural do Rio Bela Vista e parte do Córrego Brasília.

A marcação de peixes no canal começou em 1997, com foco nas espécies migratórias de longa distância – como o pintado, o dourado, a piracanjuba, a piapara e a curimba. “São peixes que precisam fazer deslocamentos superiores a cem quilômetros, para encontrar áreas de reprodução. Essas espécies são as que mais precisam desta conexão (o canal)”, explicou Caroline.

No período, mais de 45 mil peixes receberam marcação. Inicialmente, os marcadores eram mais simples, de plástico; com o passar do tempo, os dispositivos evoluíram – chegando ao PIT-tag, que já foi colocado em cerca de 1.500 exemplares.

A marcação dos peixes é importante, segundo Caroline, para avaliar se o peixe consegue superar o canal, em quanto tempo e quais são os pontos que eles têm maior dificuldade para transpor. “São indicadores do funcionamento do sistema. Já conseguimos identificar e corrigir muitos problemas graças aos dados dessa marcação.”

A Itaipu — Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,3 bilhões de MWh. A hidrelétrica é responsável pelo abastecimento de cerca de 17% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai. Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.

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