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16/12/2015 - 08:52

ICVA aponta retração de 5,5% para o varejo em novembro

Indicador considera a receita deflacionada de vendas do varejo em relação a novembro de 2014. Sem os efeitos de calendário, retração foi de 4,4% na comparação com mesmo mês do ano passado.

Barueri (SP)— A receita de vendas do comércio varejista ampliado teve uma retração de 5,5% em novembro em relação ao mesmo período do ano passado, depois de descontada a inflação que incide sobre a cesta de setores do varejo ampliado. É o que aponta o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), divulgado no dia 15 de dezembro (terça-feira). Em outubro, o índice havia registrado queda de 3,3% nessa base de comparação. Com o resultado, o varejo apresentou retração no desempenho de vendas pelo quarto mês consecutivo.

Vale ressaltar que, ao contrário de outubro, que foi beneficiado pelos efeitos de calendário, novembro foi prejudicado. A troca de dias dos feriados de Finados e Proclamação da República e dos dias da semana – um sábado a menos e uma segunda-feira a mais na comparação com o mesmo mês do ano passado – tiveram um efeito líquido negativo nas vendas do mês.

Pelo ICVA deflacionado ajustado, que desconta os efeitos de calendário, o mês apresentou uma retração de 4,4%. Os dados reforçam a trajetória de queda do varejo ampliado – em outubro, o indicador havia sinalizado retração de 3,8% nesse mesmo conceito.

Em termos nominais, o ICVA registrou crescimento de 2,2% em relação a novembro de 2014 – em outubro, a alta havia sido de 3,9% na mesma base de comparação. Com o ajuste de calendário, o ICVA nominal apurou alta de 3,5% no mês – o mesmo percentual registrado em outubro.

A Black Friday, que neste ano ocorreu no dia 27 de novembro, teve um crescimento nominal de vendas de 14,5% na comparação com a Black Friday de 2014. Durante a Black Week – última semana de novembro, incluindo a própria sexta-feira de descontos –, o crescimento nominal atingiu 11%. Os percentuais ficaram acima da média do ICVA nominal para novembro. As vendas na última semana, impulsionadas pelas promoções do período, puxaram para cima o resultado do mês.

Inflação —A inflação no varejo ampliado ficou em 8,2% no acumulado dos últimos 12 meses. O número indica uma aceleração sobre os 7,5% registrados em outubro, no mesmo conceito.

Vale lembrar que a cesta de compras no varejo ampliado não inclui itens como energia elétrica, aluguel e condomínio, que são contemplados no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA registrou alta de 10,5% em novembro no acumulado dos últimos 12 meses, também apresentando acelerando em relação aos 9,9% registrados em outubro.

Setores —Considerando os grandes blocos de setores que compõem o varejo ampliado, todos tiveram retração nas vendas em novembro na evolução anual.

O conjunto de setores que comercializam bens semiduráveis e duráveis – geralmente de maior ticket médio e menor frequência de compra – segue com a maior retração do índice. A ligeira aceleração na margem observada neste bloco foi impulsionada pelas vendas no segmento de Móveis, Eletro e Lojas de Departamento, beneficiado pela Black Friday.

O grupo que comercializa bens não duráveis, cujo comportamento vinha se mostrando mais resiliente, apresentou desaceleração em novembro. O setor de Postos de Combustível registrou forte queda e Supermercados e Hipermercados teve desaceleração importante neste mês, apesar de a Black Friday ter impactado positivamente o setor no período.

Por fim, o grupo de setores da cesta de serviços teve desempenho bastante heterogêneo: de um lado, Alimentação em Bares e Restaurantes teve retração de dois dígitos e, de outro, Turismo e Transportes foi um dos poucos setores que apresentaram crescimento em novembro.

Regiões —Em novembro de 2015, todas as regiões brasileiras apresentaram retração no varejo pelo ICVA deflacionado. O Nordeste foi a única região que registrou um percentual superior à média nacional – ainda assim, queda de 4,2% em relação ao ano anterior – e vem mostrando pelo terceiro mês uma resiliência maior em relação às demais regiões do país. O Sudeste e o Centro-Oeste computaram, respectivamente, 5,5% e 5,6% de retração do varejo em novembro, na mesma base de comparação. Já as regiões Sul e Norte apuraram retração de 7% e 7,1%, respectivamente.

Pelo ICVA nominal, em que não há o desconto da inflação, o Sul registrou alta de 2,1% na comparação com novembro de 2014, índice próximo das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que registraram alta de 2,3% pelo ICVA nominal, na mesma base de comparação.

Ainda pelo ICVA nominal, a região Nordeste apresentou alta de 2,8% em novembro. Já o Norte teve alta de 0,1% e apurou o menor índice de receita de vendas entre as regiões brasileiras, tanto pelo ICVA deflacionado quanto pelo nominal.

O ICVA —O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro de acordo com a sua receita de vendas, com base em um grupo de mais de 20 setores mapeados pela Cielo, de pequenos lojistas a grandes varejistas. O peso de cada setor dentro do resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.

O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo com base nas vendas realizadas nos mais de 1,7 milhão de pontos de vendas ativos credenciados à companhia. A proposta do Índice é oferecer mensalmente uma fotografia do desempenho do comércio varejista do país a partir de informações reais.

Como é calculado —A gerência de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento, como a variação de market share, bem como isolar os efeitos da substituição de cheque e dinheiro no consumo – dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.

Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.

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