Estilos de liderança — liderança autocrática

Estamos no século XXI, diante de tantas mudanças tecnológicas e, por consequência, comportamentais, entretanto, existem chefes que insistem na liderança autocrática empregada de maneira constante, como forma de liderar as pessoas, digo sim “de maneira constante”, pois, a meu ver, ela deve ser empregada em momentos em que o comando não permite muita discussão e os envolvidos tem que tomar ações rápidas e assertivas.

Um exemplo desse momento é quando um Capitão de um navio, no momento em que ele sofre uma avaria e está afundando rapidamente, pelo sua experiência e confiança dos liderados, começa a dar comandos diretos e delegando ações a seus colaboradores mais experientes e de sua confiança, os quais ao superar os desafios, passam a ter mais autoconfiança e admirar ainda mais o seu líder pela assertividade e “heroísmo” da sua ação.

Vamos através do exemplo deste Capitão, comparar a utilização da liderança autocrática de forma constante com a momentânea, mostrando os pós e os contras dessa linha de abordagem.

A Liderança Autocrática é frequentemente mal vista e, por isso, tende a ser rechaçada por muitos e não ensinada de maneira correta nos cursos, disciplinas e palestras que abordam liderança, entretanto, ela deve ser sim utilizada de forma pontual. O que direciona as pessoas a verem a Liderança Autocrática com uma propositura ruim, é que tivemos vários exemplos, seja na nossa vida profissional ou através de histórias que ouvimos de lideres que a usavam constantemente, não nos deixando confortáveis como comandados, mas se fomos analisar essas posturas, veremos que em muitos casos, isto decorria da falta de treinamento adequado sobre como “Liderar”, seja por não conhecimento sobre comportamento organizacional e/ou motivado pelo contexto histórico de tempos de Ditadura Militar.

O uso constante da Liderança Autocrática inibe os comandados de darem opiniões e desmotivam ações que possam mudar os processos, visto que entendem que só o comando direto existe, não havendo alternativas, ocasionando na desmotivação e perda de ideias que poderiam ser aproveitadas para melhorarem as rotinas, resultando na perda do colaborador ao longo do tempo.

Entretanto, a utilização da Liderança Autocrática em um dado momento exige raciocínio rápido e conhecimento do ambiente, bem como as características de seus comandados, e pode resultar na resolução do problema além de, muitas vezes, no aumento da admiração do Líder pela sua capacidade de condução da equipe no cumprimento dos objetivos.

Então, fica a minha dica: Autoridade deve ser usada quando o Líder tiver qualidades percebidas pelos liderados para seguirem seus comandos, para que o admirem ainda mais pela sua postura e assertividade e não deve ser usada de forma constante. Lembre-se Liderança não é um estado e sim um hábito.

. Por: Prof. Ms. José Manoel Ribeiro de Queiroz (*).