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19/12/2015 - 08:12

Otimismo continua baixo, aumento acentuado no desemprego e queda no investimento

Aponta pesquisa CFOs — FGV e Universidade de Duke.

São Paulo—O índice de otimismo no Brasil continua muito baixo. Neste trimestre houve uma pequena melhora no otimismo em relação aos dois trimestres anteriores quando foram registrados os menores valores desde que o índice começou a ser calculado. O otimismo do Brasil continua muito menor nas outras principais regiões do mundo. Nossos indicadores também apontam que ao longo de 2016 o desemprego deve aumentar acentuadamente e que as empresas continuarão a cortar investimentos.

Este é o quarto trimestre consecutivo em que todos os indicadores apontam para queda no nível de emprego. No trimestre passado havia uma indicação de as empresas reduziriam o ritmo das demissões. Neste trimestre, os indicadores voltam a apontar para uma nova queda acentuada no emprego (tanto permanente, quanto temporário). Essa mesma tendência se observa com os indicadores de investimento: no trimestre anterior havia indicação de que as empresas cortariam menos os investimentos. Neste trimestre há indicação de que as empresas voltarão a cortar investimentos acentuadamente.

As principais preocupações das empresas segundo seus CFOs —responsáveis pelas decisões financeiras das empresas— referem-se ao cenário macroeconômico doméstico: incerteza econômica, políticas governamentais, inflação e câmbio.

Estes são alguns dos resultados da recente pesquisa trimestral Panorama Global dos Negócios (CFO Survey – Global Business Outlook), conduzida pela Duke University, Fundação Getulio Vargas e CFO Magazine com o apoio da BMFBovespa e do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF). A pesquisa foi concluída no dia 04 de dezembro de 2015 e teve a participação de mais de 1000 CFOs de todo o mundo, sendo 250 da América Latina, 35 dos quais brasileiros. A pesquisa versa sobre as expectativas dos altos executivos para as suas empresas e para a economia.

Sumário dos resultados — O otimismo no Brasil continua muito baixo. Neste trimestre houve uma pequena melhora no otimismo em relação aos dois trimestres anteriores quando foram registrados os menores valores desde que o índice começou a ser calculado. No trimestre passado foi 36,9 e neste trimestre oscilou para 41,7. Em março de 2013 o índice estava em 63,5 e era um dos mais altos do mundo. Contudo, o otimismo do Brasil continua muito menor nas outras principais regiões do mundo.

Os índices dos EUA e Europa pouco oscilaram: 60,3 nos EUA e 58,4 na Europa. O índice na Ásia vem caindo consideravelmente: de 63,1 para 55,6 e agora para 53,9. Similarmente, na América Latina excluindo Brasil o índice oscilou de 45,3 para 47,0. Na África o índice foi de 49,3 pontos.

Pelo quarto semestre registramos uma tendência clara a redução acentuada no nível de emprego permanente e temporário. No entanto, observamos uma tendência à aceleração nas demissões.

No trimestre anterior os CFOs projetavam uma queda de 1,0% no emprego permanente para os 12 meses subsequentes. Neste trimestre, a projeção é drástica queda de 8,2%. Para o emprego temporário a projeção de queda também variou acentuadamente de 2,0% para 7,9%.

Os CFOs também antecipam queda acentuada nos investimentos (gastos de capital). No trimestre anterior projetavam uma queda de 1,9% para os 12 meses subsequentes. Neste trimestre projetam uma queda de 5,5%.

Consistente com o quadro corrente de deterioração macroeconômica, as principais preocupações das empresas segundo seus CFOs são com incerteza econômica, políticas governamentais, inflação e taxa de câmbio.

Otimismo dos CFOs brasileiros é o pior do mundo — Em uma escala de 0 a 100, os CFOs do Brasil atribuem nota 41,7 para o seu otimismo com relação à economia brasileira. Neste trimestre houve uma pequena melhora no otimismo em relação aos dois trimestres anteriores quando foram registrados os menores valores desde que o índice começou a ser calculado. No semestre anterior, o mesmo índice atingiu 35,7, e no segundo semestre atingiu 35,7 o menor patamar desde que passou a ser calculado em 2012.

O pessimismo dos CFOs Brasileiros continua generalizado: 60.0% dos CFOs se dizem menos otimista do que estava no trimestre anterior, e apenas 14,3% dos CFOs Brasileiros se dizem mais otimista.

Esse atual patamar do índice consolida o Brasil como a região menos otimista do mundo. Baixo otimismo é um fenômeno particular do Brasil: tanto nos Estados Unidos como na Europa o otimismo vem se mantendo alto e estável nos últimos trimestres. Nos Estados Unidos o índice atual está em 60,3, e na Europa, 58,4. O índice na Ásia, que vem caindo nos últimos trimestres, atingiu 53,9 nesse trimestre. Nos demais países da América Latina o índice está em 47,5 e na África, 49,3.

“Apesar da pequena melhora no otimismo nesse trimestre, o otimismo no Brasil continua muito baixo. Tal patamar indica uma tendência de baixa atividade econômica no país, compatível uma queda que observaremos no PIB ao longo de 2016.” Comenta Klenio Barbosa, professor de Economia da FGV e codiretor da pesquisa Global Business Outlook.

Queda no nível de emprego — Pelo quarto trimestre consecutivo, observamos projeções de queda acentuada no emprego permanente e temporário. O emprego permanente deve cair em 10,8% nos próximos 12 meses. No trimestre anterior a projeção era de queda de 1,0%. O emprego temporário deve cair 7,9% (a projeção no trimestre anterior era de queda de 2,0%).

No primeiro trimestre de 2015, todos os indicadores de crescimento de emprego já indicavam uma redução dos postos de trabalho. Nesse trimestre observamos novamente os CFOs projetam uma queda acentuada na geração de emprego na economia. Mantido esse quadro, poderemos observar uma queda do emprego nos próximos trimestres. ”

“Desde o primeiro trimestre de 2015, as projeções dos CFOs vêm indicando uma queda persistente nos níveis de emprego permanente e temporário. Tais projeções sendo acompanhadas com um aumento da taxa de desemprego divulgada pelo IBGE. A julgar pelas projeções dos CFOs para os próximos 12 meses, devemos observar um aumento do número de demissões, e um aumento do nível de desemprego ao longo de 2016.” Comenta Gledson de Carvalho, professor de Finanças da FGV e co-diretor da pesquisa Global Business Outlook.

Queda no investimento — Neste trimestre também registramos uma queda acentuada na taxa de crescimento dos investimentos (gastos de capital) projetados para os próximos 12 meses. Os CFOS antecipam uma queda nos investimentos de 5.5% para os próximos 12 meses.

“Este indicador de variação nos investimentos futuros é muito volátil, visto que o investimento futuro depende das condições econômicas futuras. Entretanto, esse mês esse indicador sofreu uma redução abrupta, indicando uma queda de 5.5% nos investimentos nos próximos 12 meses. Portanto, esse indicador da nossa pesquisa revela um quadro bastante negativo com baixo otimismo, baixa geração de emprego e baixo investimento.” Comenta Klenio Barbosa.

Preocupações com políticas governamentais, incerteza e inflação —Os CFOs brasileiros estão temerosos com o cenário macroeconômico doméstico. A incerteza econômica, inflação, as políticas governamentais e os impostos são as principais preocupações dos CFOs. Esse diagnóstico é consistente com o quadro de deterioração macroeconômica que a economia brasileira vem apresentando.

A pesquisa: o Panorama de Negócios na América Latina (Latin American Business Outlook) é uma pesquisa trimestral com executivos financeiros da região conduzida pela Duke University, Fundação Getúlio Vargas e CFO Magazine e com o apoio da BMFBovespa e IBEF-SP (Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças de São Paulo). Faz parte da pesquisa intitulada Panorama Global de Negócios (Global Business Outlook). A pesquisa foi concluída em 04 de dezembro de 2015 e teve a participação de mais de 1000 CFOs em todo mundo, incluindo 500 dos EUA e Canadá, 118 da Ásia, 101 da Europa, 250 da América Latina (desses 35 brasileiros) 61 da África. A pesquisa tem sido conduzida por 79 trimestres consecutivos. Este é o 13º trimestre da pesquisa que inclui a América Latina. A pesquisa com os CFOs da Europa é realizada em conjunto com a Universidade de Tilburg, na Holanda. Os resultados apresentados são para as empresas brasileiras, exceto quando o contrário é indicado.

Um grande número de empresas (públicas e privadas, pequenas e grandes, em diferentes indústrias, etc) são convidadas para participar da pesquisa. A distribuição das características das empresas que participaram da pesquisa encontra-se nas tabelas online. As indústrias representadas na pesquisa pertencem aos seguintes setores: varejo / atacado, mineração / construção, fabricação, transporte / energia, comunicações / mídia, tecnologia, serviço / consultoria e bancos / finanças / seguros. As taxas de crescimento médias são ponderadas pela receita ou pelo número de empregados, por exemplo, uma empresa de $ 5 bilhões afeta a média tanto quanto dez empresas de $ 500 milhões. As taxas de crescimento médias ponderadas pelas receitas são fornecidas para os lucros, receitas, despesas de capital, gastos com tecnologia e preços dos produtos. As taxas de crescimento médias ponderadas pelo número de empregados são usadas para despesas de saúde, produtividade, número de funcionários e empregados terceirizados. Os lucros, dividendos, recompra de ações e conta caixa no balanço são para as empresas de capital aberto. A menos que indicado, todos os outros números são para todas as empresas, incluindo empresas privadas de capital fechado.

A Fuqua School of Business da Duke University foi fundada em 1970. A missão da Fuqua é educarlíderes empresariais em todo o mundo e promover o avanço da gestão empresarial por meio de suas pesquisas. | www.fuqua.duke.edu.

A Fundação Getulio Vargas (FGV) foi fundada em 1944 A FGV é um centro de ensino de qualidade e excelência que dedica seus esforços ao desenvolvimento intelectual do Brasil. Sua missão é avançar nas fronteiras do conhecimento na área das Ciências Sociais e afins, produzindo e transmitindo ideias, dados e informações, além de conservá-los e sistematizá-los, de modo a contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do país, para a melhoria dos padrões éticos nacionais, para uma governança responsável e compartilhada, e para a inserção do país no cenário internacional. | www.fgv.br.

CFO Publishing LLC, uma companhia do grupo Seguin Partners, é uma empresa de mídia voltada para as necessidades dos diretores financeiros de empresas. Em seu portfólio, incluiem a revista CFO, CFO.com, CFO Research Services, Metrix CFO e a Conferência CFO. CFO possui relacionamento de longo prazo com mais de meio milhão de executivos financeiros.

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