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19/12/2015 - 08:52

As tendências para o mercado de turismo em 2016

O mercado de turismo vem se transformando nos últimos anos. O boom da tecnologia aliada à economia colaborativa, responsável por modelos que vão desde a oferta de caronas entre desconhecidos até jantares compartilhados e hospedagem alternativa, têm empoderado os viajantes e modificado o seu comportamento, alterando profundamente a estrutura dos negócios do setor, que, há pouco tempo, se mantinha majoritariamente no mundo offline. Com um novo ano se aproximando, é inevitável fazer projeções e apostas do que será tendência daqui em diante. Nesse aspecto, há alguns indicadores relevantes, que podem dar uma ideia do que vem por aí.

Na segunda quinzena de novembro, participei do Phocuswright Conference, o evento de inovação mais importante do segmento de turismo, em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos. Na ocasião, executivos das mais renomadas empresas do setor se reuniram para discutir novos modelos de negócio e premiar aqueles que se destacaram em 2015. Obviamente, a economia compartilhada foi um dos destaques do encontro, mas, além dela, ficou evidente que o mercado se prepara para enfrentar um novo desafio em 2016: a personalização das viagens.

Atualmente, não é difícil identificar que a maior preocupação dos turistas é ter experiências únicas durante todas as etapas da viagem, da acomodação ao voo e até no próprio roteiro. Mesmo as empresas mais tradicionais já perceberam que terão de se adaptar a este novo perfil. Um exemplo são as redes de hotéis que estão deixando de lado a padronização dos quartos e investindo na personalização dos seus serviços para cada tipo de hóspede. A rede de hotéis Sofitel chega a verificar a preferência de jornais de seus clientes para a entrega diária do exemplar, além de verificar o tipo de travesseiro eles querem no quarto.

Já no mercado aéreo, a customização chega por meio da Associação Internacional de Transportes Aéreos, a IATA, com o protocolo NDC (New Distribution Capability), que propõe que comparadores de preço de passagens aéreas, agências de viagens on e off-line, operadoras e outros players, possam oferecer ao seu público informações que, até então, apenas as companhias aéreas disponibilizavam. Na América Latina, o primeiro comparador de passagens a adotar o acordo foi o Voopter, o que vai nos permitir enriquecer a pesquisa de preços com informações adicionais, como o tipo de refeição oferecida a bordo, dimensão dos assentos, uso de milhas no processo da reserva e muitos mais. Tudo isso para garantir uma experiência de voo totalmente adequada às necessidades do viajante.

Durante o Phocuswright, também foi possível notar que muitas companhias estão mudando o foco de suas estratégias, deixando de lado as ações de curto prazo e investindo no relacionamento duradouro com o consumidor, buscando fidelização acima de receita, o que deve se manter neste novo ano. As startups, por sua vez, cumpriram seu papel trazendo ideias e propostas inspiradoras, como planejadores de viagens, que oferecem ferramentas de colaboração para marcas, fornecedores e agentes; a Tansler Inc, que funciona como uma “feira” on-line de aluguel de temporada, possibilitando ao viajante fazer a sua oferta de preço e competir por sua estadia; ou a Proxce, que utiliza identificação sem contato para check-in via mobile.

Voltando à economia compartilhada, o modelo “Uber”, como era de se esperar, deve continuar sendo replicado em outros terrenos, como o turismo náutico, transporte coletivo e até no setor aéreo. Este último, tem como representante o Skyuber,que faz a conexão entre proprietários de aviões particulares à pessoas interessadas em ocupar um ou mais lugares nos voos.

Apesar de tantas inovações tecnológicas, é possível sentir que uma parte da indústria continua resistente às novas ideias, que irão transformar a distribuição de Travel nos próximos mese. Mas não há como fugir deste novo cenário, em que modelos disruptivos contribuem para dar mais poder aos viajantes, modificando as estruturas em vigor. O empoderamento dos consumidores é a bola da vez e vai guiar o mercado em 2016 e pelos próximos anos. Para crescer nesse cenário, inovar é uma necessidade vital.

. Por: Pettersom Paiva, CEO e Co-fundador do Voopter, metabuscador de passagens aéreas e única startup brasileira a concorrer ao prêmio Inovation Summit, do Phocuswright Conference.

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