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22/12/2015 - 08:40

O surgimento da Governança Corporativa e sua implementação no Brasil

A Governança Corporativa, como a conhecemos hoje, surgiu como um movimento de acionistas e investidores nos Estados Unidos, na década de 1980, na tentativa de se protegerem de abusos feitos pela diretoria executiva das empresas e da inércia dos conselhos de administração inoperantes, situação comum em países anglo-saxões, que têm como característica uma estrutura de propriedade dispersa nas grandes empresas.

No início dos anos 2000, após os escândalos corporativos pelos quais passaram grandes empresas, tornou-se ainda mais evidente a necessidade de se implementar as boas práticas de Governança na administração das companhias, em busca da transparência, prestação de contas e da responsabilidade corporativa nos negócios.

No Brasil, o debate sobre o tema se intensificou na última década ao abranger um campo de estudos que envolve conceitos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia e finanças. Esse debate se estruturou e ganhou corpo na medida em que houve mudanças nas relações entre acionistas e administradores, entre acionistas majoritários e minoritários, no maior engajamento dos investidores institucionais, como fundos de pensão e de investimentos, com a entrada de investidores estrangeiros no mercado de capitais brasileiro e com a disseminação do Código das Melhores Práticas do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) em 1999.

Neste cenário globalizado e em constante modificação, o País vivenciou por alguns anos um aumento relevante no número de companhias que integram o os segmentos diferenciados Governança da BMF&Bovespa e o surgimento das primeiras empresas com o capital pulverizado. O crescimento foi rápido e pouco planejado, o que dificultou a real adesão da Governança em muitas organizações.

Para reverter esse quadro é imprescindível a atuação eficiente e ativa do conselho de administração, cuja responsabilidade, dentre outras, está em zelar pela implementação e gestão da Governança Corporativa, sendo considerado o principal órgão dentro da estrutura da Governança das organizações. Cabe ao colegiado balizar o poder dos gestores para que estes tomem decisões alinhadas ao interesse da companhia e de seus investidores.

Atualmente, também aumentou a consciência de que cabe aos conselhos avaliarem não somente questões estratégicas ligadas ao ambiente financeiro, mas também aos assuntos antes considerados intangíveis e de difícil mensuração, cujas consequências podem impactar a organização no longo prazo, como externalidades socioambientais e a sucessão e avaliação dos altos cargos administrativos e do próprio conselho.

Antecipar-se a esses temas faz parte de um processo de longo prazo, que visa a perenidade das organizações e uma contínua criação de valor. Quando o engajamento dos agentes de Governança é realmente vivido pelas organizações, tem o poder de aumentar o valor da sociedade, facilitar o acesso ao capital e contribuir para a longevidade da organização. É o que vemos nestes 20 anos de atuação do IBGC na disseminação das boas práticas de Governança.

. Por: Heloisa Bedicks, Superintendente Geral do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.

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