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19/01/2016 - 09:35

Endometriose vira caso de saúde pública

A Endometriose continua crescendo no Brasil, principalmente entre as mulheres mais jovens, por falta de informação de pacientes e profissionais de saúde. É uma doença silenciosa que vem causando devastação no organismo feminino, e está virando caso de saúde pública no país. A Endometriose como ainda é pouco conhecida por médicos e pacientes, destrói vários órgãos das pacientes, até ser descoberta.

Pelo grau de destruição da doença, os países mais avançados da Europa e os Estados Unidas já mantém campanhas permanentes de esclarecimento e reciclagem para médicos, para possibilitar um diagnóstico precoce e deter o avanço da doença. No Brasil, grande parte dos ginecologistas ainda não sabe como lidar com a doença, que tem sido detectada cerca de 10 anos depois de seu aparecimento, o que pode mutilar a mulher. Uma das principais consequências da Endometriose é a infertilidade. Cerca de 50% dos casos de infertilidade nas mulheres do mundo inteiro, são causados pela doença, que atinge 15% da população feminina entre 15 e 45 anos.

Os principais sintomas da Endometriose são cólica menstrual intensa, sangramentos na urina ou nas fezes e dor forte durante o ato sexual.

Endometriose — Segundo o professor Cláudio Crispi, especialista no tema, a endometriose é uma doença conhecida há muitos anos, mas a grande dificuldade sempre foi obter o seu diagnóstico correto. O uso de métodos diagnósticos como a ultrassonografia, ressonância nuclear magnética e exames de sangue, não conseguem definir com certeza a presença desta doença. No entanto, com a maior aplicação das cirurgias vídeo-laparoscópicas, conseguimos olhar a cavidade abdominal através de pequenos orifícios, com pequeno trauma para a paciente, o que motivou algumas mulheres com dor de longa data, a submeter-se a estes procedimentos. Observamos então, que uma grande porcentagem de pacientes que sofrem de dor pélvica —em baixo ventre— que se intensificam progressivamente, como cólicas menstruais intensas, dor em cólica fora do período menstrual, dor profunda na relação sexual e esterilidade, são portadoras da endometriose. Para exemplificar, nas pacientes com queixas de dor pélvica, alguns estudos científicos já observam a presença da doença em 60 a 70% dos casos. Mas o que vem a ser esta doença?

O professor Crispi explica: o endométrio é um tecido que reveste internamente o útero e quando estimulado pelos hormônios femininos, cresce mensalmente, preparando o útero para uma gravidez. Quando esta não ocorre é eliminado como menstruação.

Por alguns motivos, como o refluxo da menstruação pelas trompas, diferenciação de tecidos embrionários adormecidos e propagação pela corrente sanguínea, este endométrio pode se localizar em outros órgãos como as trompas, ovário, peritônio —membrana que reveste o abdome internamente—, bexiga, intestinos, no fundo da vagina, etc.

Estes locais, são também estimulados pelos hormônios femininos, sofrendo pequenos sangramentos e causando intensa reação inflamatória local, o que explica a dor de grande intensidade experimentada por essas mulheres. Quando não diagnosticada, a doença progride, intensificando a reação inflamatória e a dor. E pode invadir a bexiga causando sintomas urinários como, cistites e sangue na urina, podendo ainda invadir o intestino e o reto, causando sintomas intestinais no período menstrual. Toda essa reação inflamatória acarreta também, deformação dos órgãos do aparelho reprodutor, diminuindo a capacidade da mulher engravidar.

Portanto, prossegue o professor Crispi, estamos diante de uma doença que traz grande sofrimento à mulher, incapacitando-a para suas atividades sociais e profissionais por vários dias mensalmente, ou impedindo-a de engravidar. A necessidade de um diagnóstico precoce é essencial não só para o sucesso do alívio da dor, como para preservar a capacidade reprodutiva da mulher.

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