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20/01/2016 - 08:53

Além de metas e números em planos de saúde empresariais


Em 2016, os preços dos serviços de saúde devem subir consideravelmente, segundo estudo da Confederação Nacional de Saúde (CNS), ao apontar que a inflação médica chegará a pelo menos 20%. Um dos vilões é a alta do dólar, uma vez que boa parte dos medicamentos, insumos e equipamentos são comprados em moeda estrangeira. Diante desse quadro, empresário ou gestor de RH, responda a seguinte pergunta: quais objetivos você pretende alcançar com o programa de gestão de saúde implantado em sua organização?

Caso não tenha conseguido formular a resposta, não se preocupe. Certamente, poucas empresas saberiam explicar, com domínio, a sua proposta e, mais, apontar quais são os reais benefícios econômicos alcançados com a iniciativa. Pesquisa realizada pela conceituada Johns Hopkins University fornece uma medida dessa falta de clareza. Apenas 7% dos programas oferecidos pelas companhias que fizeram parte do levantamento são convertidos em otimização de recursos.

Independentemente se a meta é financeira ou não, a definição dos objetivos de um programa empresarial de gestão de saúde é fundamental para o sucesso dos resultados e, nessa equação, devem ser considerados pelo menos três elementos essenciais. O primeiro deles diz respeito aos indicadores que apontam o envelhecimento da população e o aumento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como câncer, diabetes, doenças respiratórias e cardiovasculares. Até 2030, esses dois fatores afetarão 39% da População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil, colocando o país como o “mais velho” entre os latino-americanos estudados pelo professor Bruce Rasmussen, da Universidade de Victoria, na Austrália, e que mostrou os resultados citados.

Mas o que eu tenho a ver com isso? A pergunta agora pode partir de você, caro empresário ou gestor de RH. Ela merece profunda reflexão porque esse problema resultará na queda de produtividade, situação que, fatalmente, deverá ser gerenciada. Na verdade, poucas empresas colhem resultados com seus programas de promoção de saúde porque não consideram dados como os mencionados para o desenvolvimento de ações de saúde junto aos seus colaboradores.

A segunda questão a se considerar para o estabelecimento adequado de um plano de saúde corporativo é o impacto causado pelos dependentes dos funcionários. Tratar apenas dos colaboradores pode ser uma falha que terá custos na forma de índices de absenteísmo, uma vez que há um grupo familiar inteiro gerando parte das despesas médicas. Finalmente, o modelo, abrangência e acompanhamento dos indicadores dos programas, bem como a existência de uma equipe ou profissional com foco em saúde atuando na empresa, o planejamento e a verba destinada aos programas, são medidas eficazes para mostrar o amadurecimento da empresa quanto à promoção da saúde.

Ao considerar esses três fatores, a empresa vislumbrará, com mais clareza, quais são os feitos que pretende alcançar. A experiência de 14 anos da AxisMed em monitoramento da saúde corporativa, promovendo o incentivo à mudança de hábitos a fim de atingir o autocontrole e a estabilidade clínica, permite-me sugerir alguns dos objetivos e resultados que devem ser alinhados. Afinal, nós conhecemos as preocupações do mundo empresarial e nossa trajetória demonstra que 15% do efetivo de uma organização corresponde a 70% do custo do benefício-saúde.

Um dos objetivos a se ter em mente é aquele mencionado logo no início, ou seja, a redução dos custos com planos de saúde e que, consequentemente, deriva na otimização dos recursos. Ele é alcançado com a gestão preventiva da saúde ou atenção primária, medida que não só pode evitar a instalação de doenças, mas também impedir o aumento do número de profissionais com necessidades de cuidados mais complexos ou que já apresentem alguma doença crônica. Ele decorre da sensibilização para a educação, para o melhor entendimento de que se deve aprender e acessar recursos e informações para a conquista de uma vida saudável.

Outro objetivo é a melhora da perfomance dos colaboradores. Isto passa pelo estímulo à participação em ações voltadas aos cuidados com a sua saúde e, ao constatar os bons resultados, se sentirão mais motivados em seu trabalho. Agindo dessa forma, a empresa garantirá a retenção de talentos e atrairá outros, além de ganhar pontos muito positivos para sua imagem. A redução de custos indiretos – a exemplo dos que decorrem de absenteísmo, presenteísmo, incapacitações e afastamentos – também será um dos benefícios alcançados.

Todas essas ações são necessárias para que os programas de gestão de saúde assegurem resultados efetivos no ambiente corporativo e justifiquem a adoção da iniciativa. Demonstrariam que, mais do que recursos financeiros melhores gerenciados, colabora-se com a saúde daqueles que formam a empresa. Isso não tem preço e os resultados podem ser muito gratificantes..

. Por: Fábio Boihagian, sócio e diretor de operações da AxisMed, especialista em gestão de saúde populacional.

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