Investidores estrangeiros lideram transações no Brasil em 2015, constata relatório da PwC Brasil

Balanço do mês de dezembro revela que região sudeste se manteve na preferência para investidores com setor de TI batendo recorde de movimentação.

O último mês de 2015 retratou uma retomada do interesse dos investidores em transações antes do término do ano. Segundo relatório de M&A (Mergers&Acquisitions) de dezembro, realizado pela PwC Brasil, foram 67 transações anunciadas, volume 25% superior à média dos últimos 5 meses (54 transações), ainda que uma redução de 24% em comparação ao mesmo período de 2014 (88 transações). No total, o ano de 2015 registrou 742 transações, 16% a menos em movimentações em relação a 2014, que apresentou 879 negócios concluídos.

Nos primeiros seis meses do ano (à exceção o mês de fevereiro), observou-se uma tendência positiva, seguida por quedas entre 24% e 40% no volume transacionado entre julho e dezembro (frente ao mesmo período de 2014). Das 742 transações, 218 tiveram seu valor divulgado, somando o total de USD 34,85 bilhões movimentados no mercado de M&A Brasil, USD 73,44 bilhões a menos que 2014 (USD 108,3 bilhões).

A partir do comportamento das transações no setor de fusões e aquisições brasileiro é possível constatar a presença das incertezas tanto política quanto econômicas (aumento da inflação, da dívida pública, baixo crescimento), que marcaram o ano de 2015.

Setor de TI bate recorde no país —Porém, com 118 transações, o setor de TI apresentou recorde de movimentação no mercado de M&A brasileiro em 2015. A Região Sudeste com 73% do total transacionado no ano foi preferência para investimentos no país, com 542 transações, volume 14% inferior ao mesmo período de 2014 (630 transações - 72%). O Estado de São Paulo manteve a liderança com 56% do total acumulado em 2015, representado por 417 transações, mesmo que 21% inferior a 2014 (526 transações - 60%).

A segunda região brasileira onde mais ocorreram fusões e aquisições foi a Região Sul, concretizando 90 negociações, 5% superior ao mesmo período de 2014 (86 transações).

Investidores estrangeiros lideram transações — Com 51% das transações concluídas, o ano de 2015 terminou com investidores estrangeiros na liderança em participações nas transações ligadas ao Brasil. Estiveram presentes em 51% das transações (342 transações), o que apresenta um aumento de 1% em relação a quantidade de transações no ano de 2014, com 338 transações - 38%). Este comportamento foi observado ao longo de oito meses no ano de 2015, refletindo o momento vivido pela economia brasileira (com incertezas políticas e a depreciação da moeda brasileira).

Com 360 transações envolvendo capital estrangeiro (2014 - 360 transações), países como EUA, Reino Unido e Japão representam 48% do interesse em ativos brasileiros. No período de dezembro foram concluídas 33 negociações, redução de 11% em comparação ao mesmo período de 2014 com 37 transações.

Entre os investidores estrangeiros, Estados Unidos (35%), Reino Unido (7%) e Japão (5%) foram os países que mais participaram de negociações de fusão e aquisição no país durante o período.

Transações fora do Brasil representam 7% do total de transações concluídas, com 50 negócios (2014 - 77 transações).

Algumas transações realizadas em dezembro: . A companhia brasileira alimentícia BRF, por meio de sua subsidiária alemã BRF GmbH, realizou a aquisição da companhia tailandesa Golden Foods Siam, pelo valor de USD 360 milhões;

. A Coca-Cola Indústrias realizou a aquisição dos ativos relacionados ao Guaraná Tuchaua, anteriormente detido pela Brasil Norte Bebidas, do Grupo Simões,;

. A empresa nacional Concrelagos realizou a aquisição dos ativos de duas unidades da Votorantim Cimentos, sendo elas localizadas em Resende (RJ) e Guaratinguetá (SP), sem valores anunciados;

. A empresa brasileira Fíbria Celulose arrematou pelo valor de R$ 115,04 milhões a área portuária em Macuco, que movimentará papel e celulose;

. A companhia Franco da Rocha Investimentos Imobiliários realizou a aquisição da Arraial do Cabo Empreendimentos Imobiliários pelo valor de R$ 236 milhões;

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