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23/01/2016 - 07:37

Planejamento: um diferencial para o sucesso da sua empresa

Estávamos no início dos anos 90, e eu era um jovem gerente de negócios recém-promovido em uma importante multinacional. Março estava começando quando as notícias caíram sobre nós como uma bomba atômica: o novo governo, que assumia com altíssima aprovação popular, acabava de efetuar o que é considerado até hoje o maior confisco monetário da história do Brasil.

Chegamos à empresa no outro dia estupefatos. Além da questão pessoal, pois todos nós tivemos a maior parte de nossas economias bloqueadas nos bancos, não tínhamos a mínima ideia do que fazer com preços, com que moeda vender, se os clientes iam pagar. Enfim, o dia seguinte ao bloqueio estava um completo pandemônio.

Eu havia chegado cedo para provavelmente participar de algumas discussões, mas não sabia muito o que fazer. Gostaria de ouvir a opinião dos gerentes mais experientes, esperar a Diretoria se posicionar para, então, conversar com os clientes que também se encontravam na mesma situação.

Ao ir buscar um café, encontrei o nosso presidente, um francês radicado no Brasil havia muitos anos. Ele me cumprimentou, e parou para dividir o café recém coado pela nossa prestativa copeira. “E então?”, disse ele tomando o primeiro gole de café quente. Qual o seu plano para este momento? Eu mal pude elaborar uma resposta, mas disse que (assim como todo mundo), não tinha um plano de ação. “E o que está esperando para elaborar um?”, ele me fitou nos olhos, falando com um sotaque um pouco carregado. Eu comecei a dar inúmeras desculpas: precisávamos avaliar melhor a situação, esperar os conselhos de economistas, analisar o mercado, etc. etc.

Mas o Presidente encolheu os ombros. “Ok”, disse ele engolindo mais um pouco do café. “Precisamos de dados, mas no momento com certeza não teremos a maioria deles. Elabore um plano com o que tem em mãos e vamos discuti-lo às 11h na minha sala”.

“Mas... isso não é possível...”, eu comecei a falar. “Não tenho como gerar um plano sem saber...”.

“Menino”, o Presidente me cortou, “a melhor coisa do mundo é um bom plano. A segunda melhor coisa do mundo é um mau plano. Porque assim que você perceber que o seu plano é ruim, você para, aprimora seu planejamento e continua assim até conseguir um plano que funcione. Em contrapartida, não ter plano nenhum é a pior coisa do mundo”. Ele me olhou fixamente e disse: “Vai trabalhar, vai”, e foi para a sua sala.

Eu realmente aprendi a lição. Todos os planos gerados naquele dia foram ruins, pois ninguém tinha condições de prever o que iria acontecer nas próximas horas. Mas, com o correr dos dias, nós mudamos nossos planos iniciais, adicionamos e retiramos ações, agimos proativamente e também reagimos aos acontecimentos. E, em poucas semanas, chegamos aos planos bons, que funcionaram no momento macroeconômico mais crítico que eu já vivi como executivo.

Estamos novamente enfrentando uma turbulência econômica, que pode ser tão ruim quanto aquela do início dos anos 90. O ano de 2015 deve apresentar uma queda de PIB acima dos 3%, provavelmente 2016 não seja tão diferente e dificilmente teremos crescimento em 2017.

Para enfrentar tudo isso, precisamos de planejamento. Bons planos. Podemos fazer nossas empresas crescerem em um cenário de desaceleração econômica? Claro que sim! Qualquer empresa pode crescer nos próximos anos, em qualquer segmento de mercado.

Uma empresa pode aumentar sua participação de mercado e “engolir” seus concorrentes. Se já é líder, pode entrar em outros mercados. Pode também melhorar sua distribuição, aumentando o número de clientes. Pode lançar produtos novos com maior rentabilidade, ou reduzir seus custos e aumentar a margem de lucro.

Mas, para tudo isso, precisamos de um plano. Precisamos definir onde queremos chegar e como vamos chegar lá. Existem inúmeros artigos e manuais sobre planejamento, não é minha intenção ser muito teórico; quero enfatizar que a pior coisa que pode acontecer a um executivo é não ter plano nenhum.

Assim, o planejamento seguido de uma execução precisa devem ser a ordem do dia para todas as empresas. Só assim podemos chegar a resultados positivos nos próximos anos, não temos alternativa!

. Por: Arley Ribeiro é executivo e Engenheiro Químico, com experiência no setor de adesivos de consumo e industrial em países da América do Sul, México, EUA, Europa e Índia. É executivo e Engenheiro Químico, com atuação destacada em gerência de companhias nacionais e internacionais nos mercados de consumo e indústria. Possui MBA Executivo pela Fundação Getúlio Vargas, pós-graduação em Economia e Administração pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).

Em sua trajetória profissional passou por grandes multinacionais como H.B Fuller, segunda maior empresa de adesivos industriais do mundo, foi Gerente Nacional de Vendas na Brascola e esteve à frente da Henkel na Gerência da Unidade de Negócios Consumo/Profissional. Atualmente é Gerente na Pulvitec/Pidilite e possui experiência internacional em diversos países da América do Sul, México, EUA, Europa e Índia.

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