BNDES aprova apoio de R$ 32 milhões para desenvolvimento de vacinas pelo Instituto Butantan

Projeto é estratégico para saúde pública, reforçando o combate a doenças negligenciadas, recursos, não-reembolsáveis, são do Funtec.

O BNDES aprovou apoio financeiro no valor de R$ 32 milhões à Fundação Butantan para a conclusão do desenvolvimento de vacinas para rotavírus, dengue e leishmaniose canina, além dos respectivos testes clínicos. O valor total do projeto é de R$ 37 milhões e a participação do BNDES é de 86% do investimento total. Essas vacinas farão parte do Programa Nacional de Imunização – PNI, do Ministério da Saúde. No caso da vacina para rotavírus, o desenvolvimento permitirá a substituição das importações.

O projeto será financiado com recursos não reembolsáveis do FundoTecnológico (Funtec) do BNDES. O Funtec destina-se a apoiar projetos de interesse estratégico para o país, que tenham como objetivo estimular o desenvolvimento tecnológico e a inovação, em conformidade com os programas e políticas públicas do governo federal.

Os investimentos apoiados pelo BNDES serão realizados nos laboratórios do Instituto Butantan, situados na cidade de São Paulo (SP). As vacinas em desenvolvimento são importantes para a saúde pública, além de duas delas (leishmaniose e dengue) estarem voltadas para doenças negligenciadas.

O projeto contribuirá para o controle e erradicação de doenças infecto-contagiosas passíveis de prevenção por meio de vacinação. Além disso, permitirá reduzir custos do PNl e diminuir importações de vacinas pelo país.

A infecção por rotavírus afeta anualmente, na América Latina, cerca de 10 milhões de pessoas, com 75 mil hospitalizações e 15 mil mortes. O rotavírus é um dos principais responsáveis pela mortalidade infantil por desidratação, que provoca diarréia em crianças abaixo de um ano de idade.

A dengue, virose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, está presente em mais de 100 países tropicais, com incidência de 50 milhões de casos e 20 mil mortes por ano.

A leishmaniose cutânea, muco-cutânea e visceral afeta cerca de 2 milhões de pessoas no mundo. Transmitida sobretudo por insetos que picam cães infectados, a leishmaniose é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma das seis maiores endemias do planeta. O projeto do Instituto Butantan pretende desenvolver uma vacina combinada de leishmaniose e raiva-canina.

Instituto e Fundação Butantan - O Instituto Butantan, fundado em 1901, é um centro de pesquisa biomédica, vinculado à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, responsável pela produção de mais de 80% do total de soros e vacinas consumidos no Brasil. Sua missão é desenvolver estudos e pesquisa básica na área de biologia e de biomedicina, relacionadas direta ou indiretamente com saúde pública.

Atualmente, produz soros, vacinas e biofármacos. Entre as vacinas produzidas, destacam-se as contra tétano, dupla (difteria e tétano), tríplice (difteria, tétano e coqueluche), hepatite B recombinante, BCG (tuberculose) e rábica.

Os produtos fabricados pelo Instituto Butantan são comercializados pela Fundação Butantan, principalmente para o Ministério da Saúde. No período 2001/2005, a participação do Butantan na produção de vacinas para o Ministério da Saúde atingiu, em média, 530 milhões de doses, entre vacinas produzidas integralmente e envasadas (kit importado).

A Fundação Butantan, criada em 1989 como fundação privada sem fins lucrativos, visa colaborar com o Instituto Butantan por meio de investimentos para o desenvolvimento científico, tecnológico e cultural, à produção e venda de imunobiológicos e outros produtos, além da prestação de serviços à comunidade.

Com os novos produtos a serem desenvolvidos está prevista a geração de 100 novos empregos diretos. Atualmente, o Centro de Biotecnologia do Butantan conta com 25 doutores, que somados aos bolsistas, candidatos a mestrado e doutorado e outros estagiários, somam 50 pesquisadores.