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A gratidão pelo primeiro prêmio

Preciso agradecer de público o prêmio Personalidade Musical do Ano 2006, outorgado pela APCA, Associação Paulista de Críticos de Arte por meu labor musical em rádio e televisão. Às vezes, São Paulo e Rio são países distantes. A ninguém conheço na APCA, não sei onde fica, telefone, nada disso. Só conheço o seu prestígio e respeitabilidade. Jamais fora comunicado da existência desse honroso prêmio e só soube da premiação após a entrega, à qual teria comparecido honrado. Trata-se de um dos prêmios artísticos de maior relevância no Brasil, conferido por críticos de arte de São Paulo, em votação direta. Não fosse minha querida amiga Cecília Thompson, jornalista ela também (do jornal Estado de São Paulo), que me avisou e cumprimentou feliz, via e-mail, não fosse por ela, repito, e jamais teria tomado conhecimento.

Ademais de honrar-me, este prêmio possui um sentido especial. É o primeiro que recebo em minha vida de, já, quase 71 anos (dia 03 de janeiro de 2007). Sim, jamais recebi qualquer prêmio desse tipo.

Claro, minha vida é recheada de prêmios de outra natureza. Insuperáveis! Sou uma pessoa feliz. Ter os pais que tive e a família; o amor de quem me ama; ter podido estudar; o prêmio de amar a música e tê-la feito a grande companheira de minha vida; o prêmio de existir e haver lutado, durante a minha passada atividade político-partidária, por tudo em que acredito; o prêmio de amigos e amigas excepcionais; o fato de ser respeitado por muita gente e querido por outro tanto; o prêmio da alegria pela vida e de uma consciência em paz; os filhos e filhas maravilhosos. Considero-me uma pessoa privilegiada pela vida e pelas lutas que librei e libro. Em suma, cada dia vivido é um presente da bondade de Deus. Por isso, aliás, jamais começo minhas orações sem vivenciar a gratidão profunda pelas Graças recebidas e pelos ancestrais que a vida me legou.

Refiro-me a prêmios como o da APCA, que citei. Vejam só: jamais fui bom aluno, tampouco consegui medalhas, bons boletins ou elogios dos professores. Não fui orador da turma. Jamais tive observada devidamente a minha atividade política. Meu nome não está incluído em enciclopédias literárias como cronista que sou desde 1959. Vinte e quatro livros escritos obtiveram registros de praxe, geralmente sem referência especial, ou análise de estudiosos, embora manifestações às quais sou grato, como as da “Toca do Vinicius”, da Academia de Letras de Saquarema, as de interlocutores mais constantes pelo país, e estudos como o do queridíssimo e falecido José Maria de Souza Dantas, “Artur da Távola, De repente o Poeta”, livro em que analisou alguns de meus poemas. Minha vivência com editoras só foi especial nos tempos de vida de meu amigo inesquecível, Sérgio Lacerda, na Nova Fronteira. Nem o filho dele, sucessor na Editora, jamais quis saber de mim.

Mais recentemente, o contínuo fluxo de mensagens via Internet põe-me em estreito contato com estudiosos, leitores, ouvintes e telespectadores do Brasil e do exterior e sinaliza a repercussão de minha obra, embora doa a ausência de projetos de reedição de meus livros. Para os intelectuais, eu sou um político; e, para os políticos, eu sou um poeta: apenas boas intenções (jamais premiadas, segundo o bem-humorado dito popular).

Assim, agradeço, de público, à APCA pela honra, antes de entrar em férias, agora em janeiro. Tudo de bom em 2007. E até fevereiro, se Deus quiser. | Por: Artur da Távola

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