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02/02/2016 - 07:34

Rio Rural incentiva vermicompostagem no Norte Fluminense

Produção sustentável de húmus de minhoca diminui custos de produtores rurais.

Na zona rural de São João da Barra, no Norte Fluminense, agricultores estão diminuindo seus custos e aumentando os lucros com a produção de adubo para a lavoura por meio da técnica de vermicompostagem. A prática agroecológica, incentivada pelo Programa Rio Rural, utiliza minhocas na decomposição da matéria orgânica.

Os beneficiários do programa costumam usar o esterco de boi para a adubação orgânica. Porém, mesmo sendo uma prática ambientalmente adequada, a compra do insumo pode pesar no orçamento de alguns agricultores. “O meu sítio é pequeno, tem menos de dois hectares. Eu costumava comprar carregamento de esterco. Um caminhão cheio dele era quase R$ 1 mil. Não dava para continuar assim”, afirma o produtor Afonso Almeida, da microbacia Campo de Areia, que planta quiabo, maxixe, feijão de corda e abacaxi.

Depois de ser beneficiado pelo subprojeto de compostagem e vermicompostagem há dois meses, Afonso passou a fabricar o adubo dentro de sua propriedade. Com os recursos do programa, ele instalou um canteiro de minhocompostagem, que tem três tanques. No primeiro, é depositado o esterco de boi curtido. No segundo, o material é misturado às minhocas, que começam a entrar em ação através da enzima que possuem e que faz a digestão do esterco, decompondo a matéria orgânica e liberando seus nutrientes. Depois de quarenta dias, o material do segundo tanque vai para o terceiro compartimento e já está pronto para ser usado na lavoura.

O resultado dessa decomposição é o húmus, considerado o mais completo dos fertilizantes naturais, pois tem a vantagem de ser melhor absorvido pelas plantas. A quantidade de húmus necessária para adubação é quase oito vezes menor do que a de adubo orgânico convencional. “A matéria orgânica é essencial para o crescimento da horta, pois é ela quem confere umidade ao solo. Cada vez que você vai colocando mais matéria orgânica, como o húmus, a vida de microorganismos vai sendo melhorada. Aqui em São João da Barra o solo é muito arenoso e pobre, então essa prática ajuda bastante”, detalha Cid Retameiro, técnico executor do Rio Rural na microbacia Campo de Areia.

A cadeia da sustentabilidade — O esterco usado no minhocário do produtor Afonso Almeida é produzido por uma vaca que produz leite para a família . Todos os dias, Afonso recolhe o esterco e leva para um local onde é misturado à palha e aos restos de folhas. Lá, o material fica secando por quase um mês, até estar completamente curtido. A partir daí, vai para o canteiro com as minhocas, onde tem início o ciclo de produção de húmus. Enquanto as minhocas fazem a digestão, qualquer matéria orgânica colocada na mistura também é decomposta pelos vermes.

Para aproveitar sobras de alimentos e ajudar no processo, a esposa do produtor Afonso, Delza da Silva, deposita no canteiro cascas de frutas e verduras. Por mês, meia tonelada de húmus é produzida. “O manejo é fácil e eu gostei bastante do resultado. A planta cresce bem mais rápido e mais forte. O bom é que agora vou gastar menos dinheiro”, completa Almeida.

O bom exemplo que se multiplica — Hoje, São João da Barra tem sistema de vermicompostagem em três de suas cinco microbacias. São seis produtores com perfil semelhante ao de Afonso Almeida, com pequenas propriedades. “Toda vez que um minhocário dá certo, é uma alegria, pois sempre atrai a atenção dos produtores vizinhos, que passam a ter vontade de fazer o mesmo”, explica o assessor técnico regional do Rio Rural para os municípios de Campos e São João da Barra, Geraldo Monteiro.

Segundo Monteiro, nos próximos meses o programa deve organizar pequenas excursões de produtores às propriedades onde a vermicompostagem vem sendo aplicada. Esse é um dos mecanismos de disseminação das ações para aumentar a adesão dos agricultores do município.

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